Aprender com os Outros

Há um sítio a que sempre vou quando me sinto mais vazia ou com menos esperanças - Dentro do Copo Vazio. Pura poesia. Puro sentimento. Puro prazer na leitura desse copo que, de vazio, já nada tem...Ou melhor dizendo, uma leitura que transforma copos meio vazios, como o meu, em copos meio cheios. Bem haja por isso, Always!


E é assim que hoje, e tendo em conta a falta de tempo com que me deparo nos últimos dias, quero simplesmente deixar-vos com este magnífico texto, (espero que a autora não se importe) que me permito reproduzir aqui...

foto de João Camilo


"Que fazer com os dias em que nos sentimos ausentes de nós mesmos? Que fazer dos momentos em que nos sentimos fracos, básicos e pouco sofisticados nas ideias? Que fazer daquele instante em que falhámos redondamente no que quisemos dizer e tudo parece descarrilar a partir daí? Que fazer da nossa imperfeição como pessoas? Eu não sei. Não vou saber nunca, porque sou humana e a minha condição enquanto ser humano é aquilo que em arte se designa 'work in progress'. E como 'obra não acabada' que somos todos, somos muitas vezes inconvenientes, despropositados e injustos. Está na nossa natureza, estamos em permanente construção. Na melhor das hipóteses, vamos aprendendo à custa do erro. Assumir que erramos é um passo em frente no que nos queremos edificar. Errado seria rejeitar as fraquezas em vez de trabalhá-las com a fé de, amanhã, acordarmos melhores pessoas. Mas não somos apenas imperfeição, temos coisas boas que nos espreitam e que damos aos outros sem reservas, em acto de generosidade absoluta. Por vezes, somos magnânimos na entrega e inteiros na partilha. Somos muitas coisas ao mesmo tempo e coisa nenhuma de uma só vez, porque não existem momentos absolutos e, mesmo que existissem, nunca chegaríamos a ser completamente perfeitos ou estupidamente imperfeitos. E nos dias de alma vaga, é só isso que temos de entender para relativizar as horas cinzentas em que nos perdemos num nevoeiro de coisas que só têm a importância que lhe quisermos dar, porque, em si mesmas, nenhuma importância têm. Compreender os outros é compreendermo-nos a nós mesmos. Ninguém é perfeito e ainda bem. Perdia-se a graça, a espontaneidade e a condescendência natural. E se fôssemos perfeitos seríamos tudo menos encantadores. Seja como fôr, peço desculpa por todas as vezes que fico aquém das expectativas."


por Always, in Dentro do Copo Vazio

Liberdade


Ontem foi 25 de Abril. E, se por um lado, todos comemoram e fazem feriado, por outro, o seu significado está tão banalizado, que é quase esquecido. Tenho pena, acreditem-me...

Aí fica a minha singela homenagem aos Capitães de Abril, e uma canção evocativa destes tempos, de que muito gosto: "Somos Livres", letra e música de Ermelinda Duarte.


Ontem apenas
Fomos a voz sufocada
Dum povo a dizer não quero;
Fomos os bobos-do-rei
mastigando desespero.


Ontem apenas
Fomos o povo a chorar
Na sarjeta dos que, à força,
Ultrajaram e venderam
Esta terra, hoje nossa.



Uma gaivota voava, voava,
Asas de vento,
Coração de mar.
Como ela, somos livres,
Somos livres de voar.



Uma papoila crescia, crescia
Grito vermelho
Num campo qualquer.
Como ela, somos livres,
Somos livres de crescer.



Uma criança dizia, dizia
"Quando for grande
Não vou combater".
Como ela, somos livres,
Somos livres de dizer.



Somos um povo que cerra fileiras,
Parte à conquista
Do pão e da paz.
Somos livres, somos livres,
Não voltaremos atrás.

Deus e a Fé

Depois de alguns, indesejados mas necessários, períodos de interrupção, acabei ontem à noite de ler "Deus e a Fé - Razões do crente e do não crente", editado em Portugal pela Casa das Letras.
Logo as duas perguntas inscritas na capa ilustram bem a discussão que um livro destes pode (e deve!) gerar: "Se Deus existe, como explicar o mal?", "Se Deus não existe, donde vem o bem?". De resto, visto abordar quatro temas tão complexos, profundos e subjectivos - os motivos do diálogo entre crentes e agnósticos, a existência de deus, o significado de Jesus Cristo, e a compreensão do Homem - , todo o livro é por si só um excelente ponto de partida para perguntas últimas e de sempre.

"Deus e a Fé" é o resultado da correspondência entre um crente e um ateu, mas não para encontrar aquele que tem razão ou os melhores argumentos. Pelo contrário, os autores (ambos espanhóis, um doutorado em Teologia e o outro doutorado em Filosofia) têm um discurso fundamentado, em jeito de verdadeiro diálogo, com tolerância, humildade e abertura a opiniões contrárias. Fica-se sempre expectante quanto à resposta seguinte e aprendi realmente imenso com estas cartas.
Realço apenas algumas ideias propostas pelos autores que me ficaram na memória e que dariam lugar a muito debate- a de que a fé não pode ser uma conclusão demonstrativa da razão, porque está sobretudo ligada à afectividade; a de que se Deus existisse, notar-se-ia; a de que, cada vez mais, existe uma espécie de religião à la carte; entre outras, muito proveitosas, que talvez venha a aprofundar por aqui.

Gosto particularmente deste tema. Talvez porque não saiba bem o que pensar da fé (e não me refiro apenas à fé espiritual mas a qualquer uma) e das pessoas que a têm. Nutro por elas um sentimento confuso. Às vezes, admiro-as, outras parecem-me ignorantes a viver alicerçados num sonho. Mas, independentemente de se ser ou não crente, é inegável a influência que o factor Deus tem na vida privada como na pública e, por isso, o livro tem sempre uma base de interesse. Além disto, transmite uma ideia muito importante nos tempos que correm - a de que não é bom encerrar-se no próprio castelo ideológico, a de que é preciso abrir-se àquele que pensa de modo diferente de nós. Aconselho vivamente este livro. Fez-me encarar pontos de vista em que nunca tinha pensado antes e vale muito por isso. Verifiquem...

IM


A nova geração.

O Que (Algumas) Mulheres Querem

Quem não sabe, fica a saber: gosto muuuuito da série "Sopranos". E é por isso que me permito esboçar um certo sorriso ao encontrar esta foto na capa de Abril da prestigiada revista americana, Vanity Fair, como descoberto aqui.
É deveras impressionante o quanto o poder pode ser uma fonte de atracção...

Music And Lyrics

Mais um filme acabadinho de ver: Music and Lyrics.

É uma comédia romântica sobre Alex Fletcher (Hugh Grant), um ultrapassado cantor pop que fez sucesso nos anos 80 mas que está agora condenado a actuar em parques de diversões para uma reduzida plateia de "quarentonas" nostálgicas. Contudo, o carismático e talentoso músico tem a oportunidade de voltar à ribalta quando a diva do momento Cora Corman (uma caricatura da Shakira?) o convida a escrever e gravar um dueto com ela. O problema? Alex não faz uma música há anos, tem um muito limitado jeito para escrever uma letra e tem, obrigatoriamente, de criar um sucesso em meia dúzia de dias. E é aí que surge Sophie Fisher (Drew Barrymore), a nova tratadora das plantas do apartamento de Alex , em quem é descoberto um talento inato, e que acaba, após muita relutância, por escrever a tão desejada letra. Como é previsível, a química entre ambos ao piano é tanta que essa combinação - ele a música, ela a letra - acaba por registar-se a um nível mais pessoal, que é como quem diz, obviamente apaixonam-se um pelo outro.

É a típica história, muito recorrente entre filmes do género: vão-se apaixonando sem que o notem, o rapaz faz asneira da grossa, ela sai magoada, mas, no fim, ele tem um daqueles gestos extraordinários (grandes fins, exigem grandes meios, não é?) e acaba tudo bem.

Apesar disso, gostei do filme e, já agora, da letra e música que eles criaram - Way Back Into Love. Lindíssima!

Prefiro o Hugh Grant mais certinho e menos pop (tipo Notting Hill) mas, ainda assim, está perfeito como sempre. Aliás, acho que ninguém duvida de que ele é a cara chapada das comédias românticas. No mesmo sentido, a Drew Barrymore está lindíssima como sempre, embora tenha alguma curiosidade em a ver noutro tipo de registo, sem ser sempre a coitadinha-boazinha. Devo ainda confessar que só vi o filme por causa destes actores, embora depois lhe deva reconhecer o devido crédito. Como romântica que sou, chorei no fim. Mas isso já nem é de estranhar! :)

É mais um filme para passar uma boa tarde, matar saudades do pop dos anos 80 e ver duas interpretações brilhantes. Portanto...vão ver! :)

Talvez, só talvez

Ontem estive, com o coro de jovens, a cantar num casamento de desconhecidos, com um padre a dizer que o amor pode ser vermelho, laranja, verde, branco, cinzento, preto (adoro pessoas sonhadoras mas ainda assim conscientes da realidade!) ou até tinto (como disse o avô da noiva, lol), numa capela onde devem caber pouco mais de 50 pessoas, perdida no meio do nada, mas no topo do mundo, com uma vista lindíssima e aquele ar da serra tão puro e tão fresco.

Consegui então perceber porque gostas tanto de morar aí. E por um momento, só esse momento, quando fechei os olhos para reter em mim toda aquela beleza invulgar e saborear com mais cuidado a magia daquelas cores, o vento a acariciar-me o cabelo, pensei que talvez, só talvez, eu conseguisse ter aquela vista e aquele ar todos os dias. Talvez, só talvez, me bastasse aquilo e a certeza de te ter. Talvez, só talvez, eu pudesse ter sido feliz contigo, num sítio que é quase nada, mas que tu tornarias quase tudo. Mas...talvez é sempre pouco, certo?

Século XXI, i guess...


É quando um prior repete mais de três vezes a palavra "pagão" no espaço de uma hora, que começo a achar que, provavelmente, estou na Idade Média e ainda não reparei (WTF??).
Esta agora! Afastai-vos do demo, hereges ou ardereis eternamente no Inferno, onde há dor e ranger de dentes!! :)

Don't Get Me Wrong

Mas...será que sou só eu que acho parecido o cardeal patriarca D. José Policarpo com o mafioso Johnny Sack dos Sopranos?
Cá para nós, entre os dois, prefiro o Johnny. :)

The Holiday

É a típica comédia romântica a ver no Natal, de preferência bem acompanhado (nem que seja por um bom vinho! lol). Mas, vi-a ontem à noite e nem por isso gostei menos. Um filme muito doce e muito querido, cuja tradução para a língua de Camões deixa muito a desejar: "O Amor Não Tira Férias"...
Não traz nada de extraordinário e não é nenhuma obra-prima do cinema, mas é puro entretenimento e muita ternura. Dias há em que basta apenas um filme assim...5 estrelas! E, claro, tem a Cameron Diaz, loira! :p
Deixo-vos com o trailer. Enjoy.

BTW, acabei a sonhar com a minha prof de Português do Secundário (nada de coisas indecentes, claro!) e...humm...qual terá sido a razão? :p weird!

A Prova Provada

Amanhecer, Luís Azevedo

"Quem julga que tem de provar algo a alguém é porque ainda não provou nada a si próprio."

comentário de Filomena noutro excelente e pertinente post do Murcon

Dear Mr. President

Ouvi pela primeira vez esta música aqui, e depois no último episódio de TLW. Hoje, apetece-me deixá-la aqui. Uma das músicas que acaba sempre por me pôr uma lágrima ao canto olho. Oiçam com atenção. Dear Mr. President, de Pink.

Dear Mr. President,

Come take a walk with me.

Let's pretend we're just two people and

You're not better than me.

I'd like to ask you some questions if we can speak honestly.

What do you feel when you see all the homeless on the street?

Who do you pray for at night before you go to sleep?

What do you feel when you look in the mirror?

Are you proud?

How do you sleep while the rest of us cry?

How do you dream when a mother has no chance to say goodbye?

How do you walk with your head held high?

Can you even look me in the eye

And tell me why?

Dear Mr. President,

Were you a lonely boy?

Are you a lonely boy?

Are you a lonely boy?

How can you say

no child is left behind?

We're not dumb and we're not blind.

They're all sitting in your cells

While you pave the road to hell.

What kind of father would take his own daughter's rights away?

And what kind of father might hate his own daughter if she were gay?

I can only imagine what the first lady has to say

You've come a long way from whiskey and cocaine.

How do you sleep while the rest of us cry?

How do you dream when a mother has no chance to say goodbye?

How do you walk with your head held high?

Can you even look me in the eye?

Let me tell you 'bout hard work

Minimum wage with a baby on the way

Let me tell you 'bout hard work

Rebuilding your house after the bombs took them away

Let me tell you 'bout hard work

Building a bed out of a cardboard box

Let me tell you 'bout hard work

Hard work

Hard work

You don't know nothing 'bout hard work

Hard work

Hard work

Oh

How do you sleep at night?

How do you walk with your head held high?

Dear Mr. President,

You'd never take a walk with me.

Would you?

Em todas as ruas te encontro


Ponto de Fuga, Hugo Armador
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Mário Cesariny

Coisas (Quase) Sérias II


O "caso Esmeralda".
Pronto, este é um assunto bem mais sério, que podia envolver muitos e demorados argumentos. Mas esses abundam já pela net, jornais e restante media. Portanto, apenas uma frase que exprime bastante bem o que penso sobre isto e um pensamento - o do sobejamento conhecido julgamento do sábio Rei Salomão, descrito na Bíblia.
"Não creiais que a Lei é justa só porque lhe chamais lei".
J. Saramago in O Evangelho Segundo Jesus Cristo

Coisas (Quase) Sérias I


Dentre todas as grandes infra-estruturas, ditas fundamentais para a competitividade da nossa economia e progresso, propostas pelo Governo, apenas consigo apoiar a construção do aeroporto da Ota, por um motivo deveras simples - vivo no Oeste e é irrefutável que a região só tem a ganhar com isso, sobretudo em termos turísticos.
Ainda assim, apoio-a a medo. Na minha humilde opinião, há problemas muito mais importantes, essencialmente de cariz social, que urge resolver. Isso sim, muito mais importante e estruturante do que o resto, só para-inglês-ver!
Mas o que acho mesmo curioso é o facto de não termos dinheiro para mantermos escolas, urgências, postos de polícia, etc, etc, mas para nos darmos ao luxo de construir isto. Pelos vistos, comprova-se aquele slogan da CGD: "Há mais na caixa do que você imagina"...

Não obstante ser inegável, para mim e para todos, a importância para a cultura empresarial deste País, de Belmiro de Azevedo (Belmiro a Presidente!), lembro-me que fiquei verdadeiramente fã do senhor quando, num programa da RTP1 (provavelmente o Prós e Contras ou A Grande Entrevista), ele recordou, a propósito do Aeroporto da Ota, de uma nova ponte sobre o Tejo e/ou do TGV, um dos mais importantes ensinamentos da sua querida mãezinha que eu, inteiramente de acordo, me permito assinar por baixo. Rezava a senhora, do alto da sua experiência:
"Quem não tem dinheiro não tem vícios".

Coisas (Quase) Sérias


A suposta licenciatura de José Sócrates pela Universidade Inpedendente.
Tal como o outro Sócrates, também a este parece assentar a famosa citação "Só sei que nada sei"...
Não creio que seja assim tão importante quanto isso o sr. José ser ou não engenheiro, até porque, para estragar o País como ele está a fazer, não é necessário nenhum doutoramento!
O que é realmente importante é o facto dele ser Primeiro-Ministro e haver irregularidades nas suas habilitações, isto é, o facto dele ter sido pouco honesto. Como é que alguém assim tem legitimidade para exigir o que quer que seja ao Portugueses? Como é que se admite termos uma pessoa tão pouco credível à frente do País? Ah, pois é...

Eternal Sunshine of the Spotless Mind Trailer

You can erase someone from your mind.
Getting them out of your heart is another story.
Tagline do filme

Eternal Sunshine of the Spotless Mind

"How happy is the blameless vestal's lot!
The world forgetting, by the world forgot.
Eternal sunshine of the spotless mind!
Each pray'r accepted, and each wish resign'd."
Alexander Pope
Vi hoje mais um filme brilhante. Bizarro mas brilhante. Aliás, bastaria dizer que é do mesmo produtor de "Being Jonh Malkovich" ou "Inadaptado"! :) The Eternal Sunshine of the Spotless Mind, que, em português, julgo estar traduzido como "O Despertar da Mente".
Achei que a review seguinte (retirada daqui) explica, melhor do que eu conseguiria, o conteúdo do filme, logo, aqui a deixo. Quanto ao filme em si, não sei se toda a gente gostará mas...eu gostei e, por isso, recomendo-o. :)

"Não fosse Charlie Kauffman um dos mais espectaculares argumentistas da actualidade e este filme passaria despercebido por completo. Mas é a sua genialidade, guiado pela visão fotográfica de Michel Gondry, e apoiada numa mão cheia de soberbas interpretações que fazem deste filme um dos mais belos dos últimos anos. A sério!
Poesia pura!
É o que dá juntar o génio de Charlie Kauffman e a visão imagética do francês Michel Gondry. Duas visões que se completaram para fazer um dos filmes mais belos e poéticos dos últimos anos. Uma verdadeira preciosidade cinematográfica.
O filme é um hino ao amor ou uma sinfonia ao ser humano enquanto individuo imperfeito. Sim porque, como sempre, Charlie Kauffman preferiu escrever sobre pessoas vulgares, cheias das imperfeições do dia a dia, em vez de versar na habitual ladainha dos bons contra os maus, os perfeitos e os imperfeitos. Como na vida aqui não há nada disso. Há pessoas que estão desorientadas, perdidas, que precisam de uma bussola. E quando nenhuma lhes surge diante dos olhos preferem apagar tudo a digerir os momentos menos bons da sua vida, as estórias infelizes, os momentos que nunca deviam ter existido. É essa a premissa do argumento de Kauffman. E é também, como o leitor deve saber, a premissa da vida!
Quantos de nós já não desejaram ter a oportunidade que este filme oferece. De apagar o que nos incomoda, e incomodará para sempre? Quantos já não se arrependeram de algo e quiseram que isso desaparecesse da memória de alguma forma? Quantos de nós não recorreriam ao doutor Howard Mierzwiak?
Muitos suponho. Está na nossa natureza, e este filme é isso mesmo. Uma procura das falhas da natureza humana. Mas é uma procura optimista - há sempre um esgar optimista na visão analítica de Kauffman - uma procura do lado bom das coisas. E se aquilo que apagamos não devesse ter sido apagado? E se sentissemos falta amanhã do que nos repugna hoje? Então o que fariamos? Reincidiriamos, como a pobre Mary? Será que a vida nos colocaria de novo na mesma linha de onde tinhamos descarrilado por opção nossa? Ou será que tudo estaria de facto perdido...para sempre?
Apesar de surreal por vezes, até mesmo psicadélico em alguns momentos da juventude de Joel Barish, este filme é muito simples e lírico. É muito apontado ao coração do espectador. Os efeitos especiais - nota-se aqui a influência de um homem como Gondry que conhece bem os meandros dos videoclips e da direcção artistica - são importantes para dar uma dinâmica visual ao filme, mas o que de facto nos prende é a relação amorosa que precorre todo o filme. Apesar de terem tentado apagar as memórias das suas relações, nunca em algum momento, tivemos duvidas que Joel e Clementine se amam profundamente. Não era preciso aquele inicio carinhoso, ou o final comovente, porque mesmo nas discussões, nos desabafos ou nas crises o amor - aquilo que verdadeiramente atravessa todo o filme permanecendo imutado - está lá.
Eternal Sunshine of the Spotless Mind merecia um tratado, uma investigação, uma elegia. Não há uma crítica cinematográfica que chegue a tocar em algo profundo do que este filme nos tem para oferecer. Pelo contrário. Não o conseguimos fazer porque o filme toca-nos de tal forma que a sensação de humanidade que nos acompanha ao sair da sala torna-se nossa, só nossa, impossível de descrever ou partilhar com outros. É algo pessoal e intransmissível. Tal e qual o amor.
Amor - sempre esta palavra tão forte e por vezes usada tão levianamente - que está em todo o lado. Está na relação central do filme, mas também nos aspectos mais periféricos. É o que move todas as personagens desta história. Porque o amor de uns contagia os outros. E mesmo uma vingança amorosa - que também existe pois a balança tem sempre dois pratos - potencia o reforço do amor. Que o digam Joel e Clementine (sempre este nome a evocar um dos westerns mais poéticos de sempre, o notável My Darling Clementine de John Ford) - num final que nos toca mais no coração, do que nas lágrimas que descem pelos rostos. Afinal ver estas duas personagens funciona quase como um espelho. Não seremos todos um pouco assim?
Falar deste filme é falar também de actores. Se Kauffman fornece a matéria prima e Gondry a decora da melhor forma, quem faz o bolo são os actores. E ter Jim Carrey no elenco é logo o melhor ponto de partida para qualquer filme. Jim Carrey - possivelmente o actor mais parecido com James Stewart na forma de representar - é comovente como nunca foi. Nunca o vimos assim, tão cheios de emoções dentro de si, tão contido e essencialmente tão humano. Em Truman Show, ele era ainda um produto, uma simples personagem de um argumento. Em Man on the Moon ele era lunático, como tinha de ser, e em Majestic era um personagem de conto de fadas. Aqui, neste filme, ele é humano. É um de nós. Sofre como nós sofreriamos, tem as mesmas dificuldades que nós em dizer "amo-te" ou "não vás". Neste filme Carrey alcançou o patamar para um actor. Sair da ficção, conseguir tornar-se real!
A própria Kate Winslet, cujo inicio de carreira não augurava um futuro radiante (quem não se lembra do desastroso, ainda que bem sucedido, Titanic), entra na onda e está diferente. Mais viva, mais emocionada mas, acima de tudo, mais liberta de qualquer espartilho. Está livre para representar como sabe e gosta. A sua personagem ganha muita dinâmica pela capacidade imensa que Kate Winslet tem em exprimir-se, tanto num registo fisico - a tendência dominante - com de forma quase intrinseca. Também ela respira para dentro por vezes, nós é que não vemos!
Os restantes actores do elenco não estão, felizmente, a decorar o cenário. Também eles têm uma estória a contar, uma emoção a sentir, um amor a viver. Fazem-no é num registo com menor intensidade dramática! O único caso negativo a apontar é a interpretação da jovem Kirsten Dunst que não consegue libertar-se do argumento e ser ela própria. A sua personagem é muito pouco desenvolvida e trabalhada. Quanto aos restantes isso não se pode apontar. Mark Ruffalo surge com uma atitude punk, mas o seu coração amanteigado dá-lhe uma força interior que se sente em algumas das cenas do filme. Já Elijah Wood encarna na perfeição o jovem desesperado que recorre até aos mais sujos truqes para conseguir a atenção de alguém. Mas até aqui o argumento de Kauffman é genial. Ninguém o critica, não há dedos acusatórios simplesmente porque todos temos telhados de vidro. Que o diga Tom Wilkinson, que num volte face de grande qualidade, abandona subitamente a sua imagem quase imaculada para se tornar humano, vulgar, como toda a gente. Afinal parece que não merecia estar ao lado de Alexander Pope.
Como vêm Eternal Sunshine of the Spotless Mind é um filme tocante. É impossível não sentir um bater do coração a sair do ecrãn da sala de cinema. É uma fotografia de sentimentos, um mosaico de sensações, um verdadeiro album dedicado ao amor. Deste filme só não gosta quem se julgar perfeito. Porque todos os outros, como eu, como você, vai-se ver ali retratado. Nas coisas boas e nas coisas más. É como se Kauffman um dia tenha acordado a pensar que iria fazer um filme inspirado em mim ou em si. E desenganem-se aqueles que sairam da sala desiludidos a pensar que iriam ver um " e viveram felizes para sempre". Porque com a vida ninguém sabe se isso vai acontecer de facto."

A Tua Amizade

No Madamme Tussaud's, Londres, Nov 2006

Disse-te um dia que só deveríamos casar com alguém com quem gostássemos mesmo muito de conversar e com a capacidade de nos divertir, porque, inevitavelmente com o tempo, o sexo, a beleza e afins, deixam de ter a importância que outrora tiveram.
Respondeste de imediato: Então, teria de casar contigo!
E acho que foi o elogio mais desinteressado e uma das coisas mais bonitas que me disseram... :)
Sabes bem o quanto me sinto sempre tão vaidosa, não por seres a minha melhor amiga (acho que o és de tanta gente!), mas por eu ser a tua! Por me teres escolhido a mim para teu mais profundo refúgio. :)
E tento todos os dias mostrar-te o quanto me és importante, mas como isso me parece sempre tão pouco ante tudo o que me dás, quero dizer-te aqui, hoje como amanhã e ainda depois: Adoro-te, sabias?
Mi*

Shall We Dance?

Como presente para a Di que gosta muito de Gotan Project, e também para mim mesma, aqui fica a cena de dança do filme "Shall We Dance?". Há melhor mas esta não é má de todo. De resto, há coisa mais sensual do que uma dança? :)

A música é "Santa Maria (Del Buen Ayre)". Enjoy.

surrupiado daqui.

Fantasma

Fantasma, s. m. alma do outro mundo; suposta aparição de pessoa morta ou afastada.

Admiras que te trate por fantasma. Aí fica a devida explicação. Posto isto, nada mais a declarar.
Pertences a outro mundo que já não é meu, que talvez nunca tenha sido nosso.
Ainda não morreste para mim, mas és já tão distante quanto um fantasma. Mas alguma vez soubeste que não acredito em fantasmas, fofo?
Beijos para a família.

Sugestão da Semana

Reflexões sobre o amor: aqui (das minhas melhores descobertas)
Opinião sobre duas grandes séries: aqui.

The Hours Trailer

Aí vos fica o trailer. Enjoy...

As Horas

Continuando na minha saga de ver filmes que já deveria ter visto, deliciei-me por estes dias com o visionamento de "As Horas". Magnífico.

"As Horas" é um elaborado e extremamente inteligente filme sobre temas universais como a vida e a morte, o desespero, a liberdade, a realização. É profundo, sensível, complexo, diferente. É provocador, introspectivo, desolador. Uma autêntica viagem ao que de mais profundo e escuro há na mente humana. Pura angst.
Pode dizer-se que não é um filme de massas, mas para um audiência mais especial, que não se assuste ou aborreça por um filme que abarca temas tão poderosos e com personagens tão complexas. De facto, acho até que o modo como uma pessoa interpreta este filme consegue dizer muito acerca dela.


Não é o típico drama de Hollywood, não é um filme fácil, pronto-a-esquecer. A não ser, é claro, para todos aqueles que têm como melhor filme de sempre os American Pie's e afins... E eu, como não gosto de filmes "ocos" que esqueço minutos depois, tenho de salientar este, que achei excelente. De resto, só o elenco de luxo já seria razão por si só suficiente para o visionamento desta pérola: Nicole Kidman, Julianne Moore e Merly Streep - verdadeira senhora do cinema! Vale a pena só pelas perfeitas interpretações!
A ligação entre estas três mulheres? Um livro. Kidman está a escrevê-lo, Moore está a lê-lo, Streep está a vivê-lo. O complexo argumento gira em torno de um dia na vida de cada uma destas mulheres de três diferentes gerações.

Virginia Woolf (Nicole Kidman) vive, em 1923, em Richmond, Inglaterra, com o seu marido, batalhando diariamente contra uma doença mental que lhe está lentamente a destruir a sua vida e a daqueles que a rodeiam e amam. É nesse período de convalescença, num lugar demasiado pacífico e quieto, que a escritora começa a trabalhar no seu famoso romance - Mrs Dalloway (que também foi pensado por Woolf chamar-se As Horas) - , a introspectiva história de uma mulher que se apercebe de que a sua ordenada e muito bonitinha vida não passa de um conjunto de rotinas triviais, uma representação para os outros, sem significado. Com efeito, é essa a impressão que as três personagens do filme passam a ter - a de que têm uma vida que não as preenche.

Laura Brown (Julianne Moore) é, uma dona-de-casa dos subúrbios, na década de 50, casada e mãe de filhos (como convém, acrescento), que, ao ler o livro, se vê chocada com a banalidade da sua vida. A sua existência de doméstica afigura-se como uma prisão, obrigando-a a escolher entre abandonar a sua família ou morrer (do mesmo modo que também Virginia Woolf se vê aprisionada naquele fim de mundo onde vive e onde nada se passa). Apesar de ter um marido e um filho que, claramente, a adoram Laura luta com o facto de se sentir incapaz de encontrar no papel de mulher e mãe, que lhe foram decretados pela sociedade, a realização que procura. Obviamente, isto leva-a a ter sentimentos de profunda frustração, aborrecimento e depressão, chegando, inclusivamente, a pensar pôr termo a tudo isso através do suicídio.

Finalmente, há Clarissa Vaughn (Merly Streep), uma mulher contemporânea residente em Nova Iorque que, tal como a ficcional Mrs Dalloway, é vista pelos outros como tendo uma vida bem organizada e preenchida, mas, como ela bem se apercebe (as aparências iludem!) mais não passa do que uma vida construída em torno de trivialidades sem sentido, uma vida oca. Pese embora o facto de Clarissa ter uma companheira há dez anos, aquela chama parece ter-se extinguido entre elas, e Clarissa passa grande parte do seu tempo lamentando a perda do seu grande amor, o complicado poeta, Richard Brown (Ed Harris), um homossexual, doente terminal de SIDA, que nada mais quer do que fugir à injustiça do seu destino.

Existe uma "ameaça" comum às três personagens e que, no limite, força cada uma a tomar importantes decisões, aquelas decisões de uma vida. Não obstante se aborde temas como o feminismo ou a preferência sexual destas mulheres, tal não passa de assunto superficial. É a sua permanente tristeza, encoberta por uma sociedade asfixiante centrada nas aparências, que é o ponto de partida do filme. É a busca por aquele algo mais ou pelo único momento perfeito que coloca cada uma delas na dolorosa posição de questionar a sua própria existência. Na realidade, o suícidio é um tema central e recorrente no filme, pelo que devo até advertir que este não é um filme aconselhável a pessoas emocionalmente instáveis.

Baseado no romance de Michael Cunningham, vencedor de um Pullitzer (e, geralmente, os filmes falham porque não conseguem adaptar para a tela o conteúdo do livro, mas, neste caso, a sintonia é perfeita!), esta é a poderosa história de três mulheres com muita coisa em comum - a depressão e o desespero, sobretudo. Com efeito, toda a história é uma verdadeira sinfonia de desespero, com mais pessoas deprimidas do que é normal noutros filmes. Contudo, "As Horas" não consegue ser, na minha opinião, um filme deprimente porque todo a o engenho e arte usados para contar a história (os trechos de piano, lindíssimos!) elevam-no quase à categoria de poesia feita filme...

Pode dizer-se que é um filme sobre a crescente dificuldade que experimentamos, à medida que envelhecemos, em tomar decisões, talvez porque, mais certos de quem realmente somos, ficamos mais conscientes do custo das nossas escolhas, o peso dos "se", dos "what if". Em última instância, "As Horas" é, como o nome sugere, sobre tempo - o tempo que nos resta para tornar a nossa vida preenchida e digna de ser vivida ou para a gastar miseravelmente, sem viver mas apenas existindo.
Portanto...vivam! E (re)vejam o filme! :)

Heroes

Não sei se foi o Kurotenshi que andou a fazer pressão junto das televisões nacionais :) , mas, o que é certo, é que a TVI começa a passar a partir de Sábado 21, pelas 14h, a premiada série Heroes.
Sob o lema "It's time to save the world", a série conta a vida de pessoas normais, tão comuns como qualquer um de nós, que descobrem possuir extraordinárias capacidades. Em baixo, a síntese baseada no site oficial, que podem encontrar aqui.
A aproximação de um eclipse total leva um professor de Genética na Índia a revelar, devido ao desaparecimento do seu pai, uma secreta teoria, revolucionária para a evolução humana - existem, entre nós, pessoas dotadas de super-poderes.
Um jovem sonhador (Milo Ventimiglia) tenta convenecer o seu irmão político de que pode voar. Uma cheerleader do Secundário (Hayden Panettiere), descobre que é totalmente indestrutível. Uma stripper de Las Vegas (Ali Larter), mãe solteira, apercebe-se de que o seu reflexo no espelho encobre um segredo. Um foragido à justiça (Leonard Roberts) continua a "brincar" com as autoridades, que se vêem incapazer de o deter, já que ele é um caçador de poderes. Um talentoso artista (Santiago Cabrera), cujo vício em drogas está a destruir a sua vida e a sua relação com a namorada, consegue pintar o futuro. Um polícia de Los Angeles fracassado (Greg Grunberg) consegue ouvir os pensamentos das pessoas, o que o põe na pista de um potencial serial killer. No Japão, um jovem adulto (Masi Oka) desenvolve a habilidade de parar o tempo.
O que une todas estas personagens? Primeiro, a surpresa, por terem tais poderes. Depois, a inevitável consciência de que tê-los pode ser uma benção ou uma maldição. Finalmente, atrevo-me a dizer que, provavelmente, o medo, porque afinal...o seu objectivo último é, nada mais nada menos, do que salvar o mundo!
Embora à primeira vista pareça demasiada ficção, tenho lido, e ouvido, críticas muito boas a esta série. Espero, ansiosamente, poder confirmar a sua qualidade dia 21! Até lá, espero que este trailer vos desperte a vontade de ver. Quem não gostaria de ter um poder? :)


Something Always Brings Me Back To You...

Ressuscitaste hoje. Se o tivesses feito ontem, ainda poderia confundir-te com Cristo. Como o não fizeste, és ainda e só um fantasma.

Pater Noster Que Non Estis In Coelis

Não se trata de nenhuma obsessão mas, em período santo, dá-me quase sempre para isto. :) Uma vez mais, perdoem-me os crentes.
Não é difícil encontrar pérolas destas em qualquer um dos livros de Saramago, autor que muito aprecio (não necessariamente da pessoa em si! Adoro o que escreve mas não consigo gostar dele!). Porventura encontraria citações mais pertinentes em qualquer outra das suas obras mas deixo-vos com a minha selecção d'"O Evangelho Segundo Jesus Cristo" (quem não leu, por favor leia!). Vale a pena pensar nisto...
"em verdade há coisas que o próprio Deus não entende, embora as tivesse criado."

"(sobre os sacrifícios) uma alma qualquer, que nem precisará ser santa, das vulgares, terá dificuldade em entender como poderá Deus sentir-se feliz em meio de tal carnificina, sendo, como diz que é, pai comum dos homens e das bestas."

"Deus é tanto mais Deus quanto mais inacessível for".

"Quando chegará, Senhor, o dia em que virás a nós para reconheceres os teus erros perante os homens?"
"Deus não perdoa os pecados que manda cometer."

"talvez os homens nasçam com a verdade dentro de si e só não a digam porque não acreditam que ela seja a verdade."

" (o papel do mártir) o da vítima, que é o que de melhor há para fazer espalhar uma crença e afervorar uma fé."

"o homem, tanto na paz como na guerra, falando em termos gerais, é a melhor coisa que podia ter sucedido aos deuses."


"(a respeito de Deus ter permitido a morte do próprio filho) Homens, perdoai-lhe, porque ele não sabe o que fez."

Frida




Acabei agora de ver "Frida", o filme que retrata a vida da pintora mexicana Frida Kahlo, interpretada por Salma Hayek. Podia escrever uma pequena review mas...não me apetece e nem a conseguiria descrever como merecido! :) A respeito da artista só posso dizer: Grande Mulher!
Love Embrace of Universe

Two Fridas

One More

George Carlin - Ten Commandments


Têm de concordar: o homem tem piada!

Religião de Sexta-Feira Santa

Perdoem-me todos os crentes a blasfémia mas isto está...brilhante! :)
Stand-up comedy sobre a Religião por George Carlin, descoberto aqui. Enjoy.

Where Do You Go...

...When You're Lonely?

"When The Stars Go Blue" por The Corrs com Bono dos U2. Haverá melhor combinação? =)

Faz-me O Favor

Foto de Alba Luna

Faz-me o favor de não dizer
absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.

É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és não vem à flor
Das caras e dos dias.

Tu és melhor — muito melhor!
Do que tu. Não digas nada.Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.
Mário Cesariny

Desempregado?

A Durex está a recrutar 20.000 cobaias para testar preservativos. Inscreve-te já aqui. :)

O que é certo é que os vídeos, produzidos pela agência McCann, estão excelentes! Além deste acima, os restantes ( Cozinha, Jardim, Garagem e Gelado) são igualmente...apelativos! :)

Humor do Dia


Professor Chibanga by Gato Fedorento :)

Quem me leva os meus fantasmas?

“De que serve a terra à vista
Se o barco está parado,
De que serve ter a chave
Se a porta está aberta,
De que servem as palavras
Se a casa está deserta?”
Começou agora a passar nas rádios e na televisão o novo single de Pedro Abrunhosa - "Quem me leva os meus fantasmas?".
Como é dito na página do cantor:
O primeiro single do novo álbum de originais de Pedro Abrunhosa, “Quem Me Leva Os Meus Fantasmas”, representa uma viragem na carreira do cantautor. É um novo olhar sobre o mundo, com a lucidez e a crueza da maturidade.

Quem Me Leva Os Meus Fantasmas? É a pergunta que todos fazem. Para onde vamos? Quem nos cura? Quem nos salva da vida que nós próprios construímos?

É o grito íntimo de um homem, o grito de uma cidade, do país, é o grito do mundo. Quem Me Leva Os Meus Fantasmas? A canção nasce de uma viagem nocturna pelas ruas do Porto e atravessa todas as fronteiras.
É a história de um sem-abrigo, de um operário que vai ser despedido, de uma criança assassinada na Faixa de Gaza.
É a história da miséria interior, de cada pessoa e de todos.
É as notícias dos jornais, que estão cheios de canções. É o grito do mundo.
É a pergunta que todos fazem.

“Quem Me Leva Os Meus Fantasmas” é o regresso à verdade da canção. Rompe com a superficialidade da pop contemporânea, liga-se à tradição de Brel, Brassens, Tom Waits, ou Bob Dylan. Porque a canção não pode continuar a ser apenas entretenimento. Tem de questionar. Já não há lugar para romantismos. Para ilusões.
(...)
Já não há lugar para música ligeira. É preciso fazer a pergunta. “Quem Me Leva Os Meus Fantasmas?”"
Posto isto, só quero dizer, como sempre: Bravo, Abrunhosa!

Sanctorum

Em pleno período quaresmal é quase uma blasfémia estar aqui a comentar tal obra mas acho que já se notou que tenho uma qualquer fixação por assuntos controversos :) e, além do mais, acredito que arte é arte.
Aviso antes de tudo que este post pode ferir susceptibilidades dado incidir sobre o Cristianismo. Ademais, refiro que não é meu propósito ofender nenhuma crença, mas apenas comentar um assunto sobre o qual correu já muita tinta.
Fazendo lembrar um dos episódios da TLW com uma exposição chamada "Provocations" (será que a autora se inspirou neste trabalho?), é agora alvo de críticas o trabalho do artista espanhol Jose Antonio "Jam" Montoya, capaz de colocar muitos Católicos em fúria. A dita obra - Sanctorum - apresenta fotografias a preto e branco de figuras religiosas representadas por modelos nús e em posições explicitamente sexuais, incluindo até representações do próprio Jesus Cristo e Maria. As fotografias de JAM recriam cenas religiosas de pinturas famosas, mas acrescentando-lhes elementos eróticos e/ou pornográficos.
Contudo, segundo o artista citado no Daily Telegraph, nunca foi seu objectivo ofender ou chatear os Católicos, mas somente criticar aquilo que entende como hipocrisia dentro da Igreja, referindo a discriminação às mulheres ou aos padres homossexuais, entre outras questões. Adianta ainda que a única reacção que quis de facto provocar foi a de mostrar às pessoas aquilo que, realmente, causa dano ao Cristianismo.
Sanctorum trata-se de uma colecção composta por dois livros de fotografia editados em 1997 (e, posteriormente em 2003) mas agora lançados para a ribalta à custa das críticas do Partido Popular espanhol, da oposição, que os apelidam de atentado à moral e a toda uma fé. De resto, é relativamente fácil perceber porquê. Avizinham-se eleições e, num país extremamente religioso, nada melhor do que atiçar o povo para o facto de uma obra de cariz sexual ter sido co-financiada pelo partido no poder, com o dinheiro dos contribuintes. Obviamente, trata-se de uma manobra política nojenta e medíocre, até porque, quando publicados, os livros não causaram tanta controvérsia.
Deixo-vos com texto que introduz esta colecção, na página do artista, acrescido de uma citação de Otto Mühl (postar as fotos poderia ser demasiado indecente!). Para quem quiser conhecer a obra, visitar aqui.
"Para la realización de estas imágenes el autor recurre a la paráfrasis, a la reutilización de imágenes religiosas de la iconografía clásica, dotándolas de un nuevo sentido e intencionalidad claramente transgresiva y procurando una inversión en su significado más profundo. Exalta la sexualidad como faceta inherente al ser humano independiente de cualquier creencia o religión. El sexo es la vida y está inscrito en nuestra naturaleza, a pesar de que la religión católica esté obsesionada por negarlo."

'El artisra es el desraciado que se ha vuelto perverso. En esta prversidad se halla el camino de la redención de la sociedad: las estéticas de la burla, la obscenidad y el pozo negro son los caminos morales contra la conformidad, el materialismo y la ignorancia.'
Otto Mühl

I miss it already...



Não é meu costume estar a comentar episódios avulso de séries mas...esta é especial! Vi hoje o último episódio da 4a temporada de TLW. E já estou com saudades!! Espero que não seja um long time coming até à próxima temporada! :)
Ora bem:
* Estava capaz de matar, à facada (!), a Jenny! Estava mesmo a irritar-me! Porque raio é que ela é tão egoísta, insensível, perturbada?! Preferia tanto a ingénua e doce Jenny da 1a season...
* Escaldante-quase-a-queimar :) a cena de sexo entre a Shane e a Paige! E muito engraçada aquela combinação com cenas dos anos 50/60. Aprovei. Mas, não deixa de ser curioso ver o quanto aquela rapariga mudou. Agora é só família, lar, casa, futuro! Óbvio que gosto mas...porque é que ela não se lembrou disso com a Carmen?
* Cinco estrelas a parte em que a Bette, Alice e Shane vão buscar/roubar o enigmático letreiro "17 Reasons Why"! :) O que eu ri quando os cães apareceram! :D De resto, todas as cenas que evidenciam a amizade que existe entre elas é, para mim, lindíssimo. E medalha de ouro para a Alice que é hilariante e, confesso, nesta temporada subiu em flecha nas minhas preferências!
* Falando em amizade, de ínicio não liguei muito à Papi mas, de episódio para episódio, tem vindo a subir na minha consideração. Pelo carinho para com a Kit, pelas palavras sábias para a Helena mas, sobretudo, pela amizade com a Tasha. No fundo, todas as rufias têm o seu coração mole e...nada vale tanto como uma grande amizade!
* Ainda bem que a Alice se reconciliou com a Tasha. E o meu aval positivo pelo facto de terem incluído na série uma oficial do exército lésbica. Tendo em conta as recentes declarações lá do manda-chuva do exército americano...vem mesmo a calhar!
* A Phyllis com a Joyce? Tinha de ser! :D Mas..ainda bem para as duas! :)
* A Helena a roubar o dinheiro da Catherine (a fazer apostas sobre o fim de uma relação?? isto é que é uma real gambling addict!)...É muito bem feito. E ainda bem que, finalmente, a Helena abriu os olhos mas...parece-me que ainda vai arranjar sérios problemas com a brincadeira.
* Fiquei contente por rever a nossa Dana! Ainda agora me pergunto porque é que a autora decidiu matar uma das personagens mais queridas da série!...Muita sensatez naquelas palavras dirigidas à Alice. Nunca sabemos o dia de amanhã, não é?
* Finalmente, a Bette e a Tina. Quanto tempo mais vai demorar até que percebam o que é óbvio? É claro que achei tão romântico o gesto da Bette para a Jodi (tinha mesmo de se fazer de difícil ao telefone??) mas...prefiro tanto mais a dupla TiBette (that kiss...)! Aguardo ansiosamente novos desenvolvimentos. Tem de haver mais!
Por favor, não me façam esperar muito!!!

Betty na SIC

Duvido que o Francisco Penim ande a ler o meu blog mas...depois de já aqui ter falado da série Ugly Betty parece que esta vai começar a ser transmitida aos Sábados à tarde na SIC! =) Vou tentar ver!