Matam-me as mãos vazias de ti

Porque tu deixas em mim
Tanto de ti
Matam-me os dias
As mãos vazias
De
Ti.

Pedro Abrunhosa

Corda de Nós

Dói-me a cabeça, a alma e o corpo. Dói-me o meu tempo sem tempo e o teu silêncio que encontro como resposta e como castigo. Mereci. Sei disso. Geralmente abuso da sorte. Tendo a esticar a corda ao limite, convicta de que ela aguenta a pressão. Mas hoje, tu, corda que me une à vida, partiste. Volta. Prende-me. Une-me. A ti.

Animais

Vejo hoje a notícia do suinicultor de Alcácer do Sal que deixou dezenas de porcos à sua sorte, a morrerem de fome e de sede, e choro com tanta vontade que começa de imediato a doer-me a cabeça. Do mesmo modo, nunca conseguirei esquecer as imagens das dezenas de cães abandonados durante mais de seis meses numa vivenda em Torres Vedras, resgatados daquela inundície, num estado atroz, em Julho de 2005. Ou a recente polémica do artista que expôs como trabalho um cão faminto, acorrentado, a que ninguém se dignou alimentar e que acabou por morrer de fome à vista de todos.
Pesa-me com uma indignação e tristeza enormes saber que existe gente capaz de tão vergonhosas atitudes. Não entendo por isso como é que chamar "animal" a alguém pode ser um termo pejorativo. Ser homem, esta espécie infame que não respeita as outras, é realmente uma ofensa mais certeira...

Ecos

Gosto de pensar. Gosto de sentir. Gosto de ti. E gostei disto. Porque tudo à minha volta ecoa o teu nome.

Magnificat

Depois de ver esta mulher, com este homem, nesta cidade, com esta música como fundo...uma pessoa começa a achar que ter gasto 48 Euros, no Sábado, numa lingerie da Intimissimi até valeu muito a pena. :p


Ler Para Crer


Impérios do consumo também rezam missa
2001-10-28 11:19:47

"Fazer compras, ir ao cinema, comer ou descansar numa esplanada. Pode-se fazer quase tudo num centro comercial. Nas Amoreiras e no Colombo, duas importantes "catedrais" do consumo de Lisboa, pode-se até rezar, ir à missa, frequentar a Escola de Leigos, casar ou baptizar um filho. Curiosamente, nem todos os visitantes se apercebem da existência das capelas, estrategicamente colocadas à entrada destes centros comerciais, cada uma com cerca de uma centena de lugares sentados.
A capela das Amoreiras nasceu com o próprio centro comercial, em 1985, provocando um grande impacto arquitectónico na cidade, pela mão do arquitecto Tomás Taveira. O espaço religioso é perfeitamente autónomo. No Colombo, centro cuja decoração retrata a época dos Descobrimentos, o espaço da capela foi cedido gratuitamente. A Igreja apenas assume os encargos com a electricidade, telefone e manutenção das instalações, e depende da paróquia de Benfica. Dois centros comerciais que se assumem diferentes, mas onde os espaços religiosos são vistos pelas respectivas administrações como uma "mais-valia".
Nas Amoreiras, o padre Peter Stilwell dá missa quase todos os dias, cerca das seis horas da tarde. Além da Escola de Leigos, pela qual já passaram cerca de cinco mil alunos nestes últimos dez anos, abre-se espaço a orações de grupo e atendimento. Uma realidade semelhante à do Colombo, mas onde as missas apenas acontecem aos fins-de-semana. Os domingos são os dias de maior afluência nas igrejas destes dois centros, mas há um movimento constante de pessoas que se recolhem por alguns minutos. A Igreja do Colombo já fez, pelo menos, um casamento e dois baptizados.
As capelas funcionam sobretudo como "um espaço de recolhimento, de pausa", explica ao JN Eduardo Vieira, director comercial do Colombo. Tanto são utilizadas por funcionários como por visitantes, ao final da tarde ou na hora de almoço. "Há sempre caras novas", garante o padre Peter Stilwell, da capela das Amoreiras.
Isaura Gonçalves é voluntária na Igreja do Colombo. Faz parte de um grupo de várias dezenas de mulheres que toma conta do espaço e recebe os fiéis. Revela que grande parte das pessoas que entra procura ali um abrigo para conversar ou reflectir. Isaura Gonçalves prefere a expressão "conversar" à palavra "desabafar", porque é "mais leve e mais abrangente". Por isso, afirma que uma das suas funções é de "ouvinte", em vez de "confidente". Os idosos são aqueles que mais se recolhem diariamente. "Passeiam pelo centro e, depois, procuram aqui algum sossego. Saem daqui com um ar bem mais tranquilo", assegura a voluntária.
Fátima Crespo é uma frequentadora assídua da capela das Amoreiras. Reside na zona de Campolide e tem igrejas tradicionais perto de casa, mas prefere a do centro comercial, por ser "um espaço agradável e íntimo", que transmite paz. "Sinto-me melhor aqui. Sei que pode parecer um paradoxo. Entro e parece que estou noutro mundo", diz. Nas Amoreiras, tal como no Colombo, onde os visitantes diários se contam aos milhares, há quem desconheça por completo a existência destes espaços. Contudo, a maioria dá pela presença das igrejas, mas nem a curiosidade os levou ainda a entrar. É o caso de Maria Pimentel. "Venho muitas vezes às Amoreiras, mas nunca entrei na capela. Acho que a ideia de haver um espaço religioso muito boa e parece-me que é bastante frequentada", acrescenta. Alberto Torres, por exemplo, é funcionário nas Amoreiras há 11 anos e ainda não conhece a capela. Não tem nada contra, pelo contrário: "Acho bem que exista, porque é um sítio bom para descontrair e pensar na vida".

Inventar a senhora das Descobertas
"Virgem Santa Maria, rainha do Céu e da Terra, Senhora dos mares profundos, Vós que foste companheira extremosa dos que se aventuraram na descoberta de novas gentes (...) fazei surgir a civilização do amor, para que todos os homens se amem como irmãos, segundo os desígnios de Deus Pai. Ámen".
É assim que começa e acaba a oração a Nossa Senhora das Descobertas, criada propositadamente para veneração na Igreja do Centro Colombo, construído sob o tema da expansão portuguesa. A escultura de Nossa Senhora das Descobertas foi criada por José Pereira. Uma das características da imagem é a posição do seu manto, que faz lembrar os pontos cardeais. Uma santa diferente que costuma ser alvo de muita curiosidade para quem se desloca pela primeira vez à Igreja do Colombo. "Muitas pessoas perguntam-me como surgiu a ideia do nome. Nós explicamos que o Colombo foi construído com o tema das Descobertas", explica ao JN Isaura Gonçalves, uma das voluntárias da Igreja, que pertence à paróquia de Benfica.
Uma das atracções da Igreja do Colombo é uma imagem de um Cristo de Marfim, muito antigo, datado do século XVIII, doado por um paroquiano. Na capela do Centro Comercial das Amoreiras é venerada uma imagem antiga de Nossa Senhora da Conceição, a que muitos chamam vulgarmente Senhora das Amoreiras."


Fonte JN

Ironias do Capitalismo

O Colombo tem uma capela.

Ironias da Morte

O cemitério dos Prazeres tem sala de espera.

He's Back

daqui.

Coisas que eu descubro :)

"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos.
Não nos contaram que amor não é acionado nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.
Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo.
Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um", duas pessoas pensando igual, agindo igual, que isso era que funcionava.
Não nos contaram que isso tem nome: anulação.
Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.
Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto.
Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade.
Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.
Ah, nem contaram que ninguém vai contar.
Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz se apaixonar por alguém."

Martha Medeiros - Jornalista Gaúcha

Prendas de Natal

Só até Sábado. Corram!

Multiplica pelo infinito e ainda assim...

"Sway My Way", Bic Runga

Joe Black: So that's what love is according to William Parrish?

William Parrish: Multiply it by infinity, and take it to the depth of forever, and you will still have barely a glimpse of what I'm talking about.

Tentar

"William Parrish: Love is passion, obsession, someone you can't live without. If you don't start with that, what are you going to end up with? Fall head over heels. I say find someone you can love like crazy and who'll love you the same way back. And how do you find him? Forget your head and listen to your heart. I'm not hearing any heart. Run the risk, if you get hurt, you'll come back. Because, the truth is there is no sense living your life without this. To make the journey and not fall deeply in love - well, you haven't lived a life at all. You have to try. Because if you haven't tried, you haven't lived. "
in Meet Joe Black

Don't Pretend....

Vai-se Andando

Tu que estás preso, ouve-me. Liberta-te desses grilhões. Solta as amarras e parte sem medo. Não me fales das vicissitudes da vida, do emprego, dos filhos, do dinheiro. Tretas. Bullshit! És tu quem impões as tuas próprias limitações. Mas repara: és ilimitado. Acreditas e és. Não vês que és mais do que um estatuto e uma imagem? Quebra os vínculos. Faz o que elE diz: torna-te naquilo que és.
Tu não és apenas pai e mãe, um filho ou um ordenado. Sai dessa caixa! Vive em vez de existir, de uma vez por todas. A vida não é essa letargia do contentamento, essa construção do correcto e perfeito. Não pode ser. Afugenta esse medo, porque se seguires o caminho dos outros só chegarás aonde eles chegaram. Sai do rebanho!
Infelizes daqueles que se contentam com a normalidade, com o "vai-se andando". A vida tem de ser vivida no limite, no extremo, tem de ser um êxtase orgásmico de sensações. Por isso descobre sítios que não sonhavas existir, pessoas únicas, momentos irrepetíveis. Tu és infinito. Descobre por ti próprio. Estica os braços e toca o céu.

1 Ano Depois

Ontem este blog celebrou o seu primeiro aniversário de vida e este é o post n.º 500. Nem de propósito!
Um ano depois do "E no ínicio...a Marisa criou o blog!" posso dizer que esta tem sido uma experiência deveras enriquecedora. Teve momentos parvos, reflexões sérias, vídeos, músicas e instantes que marcaram. Conheceu debates interessantes, o arrependimento e o reconhecimento, alturas de energia e outras de pura preguiça ou falta de tempo. Permitiu que eu (re)conhecesse amigos. E, mais importante que tudo - trouxe-te até mim. E por tudo isto e muito mais o meu obrigado a todos os que por aqui se passeiam, os que aqui páram por engano e saem a correr, os que entram, gostam da decoração e ficam para um copo e os de sempre, que já vêm morando por aqui. Obrigado.

Autores de que gosto

"Suponho - e digo suponho porque verdadeiramente nunca gostei de nenhuma - que os autores sejam como as fodas que damos na vida. Umas vezes gostamos, outras vezes não."