Programação
É bom que tenham TV Cabo ou, por outro lado, podem sempre descansar na Sexta-feira 4 Set.
Quarta 2 Set. – PS-CDS (TVI)
Quinta 3 Set. – BE-PCP (SIC)
Sábado 5 Set. – PS-PCP ( TVI)
Domingo 6 Set. – BE-PSD (TVI)
Segunda 7 Set. – CDS-PCP (SIC)
Terça 8 Set. – BE-PS (RTP)
Quarta 9 Set. – PSD-PCP ( TVI)
Quinta 10 Set. – CDS-PSD (RTP)po
Sexta 11 Set. – BE-CDS (RTP)
Sábado 12 Set. – PSD-PS (SIC)
via 5 Dias
O Porreiro e a Senhora
O ateísmo de Saramago I
Legends of the Fall
O ateísmo de Saramago
Se eu fosse você (...eu voltava para mim)
Ou: Tony Ramos é o mais talentoso actor brasileiro, na minha modesta opinião.
Serendipity
A Eureka de Tarantino I
*Pronto, não digo mais nada para não estragar o resto mas... não percam este filme. Está magnífico.
A Eureka de Tarantino
Inglourious Basterds (spoiler)
Confiar na Medicina
Quando me disseste "confia na Medicina" não pude deixar de lembrar de imediato do avô. Poucas pessoas na família o confessaram mas sei que todas o pensaram, até eu. Talvez tivesse sido melhor se fosse diferente. Era inevitável, sei que sim, já me explicaste da complexidade e da pouca probabilidade que existia, mas seria diferente. Em todos a suspeita inútil de que o tratamento foi mais rapidamente mortal do que a doença, talvez mais benéfico até em dada perspectiva, mas no tempo que lhe/nos roubou foi cruel e impiedoso, e estupidamente certeiro: um mês.
Falas-me da confiança e não a consigo ter enquanto tudo for experiência, cobaia, vamos ver o que acontece; sei que teria obrigatoriamente de ser diferente neste caso mas como estar tranquila se tudo é hipótese, se nada é garantido, se todos parecem tão perdidos quanto eu, talvez apenas num disfarce mais credível por debaixo da bata branca?
Confio na Medicina como solução mais admissível mas confio mais em ti. Confio quando me dizes que vai ficar tudo bem e agradeço-te num abraço forte e sentido que já tenho saudades de partilhar contigo. Obrigada por estares perto, minha querida.
A teeny tiny possibility
PHOEBE: Ok, look, before you even start, I'm not denying evolution, ok, I'm just saying that it's one of the possibilities.
ROSS: It's the only possibility, Phoebe.
PHOEBE: Ok, Ross, could you just open your mind like this much, ok?
Wasn't there a time when the brightest minds in the world believed that the world was flat? And, up until like what, 50 years ago, you all thought the atom was the smallest thing, until you split it open, and this like, whole mess of crap came out. Now, are you telling me that you are so unbelievably arrogant that you can't admit that there's a teeny tiny possibility that you could be wrong about this?
ROSS: There might be, a teeny, tiny, possibility.
Tabu
(E, mais que a alguém, dói-me a certeza de saber que este será sempre um tema tabu entre nós...)
Caim (ou, como deixar a Marisa super-ansiosa pelo final de Outubro!)
"Caros amigos,
Saramago escreveu outro livro. O seu título é “Caim”, e Caim é um dos protagonistas principais. Outro é Deus, outro ainda é a humanidade nas suas diferentes expressões. Neste livro, tal como nos anteriores, “O Evangelho segundo Jesus Cristo”, por exemplo, o autor não recua diante de nada nem procura subterfúgios no momento de abordar o que, durante milénios, em todas as culturas e civilizações foi considerado intocável e não nomeável: a divindade e o conjunto de normas e preceitos que os homens estabelecem em torno a essa figura para exigir a si mesmos - ou talvez seria melhor dizer para exigir a outros- uma fé inquebrantável e absoluta, em que tudo se justifica, desde negar-se a si mesmo até à extenuação, ou morrer oferecido em sacrifício, ou matar em nome de Deus.
“Caim” não é um tratado de teologia, nem um ensaio, nem um ajuste de contas: é uma ficção em que Saramago põe à prova a sua capacidade narrativa ao contar, no seu peculiar estilo, uma história de que todos conhecemos a música e alguns fragmentos da letra. Pois bem, com a cabeça alta, que é como há que enfrentar o poder, sem medos nem respeitos excessivos, José Saramago escreveu um libro que não nos vai deixar indiferentes, que provocará nos leitores desconcerto e talvez alguma angústia, porém, amigos, a grande literatura está aí para cravar-se em nós como um punhal na barriga, não para nos adormecer como se estivéssemos num opiário e o mundo fosse pura fantasia. Este livro agarra-nos, digo-o porque o li, sacode-nos, faz-nos pensar: aposto que quando o terminardes, quando fizerdes o gesto de o fechar sobre os joelhos, olhareis o infinito, ou cada qual o seu próprio interior, soltareis um uff que vos sairá da alma, e então uma boa reflexão pessoal começará, a que mais tarde se seguirão conversas, discussões, posicionamentos e, em muitos casos, cartas dizendo que essas ideais andavam a pedir forma, que já era hora de que o escritor se pusesse ao trabalho, e graças lhe damos por fazê-lo com tão admiráveis resultados.
Este último romance de José Saramago, que não é muito extenso, nem poderia sê-lo porque necessitaríamos mais fôlego que o que temos para enfrentar-nos a ele, é literatura em estado puro. Dentro de pouco tempo podereis lê-lo em português, castelhano e catalão, e então vereis que não exagero, que não me move nenhum desordenado desejo ao recomendá-lo: faço-o com a mais absoluta subjectividade, porque com subjectividade lemos e vivemos. E falo aos amigos, porque esta carta apenas a eles vai dirigida. Com muita alegria.
Felicidades a todos os leitores: um ano depois de A Viagem do elefante temos outro Saramago. São três livros em um ano, porque também há que contar com o Caderno, o livro que vamos lendo aqui em cada dia. Não podemos pedir mais, o nosso homem cumpriu, e de que maneira. A idade, amigos, aguça a inteligência e agiliza a capacidade de trabalho. Que sorte a nossa, leitores, de ter quem nos escreva."
Pilar del Río
Conversation Portrait
Conversation Portrait: Antonio Lobo Antunes and Paul Holdengraber from Flash Rosenberg on Vimeo.
via Jardim de Micróbios
Mais vale um pássaro na mão (aprende!)
Se isto é um homem II
Primo Levi
Se isto é um homem I (notas soltas)
"verifica-se que existem entre os homens duas classes particularmente bem distintas: os que se salvam e os que sucumbem. Outros pares de contrários (os bons e os maus, os sensatos e os insensatos, os cobardes e os corajosos, os desgraçados e os afortunados) são muito menos nítidos, parecem menos congénitos, e sobretudo admitem graduações intermédias mais numerosas e complexas."
"(...) que hoje aconteceu uma coisa abominável que nenhuma oração propiciatória, nenhum perdão, nenhuma expiação dos culpados, nada, em suma, que esteja em poder do homem fazer, poderá nunca mais cancelar? Se eu fosse Deus, cuspiria para o chão a oração de Kuhn."
"a dor de recordar, o antigo e feroz sofrimento de me sentir homem, que me assalta como um cão no instante em que a consciência sai da escuridão. Então agarro no lápis e no caderno e escrevo o que não seria capaz de dizer a ninguém."
"(...) já não sou bastante vivo para ser capaz de pôr termo à minha vida."
"Destruir o homem é difícil, quase tanto quanto criá-lo; não foi fácil, não foi rápido, mas os Alemães conseguiram-no. Desfilamos dóceis, debaixo dos seus olhares; da nossa parte nada mais têm a recear: nem actos de revolta, nem palavras de desafio, nem sequer um olhar de condenação."
Se isto é um homem
Nas vossas casas aquecidas,
Vós que encontrais regressando à noite
Comida quente e rostos amigos:
Considerai se isto é um homem
Quem trabalha na lama
Quem não conhece paz
Quem luta por meio pão
Quem morre por um sim ou por um não.
Considerai se isto é uma mulher,
Sem cabelos e sem nome
Sem mais força para recordar
Vazios os olhos e frio o regaço
Como uma rã no Inverno.
Recomendo-vos estas palavras.
Esculpi-as no vosso coração
Estando em casa andando pela rua,
Ao deitar-vos e ao levantar-vos;
Repeti-as aos vossos filhos.
Que a doença vos entreve,
Que os vossos filhos vos virem a cara.
Primo Levi, Se Isto é um Homem
Um coração de puta
Pedro Paixão. Barely Legal
Unfaithfully Yours: a perfect storm
Dear Karen,
If you're reading this, it means I actually worked up the courage to mail it, so good for me. You don't know me very well but if you get me started, I have a tendency to go on and on about how hard the writing is for me. This, this is the hardest thing I've ever had to write. There's no easy way to say this so I'll just say it. I met someone. It was an accident, I wasn't looking for it, I wasn't on the make. It was a perfect storm. She said one thing, I said another. Next thing I knew I wanted to spend the rest of my life in the middle of that conversation. Now there's this feeling in my gut: she might be The One. She's completely nuts in a way that makes me smile, highly neurotic, a great deal of maintenance required. She is you, Karen. That's the good news. The bad is that I don't know how to be with you right now. And it scares the shit out of me. Because if I'm not with you right now, I have this feeling we'll get lost out there. It's a big, bad world full of twists and turns and people have a way of blinking and missing the moment, the moment that could have changed everything. I don't know what's going on with us, and I can't tell you why you should waste a leap of faith on the likes of me. But damn you smell good. Like home. And you make excellent coffee -- that's got to count for something, right? Call me.
Unfaithfully yours, Hank Moody
ontem, no Californication
Não me chames linda. Não tens assim tanta confiança.
Y Uno Aprende
uno aprende la sutil diferencia
entre sostener una mano
y encadenar un alma,
y uno aprende
que el amor no significa acostarse
y una compañía no significa seguridad
y uno empieza a aprender...
Que los besos no son contratos
y los regalos no son promesas
y uno empieza a aceptar sus derrotas
con la cabeza alta y los ojos abiertos
y uno aprende a construir
todos sus caminos en el hoy,
porque el terreno del mañana
es demasiado inseguro para planes...
y los futuros tienen una forma de caerse
en la mitad.
Y después de un tiempo
uno aprende que si es demasiado,
hasta el calorcito del sol quema.
Así que uno planta su propio jardín
y decora su propia alma,
en lugar de esperar a que alguien le traiga flores.
Y uno aprende que realmente puede aguantar,
que uno realmente es fuerte,
que uno realmente vale,
y uno aprende y aprende...
y con cada día uno aprende.
Jorge Luís Borges
Metades de laranjas
(não é obsessão, é só um comentário, porque gostei muito daquela frase ali em cima)
Cinderela
Conversas com Deus I
Conversas com Deus
Ele - Um livro grande por um preço pequeno.
Eu - Pois.
Ele - Assim é que devia ser. Não é como "Conversas com Deus", os 3, foram quase 50 Euros! Uma senhora disse para eu procurar lá as respostas.
Eu - Então e encontrou?
Ele - Não mas ainda comecei há pouco tempo. Ainda tenho que ir estudar aquilo.
Gatos vadios (to be continued...) I
Gatos vadios (to be continued...)
O que aconteceu?
- Well, what happened?
- Life happened. Things happened. Time happened.
- Sometimes, even if you have the keys those doors still can't be opened. Can they?
- Even if the door is open, the person you're looking for may not be there, Katya.
Conversa de Circunstância
Se com filhos, pergunta pelos filhos.
Nunca falha.
Ser ter pão, ser tua comida
Eu quero a sorte de um amor tranquilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia
E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia
E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio, o mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente não
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria
Cazuza
Don't say a word*
*just kiss me.
O vazio de um sentido
Para Sempre (notas soltas)
"Amar é pôr ao alto e ao longe, treme-se como diante de um deus tresloucado. Amar muito é ter pouco de nós com que se possa ser gente. Amar é ser desgraçado e eu era."
"Não sei fingir que amo pouco quando em mim ama tudo."
"O cão é o nosso outro sem as chatices, as bandalheiras de todos os outros. O cão é o homem em melhor. É a moral mais perfeita porque é feita de deveres sem direitos."
"Não há nada que pensar. Uma ideia muito intensa não dá mais que para vivê-la. Não tenho nada que pensar."
"Mesmo que seja falso. Desde que tenha uma função, é verdadeiro."
"(...) já sei que no mito do Homem que não quero mitificar cabem todos os mitos, mesmo o que nos põe prendas no sapatinho, como se o Homem não fosse mito bastante para não haver mais nenhum."
"(...) porque relembrar? porque recontróis a vida no oco da imaginação? eu sei. Eu sei que tudo é vão e estúpido como a invenção infantil. E todavia. Recuperar o absoluto, mesmo que em ficção. Mas toda a vida é um fingimento e só uma pedra é real. E o estrume."
Leve Beijo Triste
Deixa que te leve
assim tão leve
Leve e que te beije meu anjo triste
Deixo-te o meu canto canção tão breve
Brando como tu amor pediste
Espectros de sanidade
Lembrar até esquecer*
Mas eras tu e só eu é que poderia saber. Porque existia aquele crescendo que faz acelerar o coração numa roda viva, a respiração já fora do seu compasso habitual, a vontade premente de querer mais num sorriso que desponta de lado, safado, de luxúria e concupiscência, a cabeça abanando, incredulidade e desejo nesse abandono e até o teu olhar semi-cerrado e desperto na expectativa cruel e demorada que me dava prazer deixar em ti. O indicador atrevido, lento dolorosamente lento, a passear-se nos lábios, na boca, na língua, provocador e em câmara lenta como no cinema, como agora. Bastava isso e logo a tua expressão súbita e transformada de posse e loucura, desejo que arrasta desejo. Não sei esquecer isso, portanto continuo a lembrar. Lembrar até esquecer.
Teoria da Conspiração
Parecenças
Mas dizia-te eu da Joana. Foi noutra vida, há sempre muitas vidas numa vida e às tantas confundem-se todas e depois já não sabes quem és. Alguma vez soubeste? Que mania tens tu de quereres saber. Falava-te pois da Joana, deixar-me por fim de voltas quando se pode chegar em linha recta, o problema sempre foi o dos desvios e atalhos, demorar na instância de prolongar. Sabia que me lembrava alguém e foi só há dias, lembrei-me então. Era a Joana.
O mesmo cabelo livre e selvagem, os mesmos olhos grandes e a sua luz de desejo de infinito, o mesmo interesse genuíno no acto de criar, como se brotasse dela, como se necessidade, a mesma força e confiança que me intimida e fascina, como quando se olha enfeitiçado para o fogo, cuidado para não queimar. Deixava-lhe poemas de Pessoa debaixo da porta, subtis e de alento, quando a via chegar a casa com o olhar apagado de tristeza, e certa de que estaria já a dormir. Infantil e cobarde até na surpresa. E no dia seguinte ela sorria-me de manhã e nada tinha acontecido. Pois bem, é a Joana, mostrar-te uma fotografia, se a tivesse, e concordarias comigo. Tanta ironia, ter vivido com ela, tanto descaramento na parecença óbvia. E agora tu já sem nós mas ainda eu contigo e tu comigo, embora num espaço onde não posso ser. Outra vida, distante. Tão distante quanto tu. Mas ainda menos. Certamente menos.
Transa Atlântica
Ser mal-educada
Em que é que pensas?
E tu? Quando vês um gajo giro, pensas em quê? Nos livros que lerá.
Sobre o que é o teu livro? É um livro sobre patinagem no gelo."
Pessoas normais
Pessoas vivas e felizes
Recuperar, aqui
Estou lembrando menos de você
Falta pouco pra me convencer
Que sou a pessoa errada
The one and only I
Sala
A evolução (natural) das espécies
Festival do Marisco (ostras)
Festival do Marisco (souvenir)
Festival do Marisco (família)
Depois havia o pai, onde a menina ensaiava os truques de karaté que tinha aprendido com a amiga na escola e ficavam assim largos momentos, o pai a espicaçá-la, ela a responder-lhe à letra. O pai era um sujeito pequeno mas muito confiante de si, que achava que a "Brandie Charlie" era um homem, camisa desapertada a deixar antever o peito cabeludo de macho que se preza, óculos de sol, sorriso malandro de quem gosta de agarrar as mamas da sua fêmea em público, e já alguns cabelos cinzentos nos cantos, junto às orelhas, que lhe davam uma ponta daquele irresistível charme que um cabelo grisalho pode despertar. Ou talvez fosse porque o seu sorriso me parecia o de um Rui Unas mais velho, e eu gosto muito do Rui. Estavam ainda a avó e o avô, que não pareciam largamente satisfeitos, trazidos de arrasto para não ficarem distantes da sua solidão.
E entre as muitas situações que o bom senso aconselhou a não comentar ficaram-me três: a daquela menina a sugerir um golpe no pescoço de sua avó e dizer para o pai "queres que eu mate a tua mãe?"; a de quando disse com gozo, era gozo, que havia uma fufa na escola, tentando imitar o seu comportamento; e, quando a avó não conseguiu tirar a linda foto da linda família com a recente câmara digital, logo ela, prontamente: "és mesmo burra!".
E custou-me pensar mas acredito que aquela vai ser a miúda popular na escola, que ninguém vai querer irritar, que vai fazer a vida negra a muita gente e que não tem medo algum, porque tem os sagrados paizinhos para a defender, mesmo na mais ultrajável e absurda situação. E um dia a directora vai chamar a atenção dos pais e eles não vão perceber o porquê.
(Tenho tanto orgulho na educação que os meus pais nos deram.)
Allgarve (rituais) I
Allgarve
Tocar-te os dedos dos pés, suavemente, como se teclas de piano
- If he cannot percieve her regard, he is a fool.
- We are all fools in love.
Pride and Prejudice
The one and only
Essa coisa chamada amor
(António Lobo Antunes, 66 anos e aclamado escritor Português, conheceu a jornalista Brasileira Raquel Cristina dos Santos de 31 anos, quando esteve na FLIP, em Paraty. Dois meses volvidos, estão prestes a casar.)
Donos da Verdade
Já não se pode ser bom
e Rodrigo Moita de Deus foi constituído arguido: estou solidária.
Mas vale a pena, ouviste?
Por isso te digo que nenhum amor é vão. Nenhum. Nem os que acabam à bofetada, ou em silêncios ressentidos porque se disse tudo e não se foi a lugar nenhum e realmente as palavras não chegam - ás vezes a cena que também me acontece, é a de que as palavras vêm às golfadas e por isso o melhor é ficar calada para não perder a compostura e não fazer feio.
Depois deixamos, muitas vezes, de poder ouvir músicas boas durante uns tempos, porque nos lembram o lado de talhante dos nossos amores e em casos mais graves ainda, podemos até deixar de ler bons autores, porque também nos lembram a carnificina que é o fim do amor. Mas vale a pena, ouviste? Vale a pena, porque é como ter filhos e a gente esquece-se e o prazer de perder o controlo mais e mais e mais uma vez é tentador e mágico como se tivesses cheirado uma linha de cocaína. E dá uma tesão do caraças."
Mónica Marques, no SushiLeblon
Lá Fora
Pets
(Se parecer que ele quer fugir é só impressão. Aqui trata-se bem os animais.)
Terapias
Ser especial
Preciso de ti porque preciso dela
O mal sempre esteve mas é quando lhe dói que me dói também e logo o pânico de ser cedo demais. Não te atrevas. Não há sentidos últimos a decifrar mais tarde, não tens qualquer justificação que o mereça, escusas de me falar do reconforto dos verdes prados e da vida eterna. Prefiro esta! Pede-me o que for preciso. Não tenho medo desde que me garantas que é possível. Sempre gostaste tanto de sangue! Por isso tinha de ser sangue, não é? Carne da minha carne, sangue do meu sangue. Tomai e bebei. Só não te chamo os nomes que me apetece agora para não blasfemar, podias levar a mal e eu só quero a tua compaixão. Faço trocas e acordos contigo, como fazem quase todos, se isso quiseres. Diz-me o que queres. Mas tira-lhe o peso, entranhado nas pernas, da morte. Liberta-a e toma-me a mim. Mesmo que ela diga que não e que está bem e que não é preciso, não importa. Preciso de ti porque preciso dela. Preciso dela porque a amo. Tenho medo agora. E não tenho vergonha.
Anticorpo SAF (o corpo virado contra si próprio)
Happy Ever After (Beautiful Disaster)
She would change everything for happy ever after
Caught in the in between of beautiful disaster
She just needs someone to take her home
Coisa Ruim
Títulos
Diferenças
Delação
E, num instante de fúria longamente contida, apetece-me destruir quem tão árdua e cobardemente se deu ao trabalho de destruir, não faças aos outros para que não volte para ti. Afogar, sufocar, esganar, todas as formas possíveis de lentamente apagar uma forma doente da Criação. Torno-me por momentos assassina em potência, imune a remorsos e impiedosa para com palavras de arrependimento e choro em pranto. Mas até a morte tem de ser merecida, por isso ainda não.
A tua bondade sempre foi mais visível do que a minha, por isso, apenas consegues sentir dó por pessoas assim, instáveis e atormentadas, egoístas e pouco escrupulosas, que não medem os meios para atingir os fins que procuram. Não me aches cruel por escrever isto. Não posso ignorar tudo o que sofremos naquele fim antecipado do qual éramos apenas vítimas e que não conseguimos evitar. Não posso aceitar sem ser com indignação e raiva que a mesma pessoa tenha agora o descaramento de te submeter de novo a esse terrorismo psicológico, indiferente aos danos que causou já antes, insistindo numa obsessão psicopata de posse. Perdeste tanto por isso, meu amor, que às vezes quero assumir todas as culpas só para que tenhas a certeza que nada foi em vão e que tudo vais recuperar.
Muito embora queira absolver-me na fatalidade e assim culpar algo que está fora de mim, sei que não foi por causa disso. Mas a adivinhar-nos um fim, diria que começou aí, nesse gesto de asco para o qual ninguém estava preparado. E depois a minha petrificação no medo e na impotência, querer resgatar-te desse negrume em que os dias se tornaram e não saber como. Devia ter ido mal me informaste, largar tudo mas nunca te largar a mão, poder estar do teu lado para te abraçar e dizer que ia correr tudo bem porque nos bastávamos, mas a minha cobardia não o permitiu e só me restou esperar. O fim. Sei que não foi por causa disso mas não duvido que contribuiu, não me tentes convencer do contrário. Mas basta de ses.
Não vou permitir que tudo volte de novo, o pânico, a preocupação e o medo. Porque tu não mereces isso e porque, egoísta também nas minhas justificações, não quero ser testemunha da diferença da sua atitude para contigo, que sei corajosa, em comparação com a minha, que foi cobarde - a comparação é subcutânea e inconfessável, perdoa-me. Desta vez vai ser diferente, garanto-te. Agora segura a minha mão na tua, desta vez não te largo a mão.
Problema de Expressão
Só pra dizer que te Amo,
Nem sempre encontro o melhor termo,
Nem sempre escolho o melhor modo.
Devia ser como no cinema,
A língua inglesa fica sempre bem
E nunca atraiçoa ninguém.
O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.
Só pra dizer que te Amo
Não sei porquê este embaraço
Que mais parece que só te estimo.
E até nos momentos em que digo que não quero
E o que sinto por ti são coisas confusas
E até parece que estou a mentir,
As palavras custam a sair,
Não digo o que estou a sentir,
Digo o contrário do que estou a sentir.
O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.
E é tão difícil dizer amor,
É bem melhor dizê-lo a cantar.
Por isso esta noite, fiz esta canção,
Para resolver o meu problema de expressão,
Pra ficar mais perto, bem mais de perto.
Ficar mais perto, bem mais de perto.