Walk Tall


Anatomia de Grey, esse poço de sábias frases

Did you know?



via Lugares Mesmo Comuns

A hora da verdade !

Como se diz: "é preciso que tudo mude para que tudo fique na mesma". Não entendo este País.

Don't vote (a hora da verdade)




It's only about your future. So unless you care...don't vote.


Não sei se me irritam mais aqueles que se limitam a dizer "votar para quê?? eles são todos iguais!" ou aqueles que dizem que não vão votar porque são reaccionários e que, pelos vistos, acham que a abstenção é uma forma válida de protesto. Depois podem queixar-se.

Bolañomania


"Desconfio sempre dos entusiasmos bovinos em redor de certos autores. Como o recente e orgástico alarde à volta do escritor Roberto Bolaño. Está na boca de toda a gente. Fizeram-lhe até uma festa de lançamento com direito a leitura de excertos pela Soraia Chaves e shots de margueritas. Um horror. A literatura já não é o que era. A literatura, mesmo a que se quer decente, a tal do cânone, está na moda. E tudo o que está na moda perde o encanto. Torna-se ordinário. Quero os livros que leio para mim."

The face of Jewish vengeance




















Uma das cenas mais bonitas e artísticas do filme, na minha humilde opinião, é aquela em que Shoshanna morre. A banda sonora, a imagem, a surpresa daquele desfecho (saltei da cadeira surpreendida e na minha mente soltou-se um enorme "seu filho da mãe"), os sentimentos expressos na cara dos actores, toda a combinação: uma morte bela.





(e esta pequena maravilha)

Todas as cartas de amor são ridículas*

Sobretudo quando conseguem ser sentimentais sem ser porém piegas.

* roubado a Pessoa

Mais ou menos isto

via Aurea Mediocritas

Datas

A memória é lixada.

A estrada mais longa

"(...)Aos meus olhos, quero sempre o deslumbramento virgem e sagaz. Quero a sede. A sede que angustia ao sol poente. A sede de quem acredita que nao ha vida, se nao for, humanamente embriagado por sua seiva. A insanidade me convence e me poem a prova. Nao ha que se fazer racional frente ao sonho em carne viva.

Quero o mergulho pleno nas aguas frias, o vento que arrepia meus poros, ja cansados de se taparem entre elas. Quero a nudez. A coragem. A persistencia de quem nao desiste de ser insanamente feliz. A adrenalina. A aventura.

Quero a busca constante e a alma de um infante. Quero ver no tombo um sorriso e no extase um olhar de agradecimento. Quero a estrada que nunca finda, por de sois alaranjados deitando-se longamente sobre um mar azul, na moldura de estrelas que caem do ceu, para me ver amar com demasia.

Anseio a estrada mais longa..."

Falar em público

Amava tanto as palavras que tinha vergonha de as dizer em voz alta.

O Escritor

ele disse não sei porque escrevo o teu nome.
eu olhei para ele. eu disse o meu nome não
é tudo o que podes escrever.

ele escrevia o meu nome num papel. ele sentava-se
numa cadeira e o luar era a luz de um candeeiro
sobre as palavras escritas.

ele disse amo-te.

ele disse tenho medo que um dia deixe de poder
escrever o teu nome. eu disse o meu nome não
é tudo o que podes escrever.

ele escreveu o meu nome durante muitos anos.
e eu perguntei porque continuas a escrever
o meu nome? ele olhou para mim. e perguntou
quem és tu?

José Luís Peixoto

O sublime terror

"O sublime terror de nos apaixonarmos e sermos humanos. E por detrás, ao fundo, depois de respar a superfície das coisas, das pessoas, dos olhos, estás tu, continuas tu, tens de ser tu."

Pedro Paixão, Barely Legal

You Know I'm no Good

O Jogo Final

Apesar de ser previsto um determinado alinhamento pelas duas equipas, como bem ilustrou o Erecções, este podia e deveria ter sido um jogo mais empolgante.



Assim, algumas notas soltas:

- a afirmação por MFL de que não quer ver os "espanhóis metidos na política portuguesa", o que já está a gerar eco no País vizinho e a levantar burburinho entre os, mesmos de sempre, Portugueses;

- a expressão "parece aquela pessoa que mata pai e mãe para dizer que é órfão" que, embora justificada no contexto, poderia ter sido dita de outra forma;

- quando Clara de Sousa pergunta a MFL se continua a concordar que JS entende pouco de economia, esta deveria ter dito o que pensa, sem rodeios. Sócrates aproveitou-se da deixa para dar um ar de humildade em contraponto à arrogância de presunção de saber de MFL, mesmo quando, na realidade, MFL sabe mais de economia que JS.

- JS fez o que tem sempre feito até aqui - desviar a atenção sobre si próprio e os 4 anos de governação, partindo para uma estratégia de ataque ao programa eleitoral adversário. Em vez de julgar, MFL parecia que estava a ser julgada e foi pena ter percebido isso demasiado tarde.

- Brilhante a actuação de Clara de Sousa enquanto moderadora! Foi lindo ver o ar de surpresa de JS, que não está habituado a ser contrariado, quando Clara de Sousa disse "não, não vai responder". A vencedora da noite.

- "Foi muito curioso porque Sócrates quando irritado perde sempre a razão, Manuela Ferreira Leite quando irritada ganha a razão que não consegue fazer passar quando se esforça por se manter calma." (no 31 da Armada)

- "Lamento, mas as coisas são mesmo como disse Manuela: ao Governo português cabe defender os interesses de Portugal. Se coincidirem com os de Espanha, encantados da vida. Se não coincidirem, amigos como dantes. O estranho é que haja quem ache isto estranho." (no 31 da Armada)

- Vale a pena ler todo o comentário do sempre certeiro Pedro Correia, aqui.

Jorge de Sena: Filho Pródigo

«Celebrar o seu regresso a casa é tomar consciência que o seu nome pode desaparecer com muita facilidade. Permitir isso é muito mais grave que não ler o 2666.»

no entre deus e o diabo


«Assim se poderia escrever perante a trasladação quase clandestina do autor de Sinais de Fogo. Devia ter sido notícia de primeira página e de abertura dos telejornais. Não foi. À noite, vi apenas uma nota de rodapé. Daqui a muitos anos terá sido esquecido o que entre nós nesse dia se passou. Mas saber-se-á com certeza que o dia 11 de Setembro de 2009 foi o dia em que ficou finalmente sepultado em Portugal o poeta Jorge de Sena, aquele que resumiu num só verso a amargura do exílio: “ Eu sou eu mesmo a minha Pátria”. Ficou nos Prazeres. Mas o seu lugar é no Panteão Nacional.»

Manuel Alegre

Amor

"quando os instantes de amanhã se acumulam nas
paredes da casa, eu rasgo as páginas onde te escrevo,
porque sei que tudo será desnecessário, tudo será
frágil. quando imagino o sol que não sei se poderei ver,
esqueço as paredes e,

com tanta força,

quero que sejas feliz."

José Luís Peixoto

Orgulhos e Exibicionismos


- "Asfixia", de Pedro Paixão, pela Quetzal Editores: 3 Euros;
- "A Casa, a Escuridão", de José Luís Peixoto, pela Temas e Debates: 3 Euros.


E ainda: vou agora descobrir, finalmente, quem é Palomar (o de Italo Calvino, que o outro, o nosso estimado e português Senhor Palomar, continua a ser o mistério mais bem guardado da blogosfera lusa).


Cristo-Rei da Portela

Na sequência deste post e, tendo por acaso ido parar à Portela, resolvi entrar na Igreja que tanto me fascinou. Pois bem, se o seu exterior é por si só diferente (circular, enorme e com um material que parece tijolo), o interior é igualmente fantástico: despretensioso, bonito e com mensagens interessantes, além de alguns aspectos mais curiosos como estruturas piramidais, a ave representada na foto ou até mesmo a música dos sinos que era diferente das habituais. Um grupo de senhoras rezava o terço na frente e outras, espalhadas ao longo da igreja, ajoelhavam em prece. Se há locais místicos, a igreja católica (! perguntei até a uma velhinha que passava na rua, para confirmar) do Cristo-Rei da Portela é, certamente, um deles. Vale a pena a visita.





Como eu escrevo

"Como não escrevo. Não escrevo sem lavar os dentes, as palavras ganham sarro e devem sair frescas da boca para a ponta dos dedos. Não escrevo sem pensar que são quê, cinco da manhã, voltaste a acordar antes do sol e é bom que tenhas algo a dizer na confusão do mundo. Não escrevo de barriga cheia ou com vestígios de ressaca. Reduz o horário de escrita do ano, mas nada a fazer. Se começas a ficar tonto, come as palavras que estão a mais, há sempre muitas. Quando não aguentares o jejum, se a própria fome te engorda a frase, vai ao frigorífico e repõe o açúcar e o sal no sangue.

Não escrevo sem pensar nas possibilidades do ridículo de escrever, que nunca acabam. Não escrevo sem pensar que posso ser mais uma pessoa que devia fazer outra coisa na vida. Não escrevo sem perceber que então ia fazer o quê?

Agora como escrevo, se conseguir. Escrevo contra a maldade e a ignorância que estão dentro de mim. Escrevo também a favor delas, são adversários magníficos a quem foram dados muitos anos de avanço.

Escrevo a pensar nas formas impossíveis do amor, se for preciso inventa-se mais uma verdadeira.

Escrevo contra a escravatura das religiões, a obrigatoriedade da fé que tanto mal faz às crianças da Terra. Tenho respeito por Deus, mas se existe é má pessoa. Eu mudava de atitude, com tantos poderes.

Escrevo a combater as conspirações da realidade, a meio desta frase lá está ela a conspirar, algures. Apesar de tudo, acredito que a vida triunfa, não escrevam Fim antes de acabar a história. Sou um optimista mas não percebo porquê. E se isto fosse fácil era para os outros, como dizem os marines e disse uma pessoa que amei. Escrevo porque me pediram para escrever e porque me pediram para não escrever e foram todos bons conselhos de gente formidável. Escrevo porque tenho muitos amigos e amigas e alguns deles são um pouco malucos. E tenho filhos e pais e irmãs.

Escrevo porque viajei e vi injustiça e sofrimento. Não serve de nada escrever sobre desgraças, ou quase nada, mas algum nada temos de fazer. Muito do sofrimento que vi é meu e português e mundial. Também faz rir, mas acredito que o humor é aprofundar, não aligeirar.

Escrevo contra as pessoas parvas.

Escrevo porque as mulheres são bonitas e cheiram bem. E pelos vivos e pelos mortos, as pessoas vivem e de repente morrem-nos. E o mar tem peixes e os bosques pássaros e os esgotos ratos. Escrevo porque é uma profissão interessante, há de certeza melhores, mas não me calharam nem podia ser."

Rui Cardoso Martins, na Time Out
e autor de Deixem Passar o Homem Invisível

Seu maroto



Estou bastante ansiosa pelo dia 27, confesso. E até lá, ando a tentar auto-responder a isto: "As convicções políticas estão ou não acima dos interesses sexuais?" (via 3 de 30).

Porque hoje é 11/09



A música que sempre me recorda.

Reservar (First In First Out)

Aparentemente "reservar", afinal, não significa "guardar". É só um reservar entre aspas. No entendimento do MITO - Mostra Internacional de Teatro de Oeiras - significa algo como "ficamos com o registo mas as entradas são distribuídas a partir das 16 horas do próprio dia, no local, para quem estiver presente", ou seja, mesmo que o evento esteja aparentemente esgotado, se aparecer no local pelas 16h, posso sempre "roubar" o lugar a alguém. E, perdoem-me a confissão, mas é o que vou tentar fazer.

To-buy List

Teoria da Conspiração

A única vantagem de ir à Vodafone é que podemos sempre ouvir a senhora do lado a queixar-se de uma história mirabolante: a ela, que é cientista, a vizinha, que é reformada de Professora de Geografia e que não tem vida própria, já lhe invadiu o computador e agora anda a invadir-lhe o telemóvel, o que é muito perigoso porque ela, a própria, cientista, tem esclerose múltipla e pode ter um surto a qualquer momento, e nesse telemóvel tem o número do médico e do enfermeiro, e a vizinha que não tem mais nada que fazer diverte-se assim, a roubar-lhe os contactos, e agora é preciso evidências por parte da Vodafone, para dar entrada na Judiciária.

Como perder uma manhã em 3 destinos I

Do nada fiquei sem os meus contactos na memória do telemóvel, ou seja, na informação de contactos constam X número de contactos no cartão e Y número de contactos no telemóvel, mas, na realidade, só são apresentados os contactos X. Tenho agora uma memória com características estranhas: se existe, como diz existir, ninguém a vê. Soa-me familiar.

Da loja Vodafone do Colombo, muito amavelmente e só após verificarem que seria um problema de software, encaminham-me para o Centro de Assistência Técnica Vodafone, em Benfica. Aqui, chegam a conclusões óbvias - tenho um problema na memória do telemóvel (que novidade, ahn?!) - e não me conseguem garantir a recuperação dos dados. Após uns 5 minutos de tentativas frustradas por uma operadora, informam-me do preço extra-garantia da operação, começam a inserir os dados da ocorrência, e perguntam se comprei o telemóvel numa loja Vodafone ou num agente. Como comprei num agente e não tenho ali a factura comigo, não podem fazer nada. Tenho de me deslocar ao agente. Tão simples, o jogo do empurra.

Como perder uma manhã em 3 destinos

Vou começar a andar de transportes públicos e, em consequência disso, fui hoje tratar do Cartão Viva. Agora expliquem-me lentamente por que é que só é possível pedir o maldito cartão numa única (!) estação de metro e após 30 (!) minutos numa fila, sendo que o procedimento é simplesmente preencher um formulário e pagar.

Custa muito ter mais postos de venda? Custa muito permitir que o pedido seja feito online?
Depois admiram-se...

The Global Competitiveness Report 2009-2010; the most problematic factor for doing business in Portugal: Inefficient government bureaucracy.

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"É provável que coisas improváveis aconteçam."

Aristóteles

Selecção luso-brasileira

Todas as visitas do blog, hoje e até agora, - 14 - vieram do Brasil. E, para a pessoa que veio aqui parar à procura de uma "poesia de amizade com segundas intenções"...pense bem se é isso que quer.

Easy come, easy go



Uma das melhores canções de sempre.

Decisões Difíceis I

Mulheres, máfia e carros: já não existem conversas só de homens.

Planos*


Sab, 12 Setembro: "Viver é Raso", pela Companhia de Actores (Portugal);
Dom, 13 Setembro: "Fulano & Sicrano", pelo Centro Teatral e Etc e Tal (Brasil).

Tudo gratuito.

* porque ter um blog também serve de agenda: não esquecer de reservar amanhã de manhã!

Decisões Difíceis

a) Fox Life, 22h10, The L Word;
b) Fox Crime, 22h15, Os Sopranos;
c) Discovery Channel, 22h10, Top Gear.

Did I ask too much?

(ouvir/ver a música aqui)


Is it getting better?
Or do you feel the same?
Will it make it easier on you now?
You got someone to blame
You say
One love
One life
When it's one need
In the night
One love
We get to share it
Leaves you baby if you
Don't care for it

Did I disappoint you?
Or leave a bad taste in your mouth?
You act like you never had love
And you want me to go without
Well it's

Too late
Tonight
To drag the past out into the light
We're one, but we're not the same
We get to
carry each other
carry each other
One

Have you come here for forgiveness?
Have you come to raise the dead?
Have you come here to play Jesus?
To the lepers in your head

Did I ask too much?
More than a lot.
You gave me nothing,
Now it's all I got
We're one
But we're not the same
See we
Hurt each other
Then we do it again
You say
Love is a temple
Love a higher law
Love is a temple
Love is a higher law
You ask me to enter
But then you make me crawl
And I can't keep holding on
To what you got
When all you've got is hurt

One love
One blood
One life
You got to do what you should
One life
With each other
Sisters and my
Brothers
One life
But we're not the same
We get to
Carry each other
Carry each other

Efeitos do Cansaço I

Além disso, pode também acontecer que não consiga escrever coisas com sentido. Alguma vez o teve?

Efeitos do Cansaço

Toda a palavra, todo o silêncio, são ampliados. Pode por isso suceder-se que nada seja justo. Dificilmente o é.

Bye

Às vezes é preciso que algo esteja longe para termos uma real perspectiva do seu todo. Às vezes é preciso que algo esteja perto e acessível para entendermos que sempre esteve longe. Tudo foi engano. Então adeus. Como um mendigo que reclama atenção e nem tanto a moeda, e nem mesmo o seu esforço sincero para te comover enquanto toca acordeão com mestria são bastantes.

És para ele importante: já te viu por estas bandas algumas vezes e gostava de te poder tocar a pele cálida e limpa da mão, que imagina quente e suave, como quando andava com a esposa pela mão antes de tudo suceder. Lembras-lhe a sua amada mulher e por isso ele nunca vai esquecer o teu rosto. Mas tu olhas para o lado, primeiro, depois, face à sua insistência, limitas-te a acenar a cabeça que não e esperas que ele se afaste. Sempre assim.

Quando voltares àquele café já não te vais lembrar do seu rosto embora ele não saiba esquecer o teu e ver-te seja a alegria do seu dia. Vais acabar por ignorá-lo todas as vezes, não vais perceber que foi a ele que atropelaram naquele dia em que ouviste um chiar brusco de travagem mesmo atrás de ti e louvaste os céus porque podias ter sido tu apenas uns segundos antes. Nesse dia ele ia convidar-te a ti, desconhecida, para jantarem. Um dia ele foi um homem justo que só quis a tua amizade mas foi por causa do teu desprezo que ele se sentiu muitas vezes mendigo. Então adeus. Nem vais dar pela sua falta. Adeus.

What would my mamma do if she knew 'bout me and you? I










ROSS: Carol, what's the matter? What happened?

CAROL: My parents called this afternoon to say they weren't coming.
ROSS: Oh my god.
CAROL: I mean, I knew they were having trouble with this whole thing, but they're my parents. They're supposed to give me away and everything.
ROSS: It's ok. I'm sorry.
CAROL: And then Susan and I got in this big fight because I said maybe we should call off the wedding, and she said we weren't doing it for them, we were doing it for us, and if I couldn't see that, then maybe we should call off the wedding. I don't know what to do.
ROSS: I uh can't believe I'm gonna say this, but I think Susan's right.
CAROL: You do?
ROSS: Look, do you love her? And you don't have to be too emphatic about this.
CAROL: Of course I do.
ROSS: Well then that's it. And if George and Adelaide can't accept that, then the hell with them. Look, if my parents didn't want me to marry you, no way that would have stopped me. Look, this is your wedding. Do it.
CAROL: You're right. Of course you're right.

What would my mamma do if she knew 'bout me and you?

Não sei o que dizer sobre o que senti quando me contaste. Na minha cabeça algumas inevitáveis e imediatas perguntas que a novidade e o coração obrigam, por instantes, a perguntar: por que não antes, por que não comigo? O eu e Outro que não eu. Ou quiçá apenas tu, no antes e no depois. Basta de procurar as razões que não há, comparar o incomparável. Mas acima disso, uma felicidade incomum que nasceu no peito: conseguiste, ousaste e, independentemente do resultado, és para mim já o triunfo. Talvez seja também isto um final feliz, o passado a criar condições para que exista um futuro como um conjunto de pontos que se ligam e formam sentido, não o final tradicional mas antes outro em que existem dois finais felizes distintos e separados e que só assim podem viver, felizes por si só mas também por saberem da existência um do outro, felizes. Não apesar de mas sobretudo por. O amor tem todas as formas e não sei não te amar, seja de que forma for.

Cheguei a duvidar de que algum dia fosses capaz e entristecia-me a hipótese de tentares reprimir algo que era tão puro, sincero e violento em ti. Mas encheste-te de coragem e determinação e contaste. És agora livre. Por isso os meus parabéns não foram apenas pelo teu aniversário, tu sabes. Os meus parabéns foram especialmente por ti e por E., na vossa plenitude e certeza. O amor vence tudo, lembro-me de te ter escrito um dia. Ontem foi o dia. E sei que me perdoará e entenderá se me apetecer escrever-te: parabéns, meu amor.


A Louca

O empregado da área de serviço olhava-a demoradamente, curioso e surpreendido, à distância de metros, dentro do carro. Se a tivesse visto antes, fora dele, não teria dificuldade em apelidá-la de louca. Só os loucos dos filmes americanos e desorientados aparecem assim. Jovem, tinha o cabelo volumoso que secara debaixo da luz da Lua, sempre o tivera assim, qual pequena bruxa, mas ela parecia pouco preocupada com essas futilidades da beleza. Vestia um pijama laranja, composto por uma camisa de manga curta com um desenho na frente - 2 vacas no Hawaii - e uns reduzidos calções brancos com riscas horizontais laranja. Para esconder a depilação por fazer vestia ainda um robe rosa, fino, mas que deixava ainda assim a parte final das pernas a descoberto. Nelas, um olhar que não precisava de ser muito atento deixava anunciar pêlos que despontavam, pêlos como de barba, causados certamente por uma depilação preguiçosa, ou simplesmente mais barata, feita com lâmina.

Como se o resultado final desta combinação fosse ainda insuficiente para autorizar uma desconfiança legítima nas pessoas que por ela passavam, calçava umas havaianas pretas, maiores do que o seu pé, e tinha as unhas dos pés pintadas de rosa pitanga. Na mão segurava a mala como quem segura uma pasta de trabalho, o braço hirto, caído ao longo do corpo, e um estranho sentido de importância como se fosse uma executiva a caminho do trabalho. Sabia que as pessoas iam olhar mas, era noite, e ela não estava assim tão importada porque a noite protege os loucos. Enquanto caminhava, ia cantarolando La Foule, de Edith Piaf. Era uma louca alegre.

Führer Sócrates



coisinhas boas do 31

Quero que saibas que ainda não te disse nada



Frio, o mar
Por entre o corpo
Fraco de lutar.
Quente, O chão
Onde te estendo
E te levo a razão.
Longa a noite
E só o sol
Quebra o silêncio,
Madrugada de cristal.
Leve, lento, nu, fiel
E este vento
Que te navega na pele.
Pede-me a paz
Dou-te o mundo
Louco, livre assim sou eu
(Um pouco mais...)
Solta-te a voz lá do fundo,
Grita, mostra-me a cor do céu.

Se eu fosse um dia o teu olhar,
E tu as minhas mãos também,
Se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém.
Se eu fosse um dia o teu olhar,
E tu as minhas mãos também,
Se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém.

Sangue, Ardente,
Fermenta e torna aos
Dedos de papel.
Luz, Dormente,
Suavemente pinta o teu rosto a
pincel.
Largo a espera,
E sigo o sul,
Perco a quimera
Meu anjo azul.
Fica, forte, sê amada,
Quero que saibas
Que ainda não te disse nada.
Pede-me a paz
Dou-te o mundo
Louco, livre assim sou eu
(Um pouco mais...)
Solta-te a voz lá do fundo,
Grita, mostra-me a cor do céu.

Muito mereces (a new beginning)

Durante largo período estiveste de cabeça baixa perante ti própria, uma vergonha que não querias admitir e que às vezes era resignação rendida e noutras pouco sérias tentativas de te convenceres de que não falhaste, assentes em resultados e conclusões ligeiras. Tentavas animar-te sobre o vazio imaginando as possibilidades: uma boa decisão, irreflectida para ter um gosto especial, um acaso que acontece, uma recompensa inesperada - algo te viria a salvar; foste sempre forçando a pressão do vazio com uma esperança cada dia mais trémula e um medo cada dia maior de ser esmagada. Sucede-te ocasionalmente, quando os papéis pesam e tu não chegas para os preencher, também te veres a pensar assim: talvez também ser distante, uma ilha, nómada de todos, nada a apresentar e a pedir, basta de deves e haveres. Às vezes tens medo de não notar as raízes que se dizem fundas, de te permitires ausentar sem tristeza, partir e não mais te importar. Medo de saber que consegues e do que isso significa. Na realidade, a mesma desilusão de que ela falava, mas em sentido inverso agora. Talvez não tentes para te furtares à certeza que sempre dói.

Longo tempo foste repetindo a ladaínha piedosa dos vivos-mortos, o vai-se andando, que até náuseas te causaria se as pudesses sentir. Sempre foste mais tolerante quando és tu e também mais exigente quando és tu, como em tudo, a balança pende para o lado que mais lhe aprouver. Indignavas-te com a tua própria desnecessária tristeza e cuspias sobre a dor donde não brotava sangue, afinal, tanto mundo a haver e tu lá, imersa em ti e no teu obscurantismo, estás assim porque queres.

E então sucedeu. Tudo de uma vez, para que não restem dúvidas: conseguiste. Voltaste ao caminho. E agora já podes levantar a cabeça sem hesitar, deixar-te de merdas e provares, não aos outros mas a ti, que és capaz, sorrir e acreditar que foi mais ou menos por causa daquilo que ela disse: muito mereces.

Over you/ under me: the Closure



"Ross. Hi. It's Rachel. I'm just calling to say that, um, everything's fine. And I'm really happy for you and your cat. Who, by the way, I think you should name Michael. And, you know, you see there, I'm thinkin of names so obviously I am over you. I am over you. And that my friend is what they call closure."

Poética


Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de excepção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora
de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário
do amante exemplar com cem modelos de cartas
e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

Manuel Bandeira

Um por todos


Get over it!

Só isto.

Pra você



Pra você eu guardei
Um amor infinito
Pra você procurei
O lugar mais bonito
Pra você eu sonhei
O meu sonho de paz
Pra você me guardei demais
Demais

Se você não voltar
O que faço da vida?
Não sei mais procurar
A alegria perdida
Eu não sei bem porque
Fui gostar tanto assim
Ah, se eu fosse você
Eu voltava pra mim
Voltava sim
Ah, se eu fosse você
Eu voltava pra mim
Voltava sim

Sílvio Cézar

Ele* e Ela

Sempre gostei do que está nas entrelinhas, lá, quedo, à espera de ser decifrado e tantas vezes escrito com esse único propósito. Um remorso súbtil das palavras não ditas, a cobardia de uma declaração com medo de não ser correspondida, secretos sentimentos que a cordialidade ou os bons-costumes não permitem ostentar em público, ironias dissimuladas e eufemismos descarados, mensagens em código para escaparem a escrutínios menos criteriosos e a interpretações fáceis e traiçoeiras. Ler nas entrelinhas é o mais divertido e o mais complexo, confunde, desorienta, pode deixar-nos perdidos, ou obcecados. Afinal, para bom entendedor deveria bastar meia palavra. Todavia, às vezes, um charuto é só um charuto.


* (quer ser tão diferente que não percebe que é tão igual)

O ateísmo de Saramago VI

"Uma vez perguntaram ao Hemingway se acreditava em Deus e a resposta foi às vezes, à noite."

António Lobo Antunes, em entrevista

O ateísmo de Saramago V

"Não basta ver que um jardim é belo sem ter de acreditar que lá ao fundo também esconde fadas?"

Douglas Adams

O ateísmo de Saramago IV

"Ninguém sabe, no sentido forte da palavra, se Deus existe ou não. Se encontrardes alguém que vos diga: 'Eu sei que Deus não existe', esse não é em primeiro lugar um ateu, é um imbecil".

A. Comte-Sponville

O ateísmo de Saramago III

Por: Patrícia Fachin, 06/07/2009


"Sua obra é uma catedral, ao longo da qual ele vai metodicamente desconstruindo a concepção judaico-cristã de um Deus justo e bondoso”, avalia a crítica literária e ensaísta Salma Ferraz, referindo-se à obra de José Saramago. Conhecido por questionar a existência de Deus, o escritor português é fascinado pelo tema e, segundo a autora, “apaixonado pela Teologia e pelos personagens bíblicos em geral”. Em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, Salma explica que tal admiração se justifica pelo fato do autor estar “imerso numa cultura que foi moldada pela ideia de Deus que está impregnada no DNA da civilização Ocidental”. E enfatiza: “Isto seduz Saramago e faz com que ele produza, a partir desta ideia, as melhores páginas da literatura universal contemporânea”.

Salma Ferraz graduou-se em Letras, pela Faculdade Hebraico Brasileira Renascença de Letras, de São Paulo, e especializou-se em Literatura Brasileira e Literatura Infantil, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É mestre e doutora em Literatura Portuguesa, pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Atualmente, é professora de Literatura Portuguesa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e atua no Programa de Pós-Graduação de Literatura com a linha de Pesquisa Teopoética - Os Estudos Comparados entre Teologia e Literatura. Entre seus livros, citamos O Quinto Evangelista (Brasília: UNB, 1998), As Faces de Deus na Obra de um Ateu (Juiz de Fora: UFJF, 2004) e No princípio era Deus e ele se fez Poesia (Acre: UFAC, 2008).



IHU On-Line - Como José Saramago relaciona Teologia e Literatura em sua obra?

Salma Ferraz - Digamos que Saramago é apaixonado pela Teologia e pelos personagens bíblicos em geral. Mas é especificamente na obra O Evangelho segundo Jesus Cristo que ele mergulha profundamente em assuntos teológicos, permitindo que Jesus, ficcionalmente, dê a sua versão dos fatos. E a versão de Saramago para os Evangelhos é muito diferente dos Evangelhos do Novo Testamento.

IHU On-Line - De que maneira Deus se faz presente na obra de José Saramago? E que Deus é esse?

Salma Ferraz - Ao longo de sua obra, ele vai apontando perfis de Deus que o incomodam. Em Terra do Pecado, seu primeiro romance, critica um Deus que não gosta de prazer e de sexo; em Memorial do Convento, critica aqueles que edificam grandes catedrais para Deus; na peça de teatro In Nomine Dei, critica as guerras que se fazem em nome de Deus. Finalmente em O Evangelho segundo Jesus Cristo, Saramago questiona o Deus de Amor que deixa que seu único filho seja crucificado e que não concede o perdão a Lúcifer.

IHU On-Line - Saramago empenha-se em desconstruir a concepção judaico-cristã de Deus. Que outras facetas o escritor ateu revela sobre Deus?

Salma Ferraz - Sua obra é uma catedral, ao longo da qual ele vai metodicamente desconstruindo a concepção judaico-cristã de um Deus justo e bondoso. As facetas reveladas apontam um Deus egoísta, que oferece seu filho único como sacrifício, não perdoa Lúcifer e castiga mais os justos do que os injustos.

IHU On-Line - Considerando que Saramago não acredita em Deus, qual é, para a senhora, a sedução que a discussão divina exerce sobre o autor?

Salma Ferraz - Mesmo sendo ateu, Saramago está imerso numa cultura que foi moldada pela ideia de Deus que está impregnada no DNA da civilização Ocidental. Você pode ser ateu, mas conhece a ideia de Deus. Isso seduz Saramago e faz com que ele produza, a partir desta ideia, as melhores páginas da literatura universal contemporânea.

IHU On-Line - Qual é a sua leitura da interpretação de Saramago sobre Deus?

Salma Ferraz - Para mim, o autor é seduzido pela ideia de Deus. Esta imagem, este personagem, esta entidade, provoca no autor uma mistura de admiração e angústia. Ele se comporta como se fosse uma espécie de quinto evangelista, que por meio da ficção é capaz de dar sua versão para os fatos.

IHU On-Line - Podemos identificar na obra de Saramago uma crítica ao Cristianismo?

Salma Ferraz – Sim. Para ele, o Cristianismo já nasceu com uma das mais violentas e sangrentas imagens da história da humanidade: Jesus pendurado numa cruz. Eu também questiono o fato de que a imagem que perdurou no Cristianismo foi a de Jesus crucificado e não a de Jesus ressuscitado. Voltando a Saramago, ele critica as mortes causadas pelo Cristianismo. No seu livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo, ele faz um dicionário tétrico de todos os mortos em nome da fé. É de assustar.

IHU On-Line - Na obra O Evangelho segundo Jesus Cristo, o autor apresenta Jesus a partir de uma perspectiva anti-religiosa. O que, na sua opinião, justifica o empenho de romancistas em revisitar e construir uma nova leitura sobre os textos bíblicos?

Salma Ferraz - Os personagens bíblicos são riquíssimos. Veja José vendido por seus irmãos, observe Moisés enfrentando o faraó, contemple Jó questionando a justiça de Deus. Aliás, a exegese que mostra Jó como uma pessoa humilde é errônea. Jó questiona a justiça de Deus e Deus se irrita, mostrando seu poder. Outro exemplo de riqueza e silêncio econômico é o episódio de Abraão e o sacrifício de Isaac. O texto bíblico é muito econômico nos detalhes. Que pensou Isaac quando seu pai levantou o cutelo? Como foi a vida dos dois depois disso? Esta riqueza faz com que estes personagens migrem das páginas da Bíblia para a ficção.

IHU On-Line - Para Saramago, Deus é culpado também pelos problemas da humanidade. Assim, ele apresenta um Deus humano?

Salma Ferraz - Para Saramago, os únicos deuses são os pobres seres humanos, anjos aleijados sem possibilidade nenhuma de levantar voo. Para ele, esta vida, só esta, já é muito trágica para que os humanos se preocupem com o que virá depois. Tudo o mais é muito pesado e angustiante.

IHU On-Line - A Literatura pode influenciar a percepção das pessoas sobre Deus?

Salma Ferraz - A Literatura faz perguntas para as quais a Teologia não tem resposta. Por que sofremos? Qual o futuro dos humanos? O Deus bíblico não é o mesmo da Literatura. O Deus bíblico se aceita pela fé enquanto o Deus da Literatura tem seu caráter e justiça questionados.

O ateísmo de Saramago II

Acho que foi Lobo Antunes que disse que esse é um assunto que, de tão íntimo e pessoal, é ousadia perguntar sequer sobre ele. Mas, entre copos bem bebidos de sangria, falámos da minha fragilidade naquele pedido, ou do que ela percebeu como o meu medo de desilusão e a necessidade disfarçada e consequente de afastar de mim o cálice, questionámos pais que olham à distância sem interferirem, como ausentes, a força do livre arbítrio nas escolhas do Homem, discutimos as cegueiras convictas na sua presunção arrogante de saber. Bem-aventurados afinal aqueles que percebem que é também o álcool que faz o mundo girar.

Somos pequenos demais, insignificantes demais, pretensiosos demais, e humanos, sobretudo humanos. E, por isso, uma tendência intrigante e esperançosa de que a vida tem que, obrigatoriamente, carregar em si um sentido que a transcenda, como fuga ao desespero, como lógica necessária capaz de caber, enquadrada e perfeita, nos nossos moldes. Não conseguimos aguentar em nós todo o deslumbramento. E daí a fé.

Não desprezo a fé, qualquer que ela seja, mas considerando até o seu próprio conceito, recuso-me a tomá-la como evidência ou único possível caminho e irritam-me solenemente aqueles que têm discursos baseados no proselitismo e contentamento com o regresso dos filhos pródigos, num mundo dividido em certos e errados, ignorantes e iluminados, fanáticos e coitados, bons e maus, crentes e não-crentes, nós e os outros.

Não consigo aceitar uma dor ininteligível, não sei entender uma suposta omnipotência que tão pouco pode ou um pai afinal tão despreocupado com os seus filhos. Gostava de compreender mas não compreendo, procuro mas não encontro, tento mas tudo é inútil. Não professo então um ateísmo caprichoso e orgulhoso de si, mas apenas a resignação de não poder aliviar o peso de existir na crença, ilusão segura. Como em Saramago ou Vergílio Ferreira, se associações são pertinentes, a busca está em não o dizer - num a revolta e a denúncia, noutro o desalento de estar só e, em ambos, uma religiosidade entranhada como golpe final, impiedoso e irónico do próprio que assim se manifesta e grita em cada palavra: existo.

O perigo de qualquer definição é a limitação mas, atrevendo-me a isso, diria que sou uma ateia numa busca religiosa e obvia e absolutamente pagã.

Não tenho certezas de nada e admito as possibilidades em aberto, porém, prefiro tentar compreender para poder acreditar ao invés de acreditar para tentar compreender. Prefiro estar numa permanente dúvida a acreditar numa falsa certeza. Amo a dúvida como quem ama a verdade.

O Porreiro e a Senhora I

Orgulhos e Exibicionismos

"Encontrado" ontem na caixa do correio.

1 de Setembro de 1939