Planos para 2010

A amizade é o nosso derradeiro plano e as ginjas na Tasca do Chico têm o sabor doce do teu entusiasmo, meu bem.

Desculpas

Na minha cabeça ecoam palavras que aguardam fuga, frases que se criam em cadência apressada entre o meu dia por vir e a noite crescida. Histórias sobre a distância e a culpa que em sorte lhe deito, pretexto mais fácil de aceitar, histórias sobre a sinceridade de uma resposta ao desespero de uma pergunta, do sofrimento como recurso estilístico para enaltecer uma morte anunciada mesmo que de amor, sobretudo dele, e também outras versões para o mesmo final, sempre, até que o apague, nunca. Mas existe o cansaço. Tal como afinal existe distância, existe também cansaço. E hoje sinto-me cansada.

A persistência da memória (ou a improbabilidade das datas)

1 ano, já, de nova felicidade, contas-me. 1 ano depois de um encontro tão desejado, conta-me o passaporte. E quantas vidas no intervalo.

Ídolos




A minha próxima aposta: Carolina Torres. Aqueles olhos grandes!...

3 em 5

Nunca a região Oeste foi tão falada nos últimos dias, devido ao ciclone de grau 3 que assolou a zona no dia 23. Àqueles que não têm dormido preocupados em saber se estou bem, posso adiantar que os danos maiores não chegaram ao meu concelho. Tirando o fumeiro do vizinho que foi completamente arrancado e algumas telhas da vizinha que saltaram, a somar a alguns estragos nas plantações, ficou-nos o susto. Estou bem.

Orgulhos e Exibicionismos (de Natal)



No meio de nós

E também aqui.

You never stop looking

Intimacy is a lie we tell ourselves,

a stranger you think you know



1:01

How I met your girlfriend (eu e elas)

Às vezes acho que a minha vida poderia ser um autêntico filme saído da mente de Woody Allen, tais são os cúmulos, ironias, coincidências e improbabilidades que lhe acontecem. Continuo porém a gostar do inesperado.


De política p'ra cima

O mundo gira ao contrário e o tempo que nos foi dado não foi afinal suficiente para nos conhecermos.

Não basta

Olhando em retrospectiva acho que foste a primeira pessoa que me disse que não bastava o amor. E eu não te acreditei e ademais tentei desmentir-te. Fiz de tudo para me convencer que estavas errada, tentei mostrar-to com o meu próprio exemplo, atravessei oceanos para que também tu visses que era possível, eu seria a prova viva de que o amor vence tudo. E, no fim, dou-te razão. E uma vez mais, vens tu agora, contar-me com sorrisos tristes e olhos molhados, não basta o amor. E agora dou-te razão.

Minha muito querida,

Quando as li, tive de te enviar de imediato uma mensagem - estas palavras seriam também para ti. Se a arte mas permitisse, seriam essas, as mesmas, que te diria porque é exactamente isso.

Tens aquele medo de ser incapaz de esquecer e de seguir em frente e eu gostava de te dizer que sim, que passa, mas não passa. Não esqueces, nunca esqueces. Mas vives apesar disso, vives com isso, até acabar também por ser por causa disso.

Chama-me e eu vou.


Amizades com sentido


Di - Então se não foi contigo que eu fui ao cinema com quem é que foi??
Mi - Não sei. Comigo sei que não foi.
Di - Estranho. É que nem faria sentido ir ver este filme com outra pessoa sem seres tu.


Papa derrubado (como se tu não fosses I)

Vejo o Papa a cair e lembro-me disto:

"Jesus partiu com ele, seguido por uma numerosa multidão, que O apertava. Ora, uma mulher, vítima de um fluxo de sangue havia doze anos, que tinha sofrido muito nas mãos de muitos médicos e que gastara todos os seus bens sem encontrar nenhum alívio, antes ia cada vez a pior, tendo ouvido falar de Jesus, veio por entre a multidão e tocou-Lhe, por detrás, na capa, pois dizia: «Se ao menos tocar nas Suas vestes, ficarei curada». De facto, no mesmo instante se estancou o fluxo de sangue e sentiu no corpo que estava curada do mal. Imediatamente, Jesus sentindo que a força saíra de Si mesmo, voltou-Se para a multidão e perguntou: «Quem tocou em Mim?». Os discípulos responderam-lhe: «Vês que a multidão Te comprime de todos os lados e ainda perguntas: Quem Me tocou?». Mas Ele continuava a olhar em volta, para ver quem O tinha tocado. Então, a mulher, cheia de medo e a tremer, sabendo o que lhe havia acontecido, foi prostrar-se diante d'Ele e disse-Lhe toda a verdade. «Minha filha, a tua fé salvou-te; vai em paz e fica sarada do teu mal», disse Ele."

São Marcos, 5, 24-34

É Natal! Como nos filmes!



Aeroporto de Lisboa, ontem, 23/12

Bipolar

Ela é tão cheia e tão diferente de si que se trata na terceira pessoa.

Princesa

Ela ainda acredita que a confiança é daquelas raras e preciosas coisas que não se devem dar de ânimo leve. Mas hoje, chegada a hora, arriscou. Amanhã veremos.

Midnight lady

Sentada numa noite parada, ela espera. Sentada numa paragem deserta, ela espera simplesmente. Espera pelo último autocarro da noite, aquele que a poderá fazer voltar a casa.

E Deus criou a Mulher

Beauty Demo from stephane pivron on Vimeo.

Apeteces-me

Apeteces-me tanto.

Sabes, é bom ver-te, mas olha, é melhor ter-te,
mesmo quando mandas chover e dás tempo de morrer à hora.
Mesmo quando grito para não voltar a ouvir a tua subida silenciosa.

Apeteces-me daí.

Sabes, sabes bem, um apetece de vai-vem,
o melhor da terra virada,
um rasto, uma teima para o mar toda voltada.

Apeteces-me já aqui.

Espero que me desças.

Nuno Moura
(via Trama, uma espécie de Paraíso)

Ídolos




catrapiscado na Pipoca

Como se tu não fosses (cenas de uma vida conjugal a 3)

Enquanto Amália Hoje começavam a cantar "Foi Deus":

Eu - Esta é a minha música preferida deles. Quase dá vontade de ser religiosa!
Ela - Como se tu não fosses!



Inha


Tenho saudades da Mariline nos Ídolos.

Que lindinha, inha (ou cenas de uma vida conjugal a 3)














Enquanto víamos o concerto dos Amália Hoje na tv, 1h30 (não entendo por que passam bons concertos tão tarde...):

Eu - Gosto muito desta mulher. E depois tem aquelas covinhas!
Elas - Mas ela não é nada feminina. Não faz o teu tipo. Não é inha.
Eu - Não é inha? O que queres dizer com isso?
Elas - Há quem goste das udas. Tu gostas das inhas: menininhas, covinhas, lindinhas, baixinhas, fofinhas. Inhas!
Eu - Hmmm, és capaz de ter razão quanto a isso.

Podia acabar o mundo

Houve um sismo às 1h37 em Portugal, 6.0 na escala de Richter, e eu não dei por nada.

Nósoutrxs




"É como se o mundo estivesse a minha espera.
E eu vou ao encontro do que me espera."
(Clarice Lispector)




(descoberto no Debaixo do Pessegueiro,
a que eu continuo a preferir chamar Under the Peachtree,
ou, simplemente, minha querida AM)

Os teus olhos

Faltam aos planos das cidades
esfinges aladas
palmas fora de tempo, matagais
pequenos acrescentos a vermelho

Faltam atlas com algum detalhe
para as emissões nocturnas
nos agudos da nossa incerteza
falta uma beleza
a olhar por nós
indiscernível, entreaberta ainda

Talvez a nós próprios falte
essa grande medida
insondáveis cordas na travessia
uma juventude que o mundo possa
documentar

os teus olhos são o que resta
dos livros sagrados
e da grande pintura perdida

José Tolentino Mendonça

The One






Adoro os anúncios a perfumes.

First we feel, then we fall*


Há histórias demasiado simples para que as consiga explicar: contei-lhe com vontade sobre ti mas o reconhecimento de uma qualquer espécie de derrota inibe-me a contar sobre ele. Não perguntes o que não saberei responder, mas, intimamente, dou por mim a pensar se não seria mais válido o contrário. Afinal, foi contigo que tentei.



imagem daqui
*James Joyce

Gosto-vos

E ela disse numa palavra o que eu escrevi num testamento: gosto-vos. E eu gosto-a.

Declarações fantásticas (ou o perigo de trabalhar no 2º andar)

"Só para saberes que hoje de manhã houve um simulacro aqui na XXX e eu fui das primeiras a abandonar as instalações porque só tenho de subir um piso (-1) e estou na rua, enquanto que os do 2º andar demoraram imenso tempo! Por isso, se um dia isto incendiar (porque caso seja inundação não me safo) eu fico lá fora à tua espera."
D.

Não mais bicho papão

E é quando a noite começa a cair, em instantes de quase e tonalidades de escuridão, com a casa quieta e o corpo finalmente abandonado ao seu descanso no sofá, como agora, é nessas ocasiões em que os meus dedos tocam a outra mão, lenta e perscrutantemente, expandindo, deslizando, suaves e decididos, a acompanhar músicas que ninguém mais ouve e que me fazem ter querido dançar contigo, numa outra vida. E vejo como os nossos actos podem ser ecos do que fomos, e por isso te quero feliz, por isso sei que cabe muita coisa dentro do amor. E qualquer agitação, qualquer medo, dá então lugar à serenidade e à confiança, porque o tempo sara mais do que as nossas feridas e o que é grande não morre assim. É em momentos como este em que me lembro de ti e, simplesmente, sorrio.

Paris, je t'aime (ou, como se apaixonar 18 vezes seguidas)

Natalie

I love MS Project

Das 4h da tarde às 2h30 da manhã a tentar refazer um plano. A minha vida é fantástica!

Contra-natura

1) Gay marriage is not natural, and as Americans, we always reject unnatural things like eyeglasses, polyester, and liposuction.

2) Gay marriage will encourage people to be gay, in the same way that hanging around with tall people will make you tall.

3) Legalizing gay marriage will open the door to all kinds of crazy behaviour. People may even wish to marry their pets because a dog has legal standing and can sign a marriage contract.

4) Straight marriage has been around a long time and hasn't changed at all; women are still property, blacks still can't marry whites, and divorce is still illegal.

5) Straight marriage will be less meaningful if gay marriage were allowed; the sanctity of Britney Spears' 55-hour just-for-fun marriage would be destroyed.

6) Straight marriages are valid because they produce children. Gay couples, infertile couples, and old people shouldn't be allowed to marry because our orphanages aren't full yet, and the world needs more children.

7) Obviously gay parents will raise gay children, since straight parents only raise straight children.

8) Gay marriage is not supported by religion. In a theocracy like ours, the values of one religion are imposed on the entire country. That's why we have only one religion in America.

9) Children can never succeed without a male and a female role model at home. That's why we as a society expressly forbid single parents to raise children.

10) Gay marriage will change the foundation of society; we could never adapt to new social norms. Just like we haven't adapted to cars, the service-sector economy, or longer life spans..."

daqui

5 para meia-noite

"Um dia todos terão direito a 15 minutos de fama"

Andy Warhol

Certezas

Todos os livros são livros de auto-ajuda.

Dúvidas

Quando é que uma palavra deixa de ser "palavra" para ser "palavra amiga", a desconhecidos?

Do voluntariado, do espírito de Natal e das conversas espirituosas de PDS no Starbucks

"Jesus foi sem-abrigo, emigrante sem papéis e filho de mãe solteira."

algures, na Única de Domingo passado

Desculpas

Quando uma pessoa só teve 4 horas de sono diárias durante a semana (ok, foram só 3 dias) é-lhe perdoado se não conseguir ter ideias próprias para escrever no blogue ao fim-de-semana, não é?

You can never say never*



*e eu sei-o tão bem...

Se calhar é um assassino

Referendar os canhotos

Confesso que não sei se as pessoas nascem com essa característica ou se optam por adoptar o comportamento desviante que a Bíblia, aliás, condena - mas, na minha opinião, os canhotos não deveriam poder casar. Nem adoptar crianças. Um casal de pessoas, digamos, normais, acaricia a cabeça dos filhos como deve ser, da esquerda para a direita. Os canhotos acariciam da direita para a esquerda, o que pode ter efeitos perversos na estrutura emocional das crianças. Na verdade, sou contra a adopção por casais heterossexuais em geral, sejam ou não canhotos. Atenção: não tenho nada contra os heterossexuais. Tenho muitos amigos heterossexuais e eu próprio sou um. Mas não concordo que possam adoptar crianças. Em primeiro lugar, porque é contranatura. Quando olhamos para a natureza, não vemos casais de pardais ou de coelhos a adoptarem crias de outros. Pelo contrário, esforçam-se por colocar as suas crias fora do ninho ou da toca o mais rapidamente possível. Ou usam as suas próprias crias para produzir novas crias. Mas não adoptam. Provavelmente, porque sabem que é contranatura. Por outro lado, a adopção por casais heterossexuais pode condicionar a sexualidade das crianças. Todos os homossexuais que conheço são filhos de casais heterossexuais. A influência de heterossexuais tem, por isso, aspectos nefastos que merecem estudo cuidadoso. Por fim, há a questão do estigma social. Suponhamos que uma criança adoptada por um casal heterossexual é convidada para ir a casa de um colega adoptado por um casal de homens. Como é que o miúdo que foi adoptado por heterossexuais se vai sentir quando perceber que a casa do colega está muito mais bem decorada do que a dele?

Quanto ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, mais do que ser a favor de um referendo, sou a favor de vários. Creio que o casamento entre pessoas do mesmo sexo deve ser referendado caso a caso. O Fernando e o Mário querem casar? Pois promova-se uma grande discussão nacional sobre o assunto. A RTP que produza um Prós e Contras com cidadãos de vários quadrantes que se posicionem contra e a favor da união do Fernando e do Mário. Organizem-se debates entre o Mário e os antigos namorados do Fernando, para que o povo português possa ter a certeza de que o Fernando está a fazer a escolha certa. E depois, então sim, que Portugal vá às urnas decidir democraticamente se concede ao Mário a mão do Fernando em casamento. E assim para todos os matrimónios. Se o objectivo é metermo-nos na vida dos outros, façamo-lo com o brio que essa nobre tarefa merece.

Defendo, portanto, uma abordagem especialmente cautelosa desta questão. Sou muito sensível ao argumento segundo o qual, se permitirmos o casamento entre pessoas do mesmo sexo, teremos de legalizar também as uniões dos polígamos. E sou sensível porque, como é evidente, não posso negar que me vou apercebendo da grande movimentação social de reivindicação do direito dos polígamos ao casamento. Parece que já temos entre nós vários muçulmanos, grandes apreciadores da poligamia. E eu não tenho homossexuais na família, nem entre os meus amigos, mas polígamos, muçulmanos ou não, conheço umas boas dezenas. Se toda esta massa poligâmica desata a querer casar, receio que os notários fiquem com as falangetas em carne viva, de tanto redigirem contratos de união civil. Mas, felizmente, confio que os polígamos sejam, também eles, sensíveis à mais elementar lógica: a poligamia é uma relação entre uma pessoa e várias outras de sexo diferente. A reivindicarem a legalização das suas uniões, fá-lo-iam a propósito do casamento entre pessoas de sexo diferente, com o qual têm mais afinidades. A menos que se trate de poligamia entre pessoas do mesmo sexo. Mas, segundo o Presidente do Irão, parece que entre os muçulmanos não há disso.

Ricardo Araújo Pereira, Visão

V Revelações

A pedido do Debaixo do Pessegueiro, seguem as minhas cinco surpreendentes (ou não), e até então absolutamente encobertas (ou não), revelações.

a) Eu já... atravessei o oceano para conhecer uma pessoa.
b) Eu nunca... acampei.
c) Eu sei... memorizar matrículas e números de telefone com facilidade (e agora também já sei o que é bruxismo")
d) Eu quero... o Euromilhões (e viajar mais)
e) Eu sonho... encontrar.

Pânico


#$!%(("%$"/!$!!
Perdi TUDO o que tinha na pen! Não tenho backups! E era muito importante...



Não digas onde acaba o dia

Cânticos*

I

Não queiras ter pátria.
Não dividas a Terra.
Não dividas o Céu.
Não arranques pedaços ao mar.
Não queiras ter.
Nasce bem alto,
Que as coisas todas serão tuas.
Que alcançarás todos os horizontes.
Que o teu olhar, estando em toda parte
Estarás em tudo,
Como Deus.

II

Não sejas o de hoje.
Não suspires por ontens ...
Não queiras ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabe que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade ...
É a eternidade.
És tu.

III

Não digas onde acaba o dia.
Onde começa a noite.
Não fales palavras vãs.
As palavras do mundo.
Não digas onde começa a Terra,
Onde termina o céu.
Não digas até onde és tu.
Não digas desde onde é Deus.
Não fales palavras vãs.
Desfaze-te da vaidade triste de falar.
Pensa, completamente silencioso.
Até a glória de ficar silencioso,
Sem pensar.

Cecília Meireles
(via A Trama, delicadamente)