Suppose I kept on singing love songs just to break my own fall

3-in-a-row

* Elizabethtown
* Goodbye Bafana (Mandela, meu Prisioneiro, meu Amigo)
* Love and Other Drugs (O Amor é o Melhor Remédio)

Roadmap













Um dia vou fazer e oferecer um roadmap como o do filme.

Whimsical: make them wonder











So you failed. Alright you really failed. You failed. You failed. You failed. You failed. You failed. You failed. You failed. You failed. You failed. You failed. You failed. You failed. You think I care about that? I do understand. You wanna be really great? Then have the courage to fail big and stick around. Make them wonder why you're still smiling.

Murtaugh List

A list made famous from the TV show "How I Met Your Mother" inspired by Danny Glover's charater Roger Murtaugh in the movie series "Lethal Weapon." Murtaugh's catch phrase in these movies was "I'm too old for this shit". Putting something on the Murtaugh List acknowledges that as you grow up, there's stuff you just can no longer do that you did in your youth.












* Pulling an all-nighter
* Get ear pierced
* Hanging posters without frames
* Crash on a friend’s futon
* Eating an entire pizza in one sitting
* Do laundry at mom’s house
* Put off going to the doctor
* Drinking shots with strangers
* Leave an annoying two person message on your answering machine
* Help someone move out of a sixth floor walkup in exchange for pizza and beer
* Beer Bong
* Going to a rave

Qual a vossa?

Que parva que eu sou



Sou da geração sem remuneração e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar, já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração casinha dos pais, se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração vou queixar-me pra quê? Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração eu já não posso mais que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar.

(descoberto via Um Quarto para Duas)

Coisas que detesto

Marcar 10,00 Euros na bomba de abastecimento e depois ter de pagar 10,01 Euros.

Espólio: It's Not Love (But It's Still A Feeling)

Apressou-se a perguntar-me pelo coração. Tinha estado a ler sem chegar a lugar nenhum, reler, reler, não a decifrar mas a tentar entender, como disse. Ficção, respondo, libertinagem, aviso. Viajo demais, diz-me ela, mas no fundo teria de haver verdade, estaria ali. Sim, terá de haver sempre eu ali. Escrever é criar futuro, deixar passado. Como se tivesse a ambiciosa presunção de criar um espólio para te poder dizer: aqui tens, está aqui, esteve sempre aqui à tua espera.

No fundo, serei infinitamente mais romântica do que aquilo que gosto de admitir. 
(há coisas que só se podem confessar a ninguém)

Breath Away



Oh every time I see you go by
I break down and cry
You're taking my breath away
And every time i see you with her
Oh baby it hurts
You're taking my breath away
Breath away

Programação

Vemo-nos por lá?

Dentro dela cai a noite

(...)
olha a mulher sem olhar a mulher
dentro dela cai a noite sobre Antuérpia
relê sempre a primeira frase que diz

esteve um dia lindo no teu sorriso

das histórias que desconheço gosto muito desta
um lóbi de hotel uma cidade chamada Kikwit nos anos cinquenta
um homem uma mulher ele impaciente em whisky ela
triste em tabaco

não se conhecem nem se vão conhecer
o homem tem um livro no bolso a mulher o coração partido
entre o bar e o cadeirão de vime há um verso impossível
(...)


Miguel-Manso, in Poemas com Cinema

Coração (meu)

Custa muito acreditar que possa ser verdade, mesmo que só possibilidade. Sempre os outros e tu aqui tão perto, tão real e tão minha. Invento todos os pretextos para não pensar nessa possibilidade, como se só existisse o quanto o conseguires imaginar. Vai correr tudo bem, ok? Vai correr tudo bem e isto vai ser só um susto que nunca vai chegar a acontecer. Por isso não vou chorar, chamar-lhe nomes, pedir-lhe contas de tanta injustiça e dor, tua, dela, nossa. Porque não vai acontecer, ok? Eu não usei aquele nome nem vou usar. Isto és só tu a tropeçares nas escadas como há pouco e nós a rirmos porque eu acabo por colocar sempre as mãos onde não devo, e talvez seja por isso. O resto são invenções que não cabem no nosso vocabulário de quimeras e poesias, mesmo que agora prefiras os misóginos aos poetas. Vai correr tudo bem, e sei que a esta altura já não me suportas por repetir isto, retirando seriedade a assunto tão sério, desprezando-o quase nessa probabilidade incómoda para que, sem atenção, se afaste. Mas vai. Agarro-te a mão, coração meu, e não mais vais cair nas escadas porque as tuas foram feitas para subir.

No one’s laughing



(a letra desta música, tão irritantemente real e bonita)

Deus existe suficientemente

Concordo com Delmore Schwartz:
«uma mulher nua é uma prova da existência de Deus».
Podia dizer: uma prova suficiente. Apenas
o indispensável para que a dúvida se dissipe,
e o grande cenário do Paraíso se abra
em écran gigante e som estereofónico (sim:
os anjos cantam por cima disto).

Nuno Júdice, in Poemas com Cinema

A vida em geral

Quem não sabe que horas são nunca chega a estar atrasado.

A loucura não se diz

Há essa possibilidade doentia de que todas as letras gritem surdas o teu nome e que eu me apaixone em cada regresso sem ida ou volta e não saiba o que fazer de mim depois.  Não o vou confessar. Terei escrito sempre sobre ti já antes, e temo escrever sempre sobre ti depois, há efectivamente essa probabilidade sem impacto que não sei contabilizar. Vou negá-lo também, sete, setenta vezes sete. Pelos séculos dos séculos eras tu. Eternamente tu. Mas isso não te digo porque a loucura não se diz.

Havia ali um senso arcaico da paixão*

Leva dentro dela algo que se parece muito com a eternidade, no seu brilho incandescente de força e amor capaz de ferir. É tão natural para ela, que não o vê. Nasceu assim, pobre feliz. Inala a vida como se lhe fosse estranha e por isso com esse abismo de desejo exasperado que os poetas tentam desesperadamente meter em cada verso forçado. Perdeu a fé nas palavras e por isso morde com certeza os gestos soltos que lhe sacrificam em oferenda, flores de chá quente a consumir no silêncio vertiginoso de quaisquer noites orientais. Dance me to the end of love, canta ele em suspiros roucos e demorados entre violinos ardentes , os meus olhos tão dentro dos teus, soterrados nos teus, os meus olhos tão teus. E, quando de mãos abertas, brotam-lhe ternas promessas em que não acredita porque a verdade surge no final e ela já sabe. Conta-me o teu segredo, despe-te para mim, peço-lhe. Tem muitas histórias consigo, quase todas inacabadas, quase todas de amores perdidos e lágrimas achadas. Também a fé nas palavras, essa também não achou ainda, e por isso espraia-se num branco sem medida, também ela à procura. E eu à procura dela. Busco o seu corpo fino à procura da salvação, aquilo que poderá ser a eternidade, ou algo muito parecido com isso, aquilo que ela tem, não sei dizer-te. Só sei dizer-te.

*Herberto Helder

Roomie with benefits



(só porque a Fox está cada vez melhor, porque a Katy Perry está quase aí e porque eu tinha de escrever "roomie with benefits" em algum lugar.)

To Tease (me)



Breathtaking beauty (she). Soubesse eu dançar.

Busyness

A necessidade de nos mantermos ocupados e a arte de saber estar nos espaços desocupados da vida. Não morres. Como tudo, como sempre, prioridades.

My heart my mind my soul



My heart my mind my soul
My feelings over you
My tears my touch remember all that I am to you

I'm looking for a reason to stay true
Looking for our love
Looking at me and looking at you

And even if I could turn away and then
I see that I'm falling in love again

Some times I wanna give you up
Some times I want to leave you alone
Some times I want to run away
And some times I want you to come back home

Catch Up

Encontrar pessoas que não via há anos e com isso apenas o peso de um instante. A tristeza vazia de um eco, sombra do que fomos. A distância entre um amigo e um conhecido pode ser a mesma que o meu passo daqui ali.

Cultivo


Dependências

- Quem é, madrinha?
- É a Daniela, uma amiga da madrinha.
- A da Casa dos Segredos?

(meu afilhado de 2,5 anos)

Home sweet home

"Criar mais impostos de trabalho". "Já estar afectiva".

Tento

Não digas palavras em vão. Todas têm um peso e uma medida que deves respeitar. Moderação. "Até já" é uma promessa. Não digas o que não podes cumprir.

Blueberry

Esperança é uma palavra de 9 letras

L-Mesitran.

Love and Other Drugs



I use to worry a lot about what I would be when I grew up like how much money I’d make or someday I’d become some big deal. Sometimes, the thing you most want doesn’t happen. And sometimes, the thing you never expect happen, does. (...) You meet thousands of people and none of them really touch you. And then you meet one person, and your life is changed forever.

(Jake Gyllenhaal é irmão de Maggie Gyllenhaal. Há decisões realmente difíceis.)

O seco sóbrio simples nome de mulher

Morreu a mais bela mulher do mundo
tão bela que não só era assim bela
como mais que chamar-lhe marilyn
devíamos mas era reservar apenas para ela
o seco sóbrio simples nome de mulher
em vez de marilyn dizer mulher
Não havia no fundo em todo o mundo outra mulher
mas ingeriu demasiados barbitúricos
uma noite ao deitar-se quando se sentiu sozinha
ou suspeitou que tinha errado a vida
ela de quem a vida a bem dizer não era digna
e que exibia vida mesmo quando a suprimia
Não havia no mundo uma mulher mais bela mas
essa mulher um dia dispôs do direito
ao uso e ao abuso de ser bela
e decidiu de vez não mais o ser
nem doravante ser sequer mulher
O último dos rostos que mostrou era um rosto de dor
um rosto sem regresso mais que rosto mar
e toda a confusão e convulsão que nele possa caber
e toda a violência e voz que num restrito rosto
possa o máximo mar intensamente condensar
Tomou todos os tubos que tinha e não tinha
e disse à governanta não me acorde amanhã
estou cansada e necessito de dormir
estou cansada e é preciso eu descansar
Nunca ninguém foi tão amado como ela
nunca ninguém se viu envolto em semelhante escuridão
Era mulher era a mulher mais bela
mas não há coisa alguma que fazer se certo dia
a mão da solidão é pedra em nosso peito
Perto de marilyn havia aqueles comprimidos
seriam solução sentiu na mão a mãe
estava tão sozinha que pensou que a não amavam
que todos afinal a utilizavam
que viam por trás dela a mais comum imagem dela
a cara o corpo de mulher que urge adjectivar
mesmo que seja bela o adjectivo a empregar
que em vez de ver um todo se decida dissecar
analisar partir multiplicar em partes
Toda a mulher que era se sentiu toda sozinha
julgou que a não amavam todo o tempo como que parou
quis ser até ao fim coisa que mexe coisa viva
um segundo bastou foi só estender a mão
e então o tempo sim foi coisa que passou.

Ruy Belo, in Poemas com Cinema

Outra História de Encantar


















Terias de ser tu. Obviamente.

Saint

I have no special talents. I am only passionately curious*

Se eu podia viajar mais este ano? Podia, mas não era a mesma coisa: 

* Einstein dixit, dixem

O desejável da inocência















via A Trama

The Lives of Others: Sonata For A Good Man



Buchverkäufer: 29.80. Would you like it gift wrapped?
Hauptmann Gerd Wiesler: No. It's for me.

No escurinho do cinema

Não deixa de ser estranho, sonhar-te. Não deixa de ser estranho, pensar-te ao comprar Poemas com Cinema. Terá sido um sonho de uma noite de Inverno, só isso. Mas leio alguns poemas no livro e vejo-te a ti. Leio e apetece-me lê-los para ti, como se isso me pudesse tranquilizar. Restos de um sonho de uma noite de Verão, suponho.

Adivinhar-te o gosto da saliva

Ir ao cinema na caverna escura,
sentar-me na poltrona do teu ombro
numa t-shirt antiga de bom pêlo,
é o prazer mais certo que me resta.
Que bom deixar-me estar na oscilação discreta
que nasce do teu corpo e me transporta
a essa embriaguez chamada rima;
sentir o cheiro limpo do cabelo,
adivinhar-te o gosto da saliva.
Pois, embora eu veja a multidão compacta
(que a imagem tornou inofensiva)
estremecer a rir e comover-se
à imprecisa luz da narrativa,
de magia vulgar vinda do tecto
onde o olhar obsceno do arquitecto
ao longo da visão vigia e julga;
e mesmo a clara forma da paisagem
é tosco véu de uma ilusão sensível,
metáfora ou reflexo de outro mundo
perfeito e puro, onde não entra gente
(mas entra, vê tu bem, a miserável pulga).
Tu porém és real, sentes lá dentro
um coração pulsar, e até parece
que tens em ti a inclinação secreta
a seres dono de ti, e partilhar
a vida verdadeira de um insecto.
Assim eu sonho e penso, já suspenso
por fino fio, à altura do teu peito;
mas já, impaciente, tu murmuras
que perdes o teu tempo em desgraçada fita;
melhor seria, em quente discoteca,
toda a noite dançar (uma invenção maldita,
alheia à condição de quem medita),
ou regressar a casa, onde de graça
te aguarda mais concreta companhia.
Ficar por aqui só, sem o mistério
da tua carne branca bem cheirosa,
é uma perspectiva que me assusta;
como dizer-te que também eu quero
afinal conhecer o nó do enredo?
De poucas horas feita a longa vida,
são estas as melhores e as mais justas;
está o filme a acabar, fica comigo até ao fim;
não sabes que te perdes, quando te perdes de mim?

António Franco Alexandre, Aracne (Fragmento), in Poemas com Cinema

Deus é uma gramática profunda

"(...) Vão alguns em busca de beleza, dizem. É uma ciência dos movimentos, a beleza, ciência de ritmo, ciclo, luz miraculosamente regulada, uma ciência de espessura e transparência da matéria? De todos os pontos a todos os pontos da trama luminosa, ao fundo da assembleia sentadamente muda morrendo e ressuscitando segundo a respiração na noite das salas, a mão instruída nas coisas mostra, rodando quintuplamente esperta, a volta do mundo, a passagem de campo a campo, fogo, ar, terra, água, éter (ether), verdade transmutada, forma. A beleza é a ciência cruel, imponderável, sempre fértil, da magia? Então sim, então essa energia à solta, e conduzida, é a beleza. 
(...)
A imagem é um acto pelo qual se transforma a realidade, é uma gramática profunda no sentido em que se refere que o desejo é profundo, e profunda a morte, e a vida ressurecta. Deus é uma gramática profunda."

Herberto Helder, "Cinemas", in Poemas Com Cinema

Chloe

Teus olhos dizem mais que muitas bibliotecas

Teus olhos imorais,
Mulher, que me dissecas,
Teus olhos dizem mais,
Que muitas bibliotecas!

Bocage

A pele que há em mim

Bichos e Bichas III

"da psiquiatria televisiva e outras perversões


os últimos dias têm sido marcados por um intenso debate em torno do homicídio de carlos castro. a tragédia que se abateu sobre aqueles dois homens tem exposto algumas das faces mais negras daqueles com quem convivemos quotidianamente. sobre o caso não escreverei uma única palavra. detenho-me apenas nas reacções que temos visto e lido um pouco por todo o lado.

em primeiro lugar, a tentação do diagnóstico psiquiátrico. elaborar hipóteses de diagnóstico sobre um caso concreto com base em informações noticiosas é um autêntico disparate. as hipóteses de diagnóstico constroem-se a partir da história clínica. aquilo que ouvimos reflecte, somente, a opinião dos psiquiatras que falaram.

em segundo, o pecado da generalização. ao longo dos últimos dias, técnicos disto e técnicos daquilo desfilaram pela praça pública afirmando uma coisa e o seu contrário como se tudo fosse generalizável. um autêntico absurdo que pretende encaixar cada indivíduo na gaveta que dá mais jeito para a conclusão desejada.

em terceiro, a decadência moral patente na repetida desculpabilização do homicídio que tem sido promovida e que é o traço mais visível da homofobia internalizada que subjaz na sociedade portuguesa. a missa-comício de hoje é o exemplo mais caricato: alguém acredita que a homicida de um idoso de 65 anos suscitaria a mesma compaixão cristã?

nenhum daqueles dois homens merecia o sucedido porque ninguém merece um desfecho como aquele. por uma questão de respeito e de decência deviam calar-se todos. todos."

Bichos e Bichas II

"Como muito se fala por aí querem fazer do carrasco de Carlos Castro uma vítima que apenas terá reagido excessivamente às promessas vãs e "ofertas de luxúria" de um velho libidinoso que nada mais queria do que aproveitar-se do rapaz provinciano fascinado pelas luzes da ribalta. A história até podia ser assim, caso se tratasse do argumento de um telefilme de domingo à tarde na TVI, mas parece-me que muita gente se está a esquecer que essa suposta personagem ingénua e iludida passou uma hora a torturar, esmurrar e mutilar a vítima, explicando pouco tempo depois, e em tom calmo, que "o Carlos já não sai hoje do hotel"."

Bichos e Bichas I

(...) Há, porém, um comentário na mesma notícia que revela algo de mais sinistro: alguém que diz que todos temos filhos e netos e que, portanto, com "telhados de vidro". Assim, ninguém gostaria que semelhante coisa "nos" acontecesse; não o assassinato, presume-se; mas sim esta "corrupção" que é, afinal, vista como a causa de tudo. É a insinuação velada, confusa e muito comum, de misturar homossexualidade com pedofilia (afinal, tudo perversões, certo?): chamá-lo repetidamente de "o rapaz", "o rapaz", como se fosse um moço de 14 anos e não um homem adulto. Isto eleva a questão a outros patamares, com o efeito assumido de favorecer e desculpabilizar a "vítima".

Evidentemente, nada disto estaria em causa se o Castro fosse um velho babado por saias e o Renato, uma cheerleader de formas redondas. Nesse caso, a relação seria apenas mais uma "subida na horizontal" (bocejo!). E se ocorresse um homicídio, ninguém viria em socorro da autora, decerto que seria uma assassina interesseira, uma puta ladra que esteve meses a chular o pobre velhinho apaixonado e iludido e que tentou, decerto, um qualquer "golpe do baú" (provavelmente com um parceiro por trás pois, já cá se sabe, as mulheres não são muito inteligentes) que correu mal. Assim não, é apenas uma história, simultaneamente trágica e moralizante, de "uma vida perdida" de um jovem iludido, um aviso a todos os jovens para não se deixarem seduzir por iguais enganos e a confirmação da "violência da comunidade homossexual" (como o inefável Arroja defendeu, num post que, por pudor, me recuso a indicar), embora o gay é que tenha sido assassinado, mas que interessa isso? No fundo, estava a pedi-las, não estava?"

Bichos e Bichas

"«Jovem lindo e inocente é pervertido por velho lúbrico do mundo do glamour dominado pelos gays e faz justiça, limpando a sociedade e salvando todos os outros jovens lindos e inocentes à mercê de velhos lúbricos». É isto que querem dizer? Então tenham tomates e escrevam-no.


(Período de transição: quando os direitos aumentam, aumenta o preconceito reactivo)"

A Trama

Tu não precisavas daqueles livros ou de ter ido àquela livraria em particular, mas querias muito. E quando ela disse entusiasmada e sorridente que eram uns revolucionários porque tinham decidido fazer algo nunca antes feito - vender livros numa livraria -, tu tiveste a certeza que tens de voltar mais vezes. Quem vende livros em vez de produtos é concerteza revolucionário.

Awkward: lenço





As pessoas agem de forma diferente sozinhas ou acompanhadas, não esquecer.

Os elogios que recebo são melhores do que os vossos

"Um dia ainda te papo de tão fofinha que és".

Addictional Issue

Ele escreveu Elis (referindo-se a Elisabete) mas quem te ocorreu foi a mãe da Meredith Grey.

Papa-Exames

Quarta-feira, 70-633, done.
Segunda-feira, 70-639, agendado.

Presidenciais: OMG

Aquela propaganda do Coelho a Presidente era uma anedota, certo?

I can see clearly now: preparação

Nunca precisou de ler Nietzsche para desprezar os fracos. Chorar é ser vulnerável e só os fortes sobrevivem.

A possibilidade do impossível

Tu podias ser aquele n'O Estrangeiro. Ainda vais pensando algumas vezes nisso e ela nem precisaria de te ter chamado insensível e ter cristalizado aquela ferida. A palavra foi a certeza, é quase sempre assim. Mas, de vez em quando, como hoje, a dor confunde-te. A dor visível acima da palavra invisível, o afecto e seus laços, a família e suas fraquezas, o amor necessário para vencer o medo. Não dizer aquele nome, não pensar naquele nome, ignorar a possibilidade do impossível daquele nome. A sorte não é bastante e o essencial tem em si um propósito, lembrar-lhe. Não a simples extensão, mas ser, sê-la, lembrar-lhe. A vida não apenas dela, mas também minha, nossa, lembrar-lhe.

A pele na pele de quem se quer tanto



A porta fechou-se contigo
Levaste na noite o meu chão
E agora neste quarto vazio
Não sei que outras sombras virão
E alguém ao longe me diz

Há um perfume que ficou na escada
E na TV o teu canal está aberto
Desenhos de corpos na cama fechada
São um mapa de um passado deserto
Eu sei que houve um tempo em que tu e eu
Fomos dois pássaros loucos
Voamos pelas ruas que fizemos céu
Somos a pele um do outro

Não desistas de mim
Não te percas agora
Não desistas de mim
A noite ainda demora

Ainda sei de cor o teu ventre
E o vestido rasgado de encanto
A luz da manhã e o teu corpo por dentro
E a pele na pele de quem se quer tanto

Não tenho mais segredos
Escondi-me nos teus dedos
Somos metades iguais
Mas hoje só hoje
Leva-me para onde vais
Que eu quero dizer-te

Não desistas de mim
Não te percas agora
Não desistas de mim
A noite ainda demora
E não desistas de mim
Não te percas agora

One day, someday

Ela diz que me encontrou em todas as livrarias e cafezinhos de Buenos Aires. Agora, obviamente, terei de lá ir.

The Bounty Hunter

O que era suspeita torna-se cada vez mais evidência: aparentemente tenho uma sósia.
Trata-se de uma pessoa de bom gosto e que se trata bem, entre o 1º de Maio e o Barrigas, com decoração na Zara Home. Qualquer outra informação será devidamente recompensada.

Webhosting: cúmulos

Promover a minha "antiga" empresa na minha "nova" empresa. Algures entre o bom samaritano e o cúmulo puro.

E ouve-se ao fundo uma velha canção de paz e amor



Se por acaso me vires por aí
Disfarça, finge não ver
Diz que não pode ser, diz que morri
Num acidente qualquer
Conta o quanto quiseste fazer
Exalta a tua versão
Depois suspira e diz que esquecer
É a tua profissão

E ouve-se ao fundo uma linda canção
De paz e amor
Se por acaso me vires por aí
Vamos tomar um café
Diz qualquer coisa, telefona, enfim
Eu ainda moro na Sé
Encaixotei uns papeis e não sei
Se hei-de deitar tudo fora
Tenho uma série de cartas para ti
Todas de uma tal de Dora

E ouvem-se ao fundo canções tão banais
De paz e amor
Se eu por acaso te vir por aí
Passo sem sequer te ver
Naturalmente que já te esqueci
E tenho mais que fazer
Quero que saibas que cago no amor
Acho que fui sempre assim
Espero que encontres tudo o que quiseres
E vás para longe de mim

E ouve-se ao fundo uma velha canção
De paz e amor
Na sexta-feira acho que te vi
À frente da Brasileira
Era na certa o teu fato azul
E a pasta em tons de madeira
O Tó talvez queira te conhecer
Nunca falei mal de ti
A vida passa e era bom saber
Que estás em forma e feliz

E ouve-se ao fundo uma triste canção
De paz e amor.

Ginja antes de deitar dá um alegre despertar

Constatação: a ginja torna-me uma pessoa mais sensível. 
É só por causa dessa sensibilidade provocada e de achar que, de vez em quando, ainda passas por aqui,  que não te vou dizer que, por vezes, me pareces uma adolescente a querer tudo de todas as maneiras num imediato sem rumo.
É só por causa dessa sensibilidade provocada e de achar que, de vez em quando, ainda passas por aqui,  que não te vou dizer que, por vezes, me apetece ser uma adolescente contigo.
É só por causa dessa sensibilidade provocada e de achar que, de vez em quando, ainda passas por aqui,  que te vou dizer que constatei agora que a ginja me torna uma pessoa mais sensível, tu que me disseste que eu já não era sensível como antes.

Gostar de Mozart

O pensamento sempre adiante e sempre traiçoeiro para os gestos lentos e (co)medidos. Os olhos denunciam tudo, por isso vale olhar pouco e perdidamente. Se querias assim tanto falar-lhe, dizer-lhe que sim, não passa, mas não, vai melhorar, por que não o fizeste? Tempo. Por que não revelar-lhe a surpresa da revelação e a grandeza de o expor assim, mãos abertas na tua frente, quando contigo tudo é pesado e demasiado ponderado? Espaço. Se querias tanto abraça-la naquele momento inesperado e tocares o seu cabelo, por que não o fizeste? Pausa. Talvez a palavra seja mesmo essa, aquela que te disse, a da flexibilidade, que te estranhou o coração mas a que a consciência soube anuir. Por muito que te custe, tal como o passado nos persegue, há nisso verdade. Não precisarias sequer da sua palavra, sempre sensata mesmo que inconsciente de si. Tens em ti todas as provas e todas as justificações. Não procures fora se dentro está. Falta-te a flexibilidade de seres tu.

Who's in charge: tolerância ao risco

Tem ali a oportunidade, aquela de se mostrar crescida e escaldada da vida, conhecedora dos seus meandros, sofredora nos seus cruzamentos. Ali está a que tantas buscaram, as contas a ajustar, a defesa de um papel, metade do mundo na possibilidade da sua decisão, finalmente ela, agora ela, ela a poder mostrar que sabe, que quer e que é. Ela que compara - comparamos sempre - e que prefere não entender. Se tens olhos que vejas. Ela que merece tanto e a quem tanto magoam. Ela que prefere a certeza de um mínimo à possibilidade de um máximo. Em tudo na vida, conduz-nos o nosso grau de tolerância ao risco. E ela não mexe nas suas poupanças.

Ni con miles de versos harás la Revolución



se sienta a la mesa y escribe
«con este poema no tomarás el poder» dice
«con estos versos no harás la Revolución» dice
«ni con miles de versos harás la Revolución» dice

y más: esos versos no han de servirle para
que peones maestros hacheros vivan mejor
coman mejor o él mismo coma viva mejor
ni para enamorar a una le servirán

no ganará plata con ellos
no entrará al cine gratis con ellos
no le darán ropa por ellos
no conseguirá tabaco o vino por ellos

ni papagayos ni bufandas ni barcos
ni toros ni paraguas conseguirá por ellos
si por ellos fuera a la lluvia lo mojará
no alcanzará perdón o gracia por ellos

«con este poema no tomarás el poder» dice
«con estos versos no harás la Revolución» dice
«ni con miles de versos harás la Revolución» dice
se sienta a la mesa y escribe

Roteiro da Globo

Seria uma ilusão ilegítima pensar que era de mim que querias saber, bem sei. Ainda assim gosto de manter um certo nível de idiotice feliz que me preencha os vazios. Nada mais afinal que um interesse científico, nada mais afinal que uma desinteressada comparação. Enganas-te como gostas que te enganem. E isto já nem é o tal filme de Woody Allen repleto de estranhas coincidências ou ironias absurdas elevadas a cúmulos. Isto só pode ser um roteiro da TV Globo de gosto duvidoso. Um círculo perfeito onde quem entra não escapa.

Amapola

Em todas as línguas. Em todas as vezes.

Limoncello: the reason

Ela - Já reparaste que vimos sempre jantar a sítios românticos?
Eu - Não tenho a culpa que os melhores restaurantes sejam os românticos.

Mend a broken heart

Querer dizer-te tanto e não te conseguir dizer nada. Hoje é o meu coração (idiota). Desculpa.

Cosyness

Falar-te de 2010 e lembrares-me de 2009. Gosto do tempo em que temos crescido juntas. Let's be scared together, lembras? Gosto da perspectiva que sempre trazes, optimista e feliz. Gosto daquela palavra que sempre me surge quando estou junto a ti. Cosyness.

Elise Clifton-Ward



A vida dos teus dias nos dias da tua vida

Novo ano. Nova década. Nova era. Nova vida. Tudo novo, como se a mudança de calendário fosse uma imediata mudança nos comportamentos. Como se te fosse dada mais uma oportunidade, aproveita bem desta vez. O tempo está a contar. E, agora. Tic.Tac.Tic. Tac. Run, Forrest, run.
Uns mais cedo, outros mais tarde, mas há sempre o momento em que vais olhar para trás. Estamos condenados a contemplar em vez de explorar, meditar, meditar, meditar, pensar, pensar, pensar, com tanto horizonte lá à frente. Os inevitáveis balanços, e eu ser de letras e não me saber dividir, como ela canta. Não te divides, não gostas de balanços, balancetes ou Ts de razões, mas não te consegues furtar a contabilidades afectivas entre deves e haveres, conquistas e perdas, risos e lágrimas. Gostas do que vês? Quanto dá essa  tua soma?
Ano após ano, dia após dia, e tantos planos, projectos, estratégias, fazer isto para chegar àquilo. Resoluções, doze desejos ou apenas um, aquele de todas as vezes, aquele o mais importante, vontades, promessas.  Para quando? É hora. Recomeça. Aproveita. No final o que interessa é quanta vida cabe nos dias que cabem na tua vida. Pára por isso de escrever, pára de ler, meditar, pensar, tudo isso que tu fazes. Run.