Não namores uma rapariga que lê

"vai-me mas é buscar uma cerveja, sweety. e não namores com uma miúda que lê, muito menos com uma que escreva. que seja antes gira e bem disposta, leve e ambiciosa: que queira uma casa com quintal, três filhos e uma televisão a cores para verem filmes policiais ao domingo, pés enterrados na areia em agosto e uma ou duas fotografias em paris pelo vosso aniversário. namora com uma rapariga que esteja disposta a andar com uma fotografia tua na carteira, que te dê beijinhos no pescoço quando acordas e que dance - e que dance. que saiba inglês, que arrisque nas ostras, que não vá em implantes. man, as miúdas que lêem têm cabecinhas sobrevalorizadas, barrocas em jeito prafrentex, e mania desde o rouge da unha do pé ao cabelinho que deixam no teu lençol. mania de ficcionar, de querer romance, poesia, aventura no boteco, paixão no supermercado, desamor e quebra-cabeças porque sim, porque sim. miúdas que lêem não suportam rotina e acham sempre que falta qualquer coisa - suspense, acção e sangue. são lindas quando bebem de mais, as miúdas que lêem. ficam iguais às outras."

Catarina, da sempre Trama
(e que estará amanhã 18h pela Feira, dizem)

Shine a light on her

Ela era livre de fazer o que quisesse

Ainda antes de to oferecer, noto que teria de ser este. Há sinais onde os queiramos encontrar -  "confessavas muitas vezes que o nosso encontro tinha que ser breve para se manter belo" e "ela era livre de fazer o que quisesse" como derradeira frase - e eu encontrei estes para ti. Pedro Paixão nunca me desiludiu.

Quando em mim ama tudo

("Não sei fingir que amo pouco quando em mim ama tudo", não te esqueças de voltar a colocar essa frase, a frase, bem visível como um termo e condição essencial para quem chega.)

A franqueza trouxe o lado negro da força e esse, talvez inevitavelmente, trouxe-te a dúvida. Poderia ter dito que sim, que me apaixono todos os dias pelas minhas amigas e é por isso que são minhas amigas e sempre as mais belas e que me envaideço muito por as ter para mim. Poderia ter dito que não, negado em auto-preservação, dizer que sei muito bem o que faço e tudo muito bem calculado, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Em vez disso, fico surpresa, queda, muda, tão ignorante de mim, tão desprevenida daquela conversa e já tão ciente da sua conclusão. 

Quando as palavras me falham, nem de números nem de palavras afinal, roubo sempre aos outros: "não sei fingir que amo pouco quando em mim ama tudo", na esperança de que essas palavras de vida eterna saibam esclarecer tudo o que eu não sei dizer, que te consigam dizer que o meu duche é sempre de água quente e nunca de água morna, mas algumas vezes de água fria. 

Pensei tanta coisa e não te disse nada, o meu olhar a evitar o teu,  e mortifico-me nesse silêncio de consentimento, pensando onde, quando ou porquê. Terás talvez razão, eu raramente a tenho, tanto para tão pouco e por isso calma, e por isso menos, e por isso afastar. Sei que não é gratidão, mas a palavra surge-me recalcada, pedimos sempre, esperas sempre, mas tu chamas preocupação e eu também acredito. Quem sabe seja melhor assim, eu não sei.  Quem sabe também eu só me preocupasse. Quem sabe só existisse luz onde viste o lado negro. Quem sabe seja amizade, aquela mais bela forma de amor, e eu não saiba fingir que amo pouco.

Ora aqui está

Sorri com os meus "Ora aqui está uma coisa que não esperava ouvir hoje" ou "nunca esperaria que hoje, 27 de Abril de 2011, estaria aqui a fazer isto". Diz que é bonito, talvez até seja. Sei que é um assombro que sempre me ocupa, a beleza do inesperado a tocar-me e eu deslumbrada de espanto com as possibilidades imensas de tudo, qual criança. Todos os momentos são irrepetíveis e serendipity será sempre das minhas palavras preferidas, assim o sei eu.

As minhas Quintas-feiras são melhores que as Vossas: risos

- O Homem sem Qualidades, Robert Musil
- Terra de Neve, Yasunari Kawabata
- A Noiva Judia, Pedro Paixão

Cada um 5 Euros.

(Liga-me a perguntar se a minha Quinta-feira está a ser melhor do que a dela. Conhece-me.)

Namora uma rapariga que lê

"Namora uma rapariga que lê. Namora uma rapariga que gaste o dinheiro dela em livros, em vez de roupas. Ela tem problemas de arrumação porque tem demasiados livros. Namora uma rapariga que tenha uma lista de livros que quer ler, que tenha um cartão da biblioteca desde os doze anos.

Encontra uma rapariga que lê. Vais saber que é ela, porque anda sempre com um livro por ler dentro da mala. É aquela que percorre amorosamente as estantes da livraria, aquela que dá um grito imperceptível ao encontrar o livro que queria. Vês aquela miúda com ar estranho, cheirando as páginas de um livro velho, numa loja de livros em segunda mão? É a leitora. Nunca resistem a cheirar as páginas, especialmente quando ficam amarelas.

Ela é a rapariga que lê enquanto espera no café ao fundo da rua. Se espreitares a chávena, vês que a espuma do leite ainda paira por cima, porque ela já está absorta. Perdida num mundo feito pelo autor. Senta-te. Ela pode ver-te de relance, porque a maior parte das raparigas que lêem não gostam de ser interrompidas. Pergunta-lhe se está a gostar do livro.

Oferece-lhe outra chávena de café com leite.

Diz-lhe o que realmente pensas do Murakami. Descobre se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entende que, se ela disser ter percebido o Ulisses de James Joyce, é só para soar inteligente. Pergunta-lhe se gosta da Alice ou se gostaria de ser a Alice.

É fácil namorar com uma rapariga que lê. Oferece-lhe livros no dia de anos, no Natal e em datas de aniversários. Oferece-lhe palavras como presente, em poemas, em canções. Oferece-lhe Neruda, Pound, Sexton, cummings. Deixa-a saber que tu percebes que as palavras são amor. Percebe que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade – mas, caramba, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco com o seu livro favorito. Se ela conseguir, a culpa não será tua.

Ela tem de arriscar, de alguma maneira.

Mente-lhe. Se ela compreender a sintaxe, vai perceber a tua necessidade de mentir. Atrás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. Nunca será o fim do mundo.

Desilude-a. Porque uma rapariga que lê compreende que falhar conduz sempre ao clímax. Porque essas raparigas sabem que todas as coisas chegam ao fim. Que podes sempre escrever uma sequela. Que podes começar outra vez e outra vez e continuar a ser o herói. Que na vida é suposto existir um vilão ou dois.

Porquê assustares-te com tudo o que não és? As raparigas que lêem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Excepto na saga Crepúsculo.

Se encontrares uma rapariga que leia, mantém-na perto de ti. Quando a vires acordada às duas da manhã, a chorar e a apertar um livro contra o peito, faz-lhe uma chávena de chá e abraça-a. Podes perdê-la por um par de horas, mas ela volta para ti. Falará como se as personagens do livro fossem reais, porque são mesmo, durante algum tempo.

Vais declarar-te num balão de ar quente. Ou durante um concerto de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Pelo Skype.

Vais sorrir tanto que te perguntarás por que é que o teu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Juntos, vão escrever a história das vossas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos ainda mais estranhos. Ela vai apresentar os vossos filhos ao Gato do Chapéu e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos da vossa velhice e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto tu sacodes a neve das tuas botas.

Namora uma rapariga que lê, porque tu mereces. Mereces uma rapariga que te pode dar a vida mais colorida que consegues imaginar. Se só lhe podes oferecer monotonia, horas requentadas e propostas mal cozinhadas, estás melhor sozinho. Mas se queres o mundo e os mundos que estão para além do mundo, então, namora uma rapariga que lê.

Ou, melhor ainda, namora uma rapariga que escreve."

(Texto de Rosemary Urquico, encontrado no blogue de Cynthia Grow. Tradução “informal” de Carla Maia de Almeida para celebrar o Dia Mundial do Livro, 23 de Abril.)

Bato a porta devagar

Não sei que te diga, a sério que não. Conseguir dizer-te alguma coisa seria um bom começo, de facto, mas não consigo sequer. Sabes aqueles momentos precipitados em que algo em nós nos impele a magoar, o pagar na mesma moeda e gritar palavras absurdas de que logo nos arrependemos? Ando a melhorar, acredita que sim. E é só por causa desse esforço pessoal e (des)necessário que a única coisa que te digo é que nenhuma relação, qualquer que ela seja, consegue viver só do passado. Cantavas "nunca me esqueci de ti" e eu quero continuar a acreditar, mas mesmo "esqueci" é já uma conjugação tarde demais.

Special how?

Kolmi

Toda a expectativa conduz à desilusão. Decifrou-te logo no início, uma carência é diferente de uma vontade. E a tua ansiedade informa-te agora disso: talvez não fosse para que a distraísses mas tão somente para que tu te distraísses. Uma espécie de egoísmo em reabilitação.

Limoncello

Oiço Amapola, de Bocelli, e lembro-me de ti, numa sala de restaurante deserta, a cantá-la. Ser uma mulher marcante tanto é qualidade como perigo.

Exagerada I

"A banalidade é o melhor esconderijo para as coisas extraordinárias."
Afonso Cruz, na Ler

I'm telling the world



She's the one.

Tão simples que até parece óbvio

O afecto afecta e o desafecto, além de afectar, desafecta.

O trovão e o relâmpago

A memória pode ter esse efeito demoníaco: a rosa esquecida caiu de entre as páginas do catálogo da La Redoutte e, nesse preciso momento, choraste uma vez mais, desalmada. Sei agora que é possível não gostar de alguém que não conheço. E queria tanto resgatar-te, eu quero tanto resgatar-te. Agarra a minha mão.

(e não conto a ninguém a beleza daquela hora de conversa ao telefone em noite de trovoada, o teu riso pequeno e livre, a voz já tão arrastada a saber-me a talvez, o longe e o perto tão diferentes do acessível e do inacessível, mas tentar acalmar-te o coração, ao menos tentar, e fazer disso missão.

tudo tem sido tanto que o tempo me parece pouco, mas mesmo o pouco é tudo para quem tanto atempou.)

Exagerada











Repito, eu não sou exagerada - a realidade confirma a minha subjectividade, olha as reacções. Mas digo-te agora com mais certeza do que quando te disse pela primeira vez - a minha subjectividade cravada no tempo tem confirmado a realidade, olha a minha reacção.

Não sejas estúpida



Raras excepções, só vemos o que queremos ver.

An Englishman in New York


O meu entendimento das mulheres é comparável ao meu entendimento dos Portugueses em geral.

As minhas Quintas-feiras são melhores que as vossas

"Poemas Possíveis", José Saramago;
"Ninguém Escreve ao Coronel", Gabriel García Márquez;
"Eles Eram Muitos Cavalos", Luiz Ruffato.

5 Euros cada.

A máquina acordou



Saber o que fazer,
Com isto a acontecer,
Num caso como o meu.
Ter o meu amor,
Para dar e pra vender,
Mas sei que vou ficar,
Por ter o que eu não tenho,
Eu sei que vou ficar.
É de pedir aos céus,
A mim, a ti e a Deus,
Que eu quero ser feliz,
É de pedir aos céus.
Porque este amor é meu,
E cedo, vou saber
Que triste é viver,
Que sina, ai, que amor,
Já nem vou mais chorar,
Gritar, ligar, voltar,
A máquina parou,
Deixou de tocar.
Sentir e não mentir,
Amar e querer ficar,
Que pena é ver-te assim,
Já sem saberes de ti.
Rasguei o teu perdão,
Quis ser o que já fui,
Eu não vou mais fugir,
A viagem começou,
Porque este amor é meu
E cedo vou saber,
Que triste é viver,
Que sina, ai, que amor.
Já nem vou mais chorar,
Gritar, ligar, voltar,
A máquina parou.
Deixou de tocar,
É de pedir aos céus,
A mim, a ti e a Deus,
Que eu quero é ser feliz,
É de pedir aos céus.
Porque este amor é teu,
E eu já só vou amar,
Que bom não acabou,
A máquina acordou.

Todo o amor leva à humilhação

Da mesma forma que toda a humilhação leva à morte, todo o amor, num qualquer momento, leva à humilhação ("faz o que quiseres mas não sejas estúpida").

Ela diz que não cabe tudo no amor. Eu acho que a não caber tudo nele, não merece ser chamado amor. Não somos portanto compatíveis.

Sunglasses














Monica Raymund

Tinha paixão?


li algures que os gregos antigos não escreviam necrológios,
quando alguém morria perguntavam apenas:
tinha paixão?
quando alguém morre também eu quero saber da qualidade da sua paixão:
se tinha paixão pelas coisas gerais,
água,
música,
pelo talento de algumas palavras para se moverem no caos,
pelo corpo salvo dos seus precipícios com destino à glória,
paixão pela paixão,
tinha?
e então eu indago de mim se eu próprio tenho paixão,
se posso morrer gregamente,
que paixão?
os grandes animais selvagens extinguem-se na terra,
os grandes poemas desaparecem nas grandes línguas que desaparecem,
homens e mulheres perdem a aura
na usura,
na política,
no comércio,
na indústria,
dedos conexos, há dedos que se inspiram nos objectos à espera,
trémulos objectos entrando e saindo
dos dez tão poucos dedos para tantos
objectos do mundo
e o que há assim no mundo que responda à pergunta grega,
pode manter-se a paixão com fruta comida ainda viva,
e fazer depois com sal grosso uma canção curtida pelas cicatrizes,
palavra soprada a que forno com que fôlego,
que alguém perguntasse: tinha paixão?
afastem de mim a pimenta-do-reino, o gengibre, o cravo-da-índia,
ponham muito alto a música e que eu dance,
fluido, infindável, apanhado por toda a luz antiga e moderna,
os cegos, os temperados, ah não, que ao menos me encontrasse a paixão e eu me perdesse nela,
a paixão grega

Herberto Helder,
via a trama

"Tu já conhecias aquela rapariga de BI?" III



Índia, seus cabelos nos ombros caídos,
Negros como a noite que não tem luar;
Seus lábios de rosa para mim sorrindo
E a doce meiguice desse seu olhar.

"Tu já conhecias aquela rapariga de BI?" II

O amor é uma coisa com muito pouca lógica é o melhor eufemismo que te consigo neste momento. Todas as provas na frente, todas as possibilidades ainda e, uma vez mais a idiota cedência, tudo em vão porque uma dor abafada de todos os dias é preferível à dor aguda daquela decisão. Ten decisions shape your life you'll be aware of five about, e a conversa que não conseguiste parar, as conclusões inevitáveis, lógicas, mas o coração sempre tão ilógico e em sentido contrário que até irrita. Tudo a acontecer tão depressa e tudo a acontecer-te a ti. Há dores mais suportáveis que outras e tens o peso da responsabilidade de poder decidir ainda. The first cut is the deepest, mas o hábito, as lembranças, o que foi bom de guardar. Se tens olhos, que vejas. Faria de tudo para te tirar essa dor, cuidar de ti, mas sei que nada posso e a impotência na sua terrível consciência faz-me custar a adormecer. Decide o que te deixe dormir em paz, não agora mas sempre. Precisas tanto de descansar, querida. E gostava de ainda acreditar que vais fazer o certo mas sei que  todas as noites são boas para eu sempre concluir que não entendo as mulheres.

"Tu já conhecias aquela rapariga de BI?" I

Não és essa super-amiga. Não terias de ser tu, bastaria alguém, tu sabes. Só quando a necessidade estiver satisfeita poderás concluir se o nome que lhe faltava era o teu.

"Tu já conhecias aquela rapariga de BI?"

Não sabes qual foi o ponto de viragem ou onde o salto, mas houve Serenade de Schubert, "sabe o que é xota?", os risos e as lágrimas e as palavras do Pe. Fábio de Melo na sua boca e  então a rapidez do caminho pareceu a necessária. Só sabes que algo mudou.

Franqueza

A franqueza exige franqueza. Fizeste o certo, mesmo que tudo se perca.  A exposição da fragilidade sempre te encurralou em rendição. Não te arrependas. Prioridades, valores, também tu és uma pessoa séria. Jogo na mesa e nada a esperar, não és o centro do mundo, acorda. E tu serás  então não uma entre tantas mas a minha rosa, disse o Principezinho.

(ainda tanto para dizer mas o sono e a dor nos pés. amanhã será melhor. para todos.
é possível ressuscitar um coração. um mês. devo-te desde já isso.)

Combinações explosivas

Encaixar e clique ou clique e encaixar? Qual a ordem necessária?

(o amor será sempre essa bomba que tu não sabes desmontar)

Não-luto

Mudam-se os paradigmas mas assistes ainda com uma certa estranheza ao não-luto com o fim do amor. A fila andou e nós com ela. Uma análise precipitada seria a mais errada, nestes casos. O luto ocorre ainda dentro da relação, está é esta morta há muito. O resto é só formalismos.

Business Intelligence: Houston

O sorriso que se forma no canto da boca.

Memories of Tomorrow



Os pés descalços no sofá e ela, qual criança feliz, lançando pela sala bolas de sabão, que vão a morrer sobre o tapete.

Das intenções

Segundas intenções é um conceito estranho que só pode existir para os outros. O inferno são os outros, escreveram, e está cheio de intenções, diz-se. Para o agente não existem segundas intenções porque todas as suas intenções são primeiras, mesmo que a água, essa, seja turva. Eu não tenho segundas intenções, asseguro-te.

Her hair, her hair, falls perfectly without her trying

Não precisei sequer de lhe apontar. Conhecendo-me bem, ela já sabia de quem eu tanto falava: o cabelo, aquele cabelo.

A quem importa o que lês se no final

"Eu sei que é fácil de montar o aparato da menina que é culta. Se sei. Antes um bom busto que este embuste."

Catarina, d' A Trama,
aquela em que já não fui a tempo

Don't you want me baby

A shoe thing

Disse que adorava os meus sapatos e agora dou por mim a olhar, efectivamente, para sapatos. O peixe morre pela boca, tenha isso o significado que tiver.

Yup, that was a mistake

Lily: There are certain things in life where you know it's a mistake but you don't really know it's a mistake because the only way to know that it really is a mistake is to make that mistake and go, "Yup, that was a mistake". So really, the bigger mistake would be to not make the mistake because then you'll go about your whole life not knowing whether it was a mistake or not.

in How I Met Your Mother

Robin Scherbatsky

É mesmo isto


The Girl Next Door

Sweet Disposition

Cores do Racismo

E o sangue ferve-me sobretudo quando topo com o paternalismo dos activistas anti-racistas, dos jornalistas politicamente correctos, das abordagens facciosas. Tenho nojo - é mesmo esta a palavra - dessa gente que tudo desculpa, que justifica atitudes, que apaga a responsabilidade individual, a liberdade das decisões. Os negros são todos bons selvagens. A miséria das mulheres ciganas aceita-se em obediência a um determinismo cultural. O ataque à jornalista Lara Logan na praça Tahrir é coisa que se esquece. Não existiu. O racismo profundo dos indianos, tão triste e patético, plasmado todos os dias nas propostas de casamento que aparecem nos jornais indianos, onde engenheiros informáticos pedem noivas clarinhas, quase brancas, de castas compatíveis, também se esquece. Não é racismo. É uma herança milenar. Entre um admirador confesso do Le Pen e da sua filha e um activista anti-racista, quase que prefiro o primeiro. O primeiro é racista e assume-o. Posso abertamente contestá-lo. O segundo, sendo racista, tendo entranhado no corpo a forma mais abjecta de racismo, esse paternalismo que faz lembrar a caridadezinha cristã, está convencido de que não o é. Dá muito mais trabalho contestar um activista anti-racista do que um racista.

Ana de Amsterdam,
a desejada

Quem tem medo do FMI?

Eu conheço um país que em 30 anos passou de uma das piores taxas de mortalidade infantil (80 por mil) para a quarta mais baixa taxa a nível mundial (3 por mil). Que em oito anos construiu o segundo mais importante registo europeu de dadores de medula óssea, indispensável no combate às doenças leucémicas. Que é líder mundial no transplante de fígado e está em segundo lugar no transplante de rins. Que é líder mundial na aplicação de implantes imediatos e próteses dentárias fixas para desdentados totais. Eu conheço um país que tem uma empresa que desenvolveu um software para eliminação do papel enquanto suporte do registo clínico nos hospitais (Alert), outra que é uma das maiores empresas ibéricas na informatização de farmácias (Glint) e outra que inventou o primeiro antiepilético de raiz portuguesa (Bial). Eu conheço um país que é líder mundial no sector da energia renovável e o quarto maior produtor de energia eólica do mundo, que também está a constuir o maior plano de barragens (dez) a nível europeu (EDP). Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o primeiro sistema mundial de pagamentos pré-pagos para telemóveis (PT), que é líder mundial em software de identificação (NDrive), que tem uma empresa que corrige e detecta as falhas do sistema informático da Nasa (Critical) e que tem a melhor incubadora de empresas do mundo (Instituto Pedro Nunes da Universidade de Coimbra) Eu conheço um país que calça cem milhões de pessoas em todo o mundo e que produz o segundo calçado mais caro a nível planetário, logo a seguir ao italiano. E que fabrica lençóis inovadores, com diferentes odores e propriedades anti-germes, onde dormem, por exemplo, 30 milhões de americanos. Eu conheço um país que é o «state of art» nos moldes de plástico e líder mundial de tecnologia de transformadores de energia (Efacec) e que revolucionou o conceito do papel higiénico(Renova). Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial e que desenvolveu um sistema inovador de pagar nas portagens das auto-estradas (Via Verde). Eu conheço um país que revolucionou o sector da distribuição, que ganha prémios pela construção de centros comerciais noutros países (Sonae Sierra) e que lidera destacadíssimo o sector do «hard-discount» na Polónia (Jerónimo Martins). Eu conheço um país que fabrica os fatos de banho que pulverizaram recordes nos Jogos Olímpicos de Pequim, que vestiu dez das selecções hípicas que estiveram nesses Jogos, que é o maior produtor mundial de caiaques para desporto, que tem uma das melhores seleções de futebol do mundo, o melhor treinador do planeta (José Mourinho) e um dos melhores jogadores (Cristiano Ronaldo). Eu conheço um país que tem um Prémio Nobel da Literatura (José Saramago), uma das mais notáveis intérpretes de Mozart (Maria João Pires) e vários pintores e escultores reconhecidos internacionalmente (Paula Rego, Júlio Pomar, Maria Helena Vieira da Silva, João Cutileiro). O leitor, possivelmente, não reconhece neste país aquele em que vive ou que se prepara para visitar. Este país é Portugal. Tem tudo o que está escrito acima, mais um sol maravilhoso, uma luz deslumbrante, praias fabulosas, ótima gastronomia. Bem-vindo a este país que não conhece: PORTUGAL


Nicolau Santos, na revista Up da TAP

Expectations vs Reality

10.6

Tem dificuldade em compreender os outros ou fazer-se entender?
a) Não tem dificuldade ou tem pouca
b) Tem muita dificuldade
c) Não consegue compreender ou fazer-se entender

Esta pergunta dá pano para mangas.

Business Intelligence: chance













A simpatia não deve ser ilação para nada, mas tão somente uma constatação feliz.

O sistema: quem quer rir tem que fazer rir

Do saber o que ando a fazer II

O que tens na cabeça importa mas não mais do que o que tens no coração. Ter alguma coisa na cabeça, por si, pode ser muito pouco, quase sempre é.

Do saber o que ando a fazer I

Do saber o que ando a fazer

Tudo exaltação poética, descansa. A paixão e a dor são necessárias, nem que para isso. E, ademais, todos os riscos terão sido calculados. Acima de tudo são meus. E eu sou crescidinha e acredito muito naquilo do assumirmos as responsabilidades dos nossos actos. Se tudo falhar é ainda responsabilidade minha porque uma escolha é sempre uma posição e qualquer escolha, a ser escolha, é tomada por mim. Não gosto de qualquer espécie de paternalismo militante e tendo a concluir tudo do nada, precipitadamente, lamento. Posso não saber para onde vou mas sei que não vou por aí, obrigada.

Say what you need to say




Take out of your wasted honor
Every little past frustration
Take all your so-called problems,
Better put them in quotations


Say what you need to say


Walking like a one man army
Fighting with the shadows in your head
Living up the same old moment
Knowing you'd be better off instead,
If you could only.


Say what you need to say


Have no fear for giving in
Have no fear for giving over
You'd better know that in the end
Its better to say too much
Than never to say what you need to say again


Even if your hands are shaking
And your faith is broken
Even as the eyes are closing
Do it with a heart wide open


Say what you need to say

Galveias

A tarde a cansar-se e as palavras a repousarem também, tentando recuperar a evocação daquela memória, que tolice, dizia ela, e ele amava-a talvez ainda mais por isso. Vais lendo, saboreando, vendo, e a vida não te afecta. Respiras fundo, a sorver o momento e o verde. Sobrevives. Há algo de muito louvável nisso, não o menosprezes.

Teatro Villaret I

Teatro Villaret

A grande diferença entre tudo te acontecer a ti e tu nunca aconteceres a ninguém.

Business Intelligence: lucky guy

Claro que não estaria ali à tua espera, o que esperavas tu. Aquele balde de água fria. E agora será gentileza e comportamento esperado, "nunca mais cinema, nunca mais drinque no dancing, nunca mais cheese, nunca uma espelunca, uma rosa nunca". E agora, perguntou-se ela em desalento. É todavia a mais bela distracção, tão bela distracção. Todas as distracções aparecem no momento necessário.

(suspiro, suspiro, suspiro. o meu perfeito acidente no trabalho.)

Fundamentals: inconscientemente incompetente

Pior do que ser burro é ser burro com a presunção arrogante de ser o mais inteligente. Prezo a humildade com a mesma firmeza que a verdade e a maioria das certezas fatigam-me. Mas eu não sei nada disto e ninguém sabe nada de mim.

Claro que só me posso rir

De madrasta a madrinha. Antes assim.

Business Intelligence: Tintim

Alguém que, findo o trabalho, fica a assistir as aventuras do Tintim só poderia ser encantador.

Quite simple

Sofisticato

Tenho, tacitamente, o coração penhorado.

Until

Business Intelligence: oh, god!

Obviamente que iria aceitar um convite para jantar, por email, de uma estranha com quem trocou poucas palavras e de quem não sabe o nome. Obviamente, Marisa. E nem de resto pensará que és uma:
a) perseguidora
b) desesperada
c) maluca.

Estás, claramente, a regredir. O problema não é seres idiota. O problema é tão somente teres perdido o decoro na tua idiotice.

Rsp

Não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti. Não retorquir, o chamado pagar na mesma moeda, é também serviço educativo.

Fds: note to self

Se não aguentas a resposta não perguntes a pergunta.

Turn on your heart



"Sometimes it lasts in love,
But sometimes it hurts instead."

Bittersweet

"Agridoce" é o sinónimo mais possível de "amor".

Denominador Comum

Existe um denominador comum e sempre tão presente e esse é o cabelo. Selvagem ou domesticado haverá de ser sempre o primeiro onde a tua mão quer descansar. Nuns as pontas, noutros as raízes, mas sempre aquele mesmo tumulto. Pedes-me um momento, soltas-me o cabelo, Aurélio Augusto puxando Flora, aspirando o perfume do seu cabelo sobre o rio Arno, de mirtilho e jasmim, e a vida a ser tão breve.

Whatever works

As flores na Senhora dela e o remédio santo do convento do Varatojo. Agarra-te ao que conseguires.

F*cking Perfect



Pretty, pretty please
Don't you ever, ever feel
Like your less than
Fuckin' perfect
Pretty, pretty please
If you ever, ever feel
Like your nothing
You're fuckin' perfect to me

És

Nietzsche sabia e por isso lhe era fácil. A história do torna-te aquilo que és só resulta se souberes aquilo que és, arrisco.

Encaixar

Apressam-se a tentar encaixar a personagem numa categoria, a caixinha certa onde o seu comportamento possa caber, somos todos uma bela cambada de psis, diz-me quem és, dir-te-ei quem és. Desprezo muito tudo aquilo. Mais do que a diferença, a indiferença.

Doesn't mean you're a lesbian or anything I

Doesn't mean you're a lesbian or anything

Business Intelligence: o charme do legal

E depois de beber demasiados cafés e de comer mais bolachas do que aquelas que realmente me apetecia, consegui: tenho um sorriso e um nome. Um pequeno passo para qualquer pessoa mas um grande passo para uma idiota.

My own private Cameron

Tem cuidado quando te aproximares de alguém que já foi o teu ídolo. Podes dar-te conta de  que é afinal uma pessoa normal.

RPM3: Gestão de Stakeholders

50% dos erros tornam a repetir-se pelo simples facto de não terem sido documentados. Importa por isso documentar, para ajudar vindouros. Nota-se que este não é o teu primeiro projecto, lições terão sido já aprendidas, estarás num estádio avançado. A identificação dos stakeholders na iniciação e o envolvimento dos stakeholders certos no momento certo e na medida certa como condição de êxito. Em verdade te digo, ninguém destrói aquilo que ajuda a construir. 

Available

Tumblr

As frames dos teus momentos capazes de parar o tempo junto com as nossas quotes de cinema independente dariam um excelente tumblr, tenho a certeza.

The Patrick Miracle

Qual foi a última vez que choraste de felicidade a ouvir um cão ladrar?

Lixa-me a poesia

- E eu não sou ninguém?
- Tu és todas as pessoas.

O meu grilo falante I

Tu estás perdida. Tu estás tão perdida.

Sei que tens de ser dura. Oiço-te não te ouvindo e no dia seguinte irritam-me as pessoas de repente cheias de certezas, tão contentes no seu caminho, vem por aqui. Não gosto de te dar razão sem argumentos e nunca gostei de qualquer tipo de conversão. Mas sei que tens de ser dura porque eu não o sei ser. Tens de ser dura porque eu preciso que sejas dura. Amizade é muito disso e tu és tudo da amizade.

O meu grilo falante

- Ela já te pediu desculpas?
- ...Não.
- ...
- ... O que é que tu queres?
- Quero respeito.

("eu tenho cancro e tu não me deixas músicas".)

Só pode pedir desculpas quem sinta culpa.

Achas normal que

Não sei se é normal mas gosto de saber. Quando tudo passa é importante conseguir essa marca, de ferro ou de fogo. Só assim poderás saber que um dia houve alguém como eu, que ouvirias e te lembrarias. Pode ser um momento mas a vida está também num momento, portanto. Claro que teria de ser Nouvelle Vague. Obviamente que teria de ser Nouvelle Vague. A fatalidade só se sabe destinada no depois. Porque tu disseste "nothing" e eu "everything" ou o contrário, foi o contrário. A palavra era o oposto que ficou desalinhado na melodia. Teria de ser assim, porque meses depois, semanas antes, haverias de me dizer tudo não dizendo nada, "you told me everything by saying nothing", a resposta que não deste e que disse tudo. In a manner of speaking, eu já deveria saber.

Durmam bem: ilusão de óptica

O problema não é que tu não emendes ou não esclareças - gostas de os deixar confusos, da dúbia interpretação do mundo, dos sentidos duplos que intrigam, manias tuas, divertimento de alguém. O problema é o estranho orgulho, uma vaidade de vitória e o engano da posse, porque se não apenas tu então poderá existir mesmo.

Garganta funda: Lotus

As piores oportunidades perdidas são aquelas em que nos dizem depois, sempre depois, que se tivéssemos insistido seriam ganhas. A persistência como resposta num teste sem perguntas e a tomada de consciência de que estivemos demasiado perto. A ignorância é uma bênção, logo, todos os ignorantes podem ser felizes.

Constatações de uma vida doméstica

O amor cura efectivamente todos os males.