Eterno retorno.
Tempo de vida útil
Ela diz que tenho de me levantar mais cedo e que não seria má ideia ser eu a preparar o pequeno-almoço de vez em quando. Acho que atingimos o nosso tempo de vida útil, portanto.
(cuida tão bem de mim.)
Pra toda poesia que insiste em bater
Tua alegoria já não abre alas
Pra toda poesia que insiste em bater
Nos tambores surdos da porta que cerras
Pra chorar sozinha por tanto querer
Teu amadorismo impõe tal carência
Não sou da cadência, não sou de valor
Você é rara, no mundo
Sú dance essa valsinha se preciso for
Eu tento trair, não me cabe a culpa
Abra logo a tua porta
Minha vã certeza vai te embargar
Sigo distraída, a tal impureza
Mas é carnaval de novo, você se dissolve
E a saudade aumenta
Não precisa o amor
Não precisa o abraço, não te cobre o laço
Que não cobre o som
Teu grito arde, invade, a casa
E as palavras calam no meu coração
The book of chivalry: 2012
Love loyally, live joyfully and act honorably.
Geoffroi de Charny
(o do Chivas Regal)
So this is Xmas
So this is christmas
And what have you done
Another year over
And new one just begun
And so this is christmas
I hope you have fun
The near and the dear one
The older and the young
A very merry christmas
And a happy new year
Let's hope it's a good one
Without any fear
And so this is christmas (war is over...)
For weak and for strong (...if you want it)
The rich and the poor one
The world is so wrong
And so happy christmas
For black and for white
For the yellow and red one
Let's stop all the fight
A very merry christmas
And a happy new year
Lets hope it's a good one
Without any fear.
Feliz Natal.
Reservado o direito de admissão
Tenho cada vez menos paciência para algum tipo de pessoas, deve ser ainda da idade, e espero que a vá conquistando com o tempo.
Há alturas em que devemos calar e outras em que devemos mas não conseguimos, sob pena de parecermos concordantes e sob prejuízo de dada opinião nos ficar a queimar por dentro, revolvendo o que ainda resta. O insulto seria tão rápido e fácil quanto ignorar, danos colaterais todos os têm e há fins que justificam os meios, depende da urgência e de quem são os fins. Seria bem mais fácil ignorar dizia, e atestam até que ignorar é um sinal de superioridade, não ceder parte fraca, não alimentar mais a discussão se não lhe for previsível um fim onde se possa aquietar em equilíbrio. Mas, problema meu que nem sequer sou de esquerda e que abuso da ironia para o escrever, acredito que todas as injustiças devem ser denunciadas. E tenho para mim e para quem me quiser ler de boa fé - ainda há disso no mundo e tem-me ocupado os dias - que o estereótipo e o pré-conceito são injustiças demasiado graves para serem aqui deixadas à mercê de comentários mais ou menos levianos, de sim ou não, a favor ou contra. Isto não é o Prós e Contras e este blogue não é nada disso.
Este blogue é aberto, público, até aqui não moderado, e sei bem os riscos dessa posição. Aguento-me bem com eles. É verdade que o blogue é mais fácil, tudo o que seja escrito não exige o imediatismo do presente, pondera-se melhor a reflexão e argumentação.
Cedi ainda à tentação de me justificar, de mostrar toda e qualquer fotografia capaz de atestar aos caríssimos anónimos a minha feminilidade, que esta não se coaduna com rótulos prontos-a-levar, tenho os vestidos curtos, o cabelo longo, os saltos altos, brincos e rímel em dias de festa, e todas essas coisas que desenham a teoria da imagem de uma mulher para o comprovar. Discreta o suficiente, tenho-me em boa conta e em boa figura, muito ciente do que é ser mulher, com o IMC adequado, peso, altura e curvas socialmente autorizadas, além do sorriso corrigido com recurso à ortodontia como mandam os tempos modernos e os endividamentos familiares. Mas, para quê tudo isso? Este blogue tem uma história e valores, esta pessoa assina com o nome real e, sobre fotografias, nunca foi prática aqui, embora existam umas cinco ou seis, é saber procurar se a curiosidade for maior.
Ela, que não se revê em marchas nem é activista, e não devendo explicações a ninguém, revela - oh, surpresa das surpresas, ela é humana (!) - que rejeitou e foi rejeitada, amou e foi amada, magoou e foi magoada. Confesso que vivi, como escreveria o outro.
Sou tudo o que está aqui e orgulhosamente o que está aqui, e pouco me importam os outros, porém, hoje acordei em introspecção, o Natal e o fim de ano, tão propícios a balanços, hão de ter a sua quota-parte neste texto. Tenho os meus telhados de vidro, os meus fracassos ou pontos a melhorar, termo em desuso e trocado por “oportunidades de melhoria ou crescimento” por arrasto dos coachings pessoais que por aí alastram agora. Sou ainda e também a cobarde que nem sempre responde a comentários grosseiros, uns mais sérios que outros, divertem-se assim, e a cultura pode ser um monstro danado. Sou ainda e também aquela que demasiadas vezes cala e consente, nós contra eles, nós todos certinhos e enfileirados na linha de produção em massa, intocáveis nos nossos usos e costumes, uns mais a/i/morais que outros. Hoje, desta vez, será diferente. Neste blogue não se toleram tolerâncias e muito menos faltas de respeito. Está por isso doravante reservado o direito de admissão.
Preto e Prata: hits
Podem colocar música internacional, grandes êxitos do momento mas, com mais ou menos álcool à mistura, nada se compara ao efeito d'As Doce, com "Amanhã de manhã".
Preto e Prata: quem és?
Ninguém disse "sou o X que trabalha no departamento Y" mas o que quase todos disseram foi que eram os pais babados de alguém. A parentalidade define uma pessoa. Tu serás o teu filho.
Preto e Prata: chance? Pas de chance
De pessoas para pessoas faz cada vez mais sentido. Uma família muito grande mas muito próxima. O sucesso tem pouco a ver com sorte.
(e a irmã mais velha da Cameron Diaz ali, simples e no meio de nós)
Salário: UK style
O humor negro tem sempre mais piada. Sempre tive a mania que gostaria um dia de trabalhar no Reino Unido: agora estou a receber à semana.
Planos Maquiavélicos
Não lhe posso contar do plano maquiavélico. Falta pouco. Até lá, as peças vão caindo, um dominó em sequência até ao desmoronar com estrondo. A queda e ele no seu bunker, meio impávido, meio surpreendido, como quem não quer ver o que está à frente dos olhos. A vida está quase a mudar. Espera a tua vez.
Dos nabos
Ninguém se pode considerar bem sucedido na blogosfera enquanto não for insultado ou plagiado. Melhor ainda se anonimamente. Deverá significar algo. Na rede vem sempre bom peixe mas também peixe pequeno, para tornar ao mar, deixá-lo crescer. Tenho dito.
Talvez quisesse uma boa discussão sobre livros e encontrou amor. Na minha vida andam sempre ligados, devia ter advertido.
Amanhã, durante o jantar de Natal
É mais ou menos assim que o imagino, tal como se fosse com o Euromilhões, com a normalidade dos dias, e distraída. Estava eu a escrever sobre tartarugas e carapaças e.
Conhecer o Papa: nada de diferente*
Na vida como nos blogues, não interessa conhecer mas antes ser conhecido pelas pessoas certas - isso, ou atingir as pessoas erradas. Eu também conheço o Papa. Não a conheço mas conhece-me já, ainda por cima desde há muito, uma vantagem que eu não tenho. Terei de correr agora. Não estou habituada a estes holofotes, a luz, a luz, como quando me acordas de manhã.
(obrigada. é sempre uma surpresa, com tudo de diferente.)
* ela diz que hoje vou dormir no sofá, de tão entusiasmada. e matou a zon com o olhar, como na música.
Mi Tartaruga
Deixa-me com muita pena não saber dizer as palavras certas para contar o quanto estavas linda hoje de manhã, naquele momento exacto em que estás comigo, meu amor. Tão linda.
Tu carapaça
(tornei-me piegas e sem vergonha, é verdade. e não me importo nada com isso.)
Trivia: Almirante
Alguém me sabe dizer quem é o Almirante, que dá nome a urbanizações, restaurantes, escolas de condução e outras em Santo António dos Cavaleiros?
Quem tem medo de Virginia Woolf: YPF
É uma questão de sentido, uma lógica quase natural: depois de ontem termos ido ver Quem tem medo de Virginia Woolf e hoje, finalmente, A Dangerous Method, agora estamos a ver YPF: Sexo sem Complicações. Era isso ou ficar louca.
Quem tem medo de Virginia Woolf
Quando não se aguenta uma realidade, a solução é arranjar outra. Os normais apressam-se a chamar loucura. A tristeza da loucura. A humilhação, a destruição, o possível para afastar a tristeza. O limite do possível. Whatever works.
From London to Brighton
Na relação entre o medo de alturas e o London Eye, como no mulherão que ela me acha, pouco interessam os factos, idiotice minha mostrar-tos. Num caso como noutro, importas(-me) tu, a tua percepção, os teus olhos. A melhor vista.
Vai vir um insight II
Preocupam-se em advertir, calma, não é só isto, calma há muito mais, não estás a ver mas ela é incendiária de discussões, não imaginas mas ela é uma boémia, não sabes mas ela é uma tarada. Sei que é uma forma de protecção, o carinho de quem me sabe mais e nisso tem orgulho de dizer. Às vezes, porém, sou só eu, assim.
Vai vir um insight
Não sei se mudámos, não me parece que tenha sido isso. Não me atires isso, sou ainda eu. Continuo devota, alterou-se somente a distância e o tempo verbal, bem mais presente do que futuro do pretérito, bem mais futuro do que passado, bem mais nós do que eu apenas. Não mudei. Talvez tenhamos somente crescido, arranjado uma vida maior e tão grande ao ponto de nela toda cabermos. Como uma nova temporada do Three Happy Friends, ou de Friends, que tem o melhor genérico.
As minhas Quintas-feiras são melhores que as Vossas
"Conta-Corrente 3", Vergílio Ferreira
"Espaço do Invisível 2", Vergílio Ferreira
"Espaço do Invisível 3", Vergílio Ferreira
"Onze Noites em Jerusalém", Pedro Paixão
"Mau Tempo no Canal", Vitorino Nemésio
"Nexus", Henry Miller
Tinha tantas saudades do "meu" alfarrabista.
É Natal e eu mereço.
Uma relação liberal: french style
Ela acorda com a Perfumes e Companhia. Eu acordo com a Marionnaud.
(por que raio insistem em enviar sms tão cedo? e num feriado?)
(por que raio insistem em enviar sms tão cedo? e num feriado?)
Chutney's: it's always darkest before the dawn
Comemora. Comemora tudo, sobretudo a sublime oportunidade de recomeçar. A nós.
Mas dizei-me uma só palavra e serei salva
Não vou falar desta semana, que a impulsividade controla-se e tu estás-me antes do blogue. Ninguém conta dos danos colaterais. Tudo foi já dito. Disseste aquela palavra e salvámo-nos, uma vez mais.
E parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante
"... tinha suspirado,
tinha beijado o papel devotamente!
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades,
e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas,
como um corpo ressequido que se estira num banho tépido;
sentia um acréscimo de estima por si mesma,
e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante,
onde cada hora tinha o seu encanto diferente,
cada passo condizia a um êxtase,
e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!"
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