Sozinha em casa

I'm watching you: admiradores

O tempo tende a confirmar estas coisas: pessoas inteligentes falam de ideias, pessoas comuns de coisas e pessoas medíocres falam de pessoas. Deixai-os ver, deixai-os falar.

Por eso y más



Dorme como um anjo, as pernas esticadas sobre o meu colo e uma serenidade imensa. Vou-lhe velando o sono, vida minha, certeza minha.

Ipad

Em face de sinais ostensivos de riqueza tendemos mais facilmente a pensar que o indíviduo deve ganhar bem do que a pensar que deve poupar bem. Mas qualquer empresário saberá que facturar é diferente de ter lucro.

Depois da vida: torre de babel

Os medium estrangeiros, confirmam os programas de entretenimento, são menos charlatões que os medium Portugueses, obviamente. O mundo espiritual é um mundo de linguagem universal, descobrimos.

Depois da vida: duas irmãs e seu irmão

A história de uma aldeia faz-se daqueles que a compõem, dos seus mortos e vivos, entre assuntos mais ou menos sérios, que vão da cozinha das vizinhas ao adro da igreja, das bebedeiras do Penas às confusões do Suzinando, da loja da sra Teresa às repetições da velhinha YéYé, alegrias e demais tragédias. Recordando estas, talvez sejam poucas mas trágicas o suficiente para não se perderem na chamada memória colectiva daquele povo que também sou eu. Ninguém vai esquecer o Tiago - completamente esventrado ao ficar debaixo da freze, enquanto o pai lavrava a terra - ou a Joana - a cabeça separada do corpo quando a mãe travou bruscamente a carrinha e a porta deslizante fez o resto, e o Paulo, pequeno, no funeral a perguntar a toda a gente se sabiam da cabeça da irmã. Eram praticamente da minha idade. A aldeia não esquece.

Anjo-da-guarda

Falávamos do direito dos pacientes a saberem o seu real estado, ainda que terminal, ainda que contra a vontade das famílias. Ela teimava que não, às vezes é melhor que não se saiba. Dizia que saber condiciona, o futuro a moldar o presente, a verdade a minar a coragem e o ânimo. Percebi depois. Se o cheiro se notasse, a perna teria que ter sido amputada. Se a bactéria tivesse chegado ao osso, a perna seria amputada. Esteve demasiado perto, tão estupidamente perto e tão real. Só lhe disseram depois e eu só hoje sei a importância disso, de não lho terem dito. O tempo tem finalmente feito o seu trabalho - a ferida começa a fechar e, se tudo continuar a correr bem, ficará fechada no final de Fevereiro, apostei eu. O milagre tem afinal o nome de morfina e a médica é afinal anjo-da-guarda. A minha mãe chama-lhe anjo-da-guarda.


(está quase, falta pouco. confia.)

Diferença de idades I
















And then i found you.

Diferença de idades

Ela não sabia que existe um documento chamado "Suplemento ao Diploma".

Amigos, amigos: pacto de não-concorrência

No trabalho como na vida: a (in)fidelidade paga-se caro.

Amigos, amigos: comunhão de bens adquiridos

É uma situação curiosa: ninguém entra numa relação a acreditar que ela vá terminar, mas todos assumimos que ela pode terminar: os contratos de trabalho e os contratos de casamento são disso prova.


(PS: eu fico com o CD da Amy.)

Amigos, amigos: carreira

Antes lia um contrato de trabalho à procura das brechas para que não me pudessem despedir facilmente. Agora leio-o à procura das brechas para que me possa demitir facilmente.

O que há de novo no amor? II

O que há de novo no amor? I

"É muito fácil confundir o banal com o precioso quando surgem simultâneos e quase sobrepostos. Essa é uma das mil razões que confirma a necessidade da experiência. Viver é muito diferente de ver viver. Ou seja, quando se está ao longe e se vê um casal na caixa do supermercado a dividir tarefas, há a possibilidade de se ser snob, crítico literário; quando se é parte desse casal, essa possibilidade não existe. Pelas mãos passam-nos as compras que escolhemos uma a uma e os instantes futuros que imaginámos durante essa escolha: quando estivermos a jantar, a tomar o pequeno-almoço, quando estivermos a pôr roupa suja na máquina, quando a outra pessoa estiver a lavar os dentes ou quando estivermos a lavar os dentes juntos, reflectidos pelo mesmo espelho, com a boca cheia de pasta de dentes, a comunicar por palavras de sílabas imperfeitas, como se tivéssemos uma deficiência na fala.

Ter alguém que saiba o pin do nosso cartão multibanco é um descanso na alma. Essa tranquilidade faz falta, abranda a velocidade do tempo para o nosso ritmo pessoal. É incompreensível que ninguém a cante.

As canções e os poemas ignoram tanto acerca do amor. Como se explica, por exemplo, que não falem dos serões a ver televisão no sofá? Não há explicação. O amor também é estar no sofá, tapados pela mesma manta, a ver séries más ou filmes maus. Talvez chova lá fora, talvez faça frio, não importa. O sofá é quentinho e fica mesmo à frente de um aparelho onde passam as séries e os filmes mais parvos que já se fizeram. Daqui a pouco começam as televendas, também servem.

Havemos de engordar juntos."

José Luís Peixoto, aqui

O que há de novo no amor?



(temos de ser uns para os outros, seja lá o que isso quer dizer.)

(conheço um dos realizadores.)

Seis

Os seis meses marcam um ponto importante em qualquer relação: pedi-lhe dinheiro emprestado.

Badameco

Ser um "miserável" é humilhante, dá pena. Ser um "badameco" é insultuoso, ofende. Há muitas diferenças pelo meio.

Make no mistake: ambas as partes

São precisas duas partes para fazer uma relação, seja ela qual for. Escolheste um lado. O futuro fará vencedores e vencidos. Business as usual, portanto.

Make no mistake: o outro lado

Não te enganes: uma das maiores motivações humanas continua a ser o dinheiro.

Make no mistake: um lado

Não te enganes: todas as empresas são criadas para dar lucro.

Tudo o que é meu é tudo o que eu não sei largar

Our Idiot Brother

Culpa-se sempre o mensageiro pela desgraça. Ainda que sejas tu a causadora da desgraça, externalizar facilita, liberta-te da culpa. Ademais, uma desgraça sem audiência não passa de um problema. Ele era extremamente sincero, logo, ingénuo. A ingenuidade parece ser, cada vez mais, um sinónimo possível para a idiotice.

Sim, mas com orgasmo

O orgasmo é uma questão cultural. Pés e olhos, pés e olhos.

The Descendants

"Give (their) children enough money to do something…but not enough to do nothing."

Programação cultural











Bring all your books and dreams and clothes you wear



bring all your books
and dreams and clothes you wear


place it next to my books
and dreams and all the things
I like to share


imagine how the world would be
if only you and me
start to build
our own family tree


bring all your wanna do's
and wanna go's
let's build our own
records of highs and lows


please don't forget
all the things you
wanna say
for i my dear
want to learn your way


and now we're 3,
the most beautiful empathy
let's keep on growing our own
family tree
let me light up the
candles for you to blow
let me wake you up
just to say hello.
i love your dreams
i wish i could foresee
i love you melodies
i wish one day I could see


and now we're 3,
the most beautiful empathy
let's keep on growing our own
family tree
family tree
family tree.

E se não temos, devíamos

"Martha e George amam-se. Ele, diz ela, «é tolerante, o que é intolerável, é gentil, o que é cruel, compreende, o que é incompreensível». É desta ambiguidade, desta contradição, que todos temos medo, e se não temos devíamos. (...)"

Pedro Mexia, n'A Lei Seca

The Word I



via Há dias de cegonha e outros de garajau

The Word

Conviction, it turns out, is a luxury of those on the sidelines, Mr. Nash

Estive a rever o "A Beautiful Mind" quando deveria estar a fazer o trabalho sobre a tal possibilidade dos EUA manterem a predominância mundial na próxima década. No dia de entrega do trabalho, apressada, citei uma frase do filme: tenho um estranho sentido de auto-provocação, acho. Já ele dizia que o nosso maior inimigo somos nós próprios.

(a propósito, concluí que os EUA vão continuar a ser os maiores. a próxima década está já aí.)

À vossa

Sabemos que atingimos um determinado estatuto na nossa idade quando os brindes passam a incluir votos de saúde.

(ou talvez fosse apenas por estar a jantar com médicas.)

Trocadilhos ou A zon é uma brincalhona

Querer ver "Nostradamus Descodificado" e ter o canal com o sinal codificado.

Era uma vez ou a história que me pedes todas as noites

Like. A Pessoa certa. Quem és tu. Bom dia. E porque não?. Bom Domingo. Olá. Um alegre despertar. Penso em ti. Um dia de beijo mais extra beijo (tipo extra camarão). O estranho mundo de Marisa. Meu amor.

(assunto dos nossos primeiros emails. sorrio sempre. olhar para trás para entender o caminho, olhar para a frente para o caminhar.)

Imperdoável



Imperdoável é o que não vivi
Imperdoável é o que esqueci
Imperdoável é desistir de lutar
Imperdoável é não perdoar

Sinais dos tempos II

Hoje em dia ninguém cria uma empresa: cria uma start-up.

Sinais dos tempos I

Hoje em dia ninguém é empresário: é empreendedor.

Sinais dos tempos

Hoje em dia ninguém come camarão: come gambas.

And it's getting quite late



A sensibilidade de algumas pessoas - anónimas, obviamente - não deixa de me surpreender.

As minhas Quintas-feiras são melhores que as Vossas

- "A Tia Júlia e o Escrevedor", Mario Vargas Llosa;
- "A Causa das Coisas", Miguel Esteves Cardoso;
- "As Minhas Aventuras na República Portuguesa", Miguel Esteves Cardoso;
- "A Vida não é Aqui", Milan Kundera.

5 Euros cada.

(Un)faithful

Só podes estar a brincar

Não se faz. Não se faz mesmo. Meu amor, meu grande amor. Se antes não tinha palavras, agora tenho-as ainda menos. Uso por isso as dele: a morte é uma puta.

Mas a vida continuará, mesmo que não quisesses. Aguenta-te, querida. Agarra-te a ela. Agarra a minha mão.

Impossible one-off life

In what place are you happiest?
In my head when I am writing.

What ambitions do you still have?
To live with my girlfriend, but that will never happen. I shall have to settle for the cats.

What drives you on?
Excitement for life. Fabulous, difficult, impossible one-off life.

What is the greatest achievement of your life so far?
Learning how to love someone.

The Inventory: Jeanette Winterson,
FT Magazine

Semantics won’t do

Tentarão serenar-te com “a vida continua”. Um existencialista dirá também “a vida continua”. A vida continuará. Tu determinas o tom da frase.

O sétimo

Há aqueles assuntos para os quais não há palavras, paradoxo maior, haver tantas palavras no mundo, tantas deitadas fora e outras mais sempre a nascer, e não haver porém nenhuma que te possa servir neste assunto. Para a morte não há nunca palavras, ela vem, mais discreta ou mais apressada, e leva-las todas consigo. Ficar calada não resolve, queres dizer-lhe tudo, queres gritar-lhe que é uma injustiça, que não, não é a vida. Outra ironia, dizer-se “é a vida”, quando o que ali está é o seu contrário, fechar os olhos não adiantará, não prolongues mais o suspiro.

Rapto-te para um sítio distante e para a ideia de uma vida quase possível onde o mal não chegue, espero que o tempo acalme sensibilidades próximas, levo-te comigo como quem pensa salvar-te da crueza dos dias que virão, faço-me refúgio e liberdade e futuro, mas tudo é apenas uma intermitência. Finjo não saber mas sei, finjo esquecer mas sei.

Regressamos e é já o sétimo dia, assinalável especialíssimo entre os demais, mesmo que tu sintas o vazio do oitavo, do nono ou do décimo, mesmo que o mundo, inadmissível, alheio a tudo, continue depois do primeiro, até depois do sétimo. Um dia será melhor, não é ainda o dia, mas o teu choro velado à noite cessará, estarei lá para o acolher. A dor não se fez para a contabilidade dos dias e a continuidade pertence agora a quem foi.

Não me lembro já quem escreveu mas não é essencial que o saiba, o que nos está embutido por natureza é comum e não carece por isso de autor, mas haveria uma frase a colocar aqui e essa bastaria para confirmar o fim, apenas começo do resto. Provavelmente Vergílio Ferreira.

Não havendo a palavra, dou-te o gesto. O abraço. Dou-me-te.

Is it too soon if I call you Sunday

Olivia

Continuo a ser surpreendida. Obrigada pela menção.


Diz-me o que vês.

Let’s make things more interesting

Preciso de escrever um ensaio sobre se os EUA manterão ou não a sua hegemonia no mundo nas próximas décadas. Tenho já material suficiente para ler, só não tenho o ponto de partida: sim ou não? O que acham? You tell me.

London calling: dating services

No metro de Londres proliferam anúncios a dating services, ao dispor de jovens profissionais demasiado ocupados para empreender a sua busca pelo amor. Oferecem, anunciam, a combinação perfeita. Há cada vez menos tempo para o sucesso via tentativa-erro. O impulso, a fortaleza, estão todavia no fracasso.

London calling: multi-player

A globalização é também das religiões: o aeroporto de Heathrow tem um multi-faith prayer room.

London calling: cancer

Disse que se via facilmente que eu sou do signo Caranguejo, pela forma como cuido dela. E, todavia, é ela quem cuida de mim. Não sei distinguir já a sua mão da minha. Quando a gente ama é certo que a gente cuida, canta ele ao fundo.

London calling: crazy 4 u I

A devoção sempre foi um estado muito perto da loucura. Qualquer santo o poderia facilmente confirmar.

London calling: crazy 4 u

Pensa a distância que vai entre um pudor público e uma vaidade privada, ou até, melhor, entre a indiferença e o orgulho. Isto não é roupa suja. Muito menos é orientação sexual ou lá como chamam.

London calling: Wetherspoon ou the moon under water

Já deverias ter aprendido que as pessoas são animais fundos, que há sempre mais a saber, e que o exterior reflecte o interior e essas coisas terapêuticas. Eu choro com o anúncio da Calzedónia, disse. Deixem-me acreditar no amor, disse. Não te apresses nas definições.

London calling: globalização

A globalização tem também os seus efeitos negativos: vi uns 10 Ferraris e 1 Lamborghini, para apenas uns 3 Bentleys e 3 Aston Martins, sensivelmente. Salvam-se os muitos Jaguar, o Maybach, o Rolls-Royce, o Hummer e o Audi R8, com destaque especial para o Fisker Karma, que não conhecia. Apesar dos efeitos negativos da globalização, Londres nunca me desilude em matéria automóvel.

London calling: theme

Cabernet sauvignon. Portobello. Banksy. Thames. Purple. Victoria. A tua mão sobre a minha na aterragem, minúsculas e brilhantes luzes no céu, os teus olhos.

Do not read business magazines

Baz Luhrmann deveria ter falado das revistas de negócios em vez das revistas de beleza, na sua canção. Estou quase a chegar aos 30. Tenho de pintar os cabelos brancos.

Planos maquiavélicos: justa causa

Chegou a hora: hoje demiti-me.

Avatar: unobtainium

Sempre me descreveram Avatar como um filme de ficção científica, quase life-changing. Afinal, é um filme político.

(e os Na'vi metem-me medo.)

O dia 1 é o primeiro

Começar o novo ano atrasada e surpreendida: então não é que a Cátia não ganhou?

Raise your glass (to 2012)