Os estatutos do amor ou Que todo o olhar seja tão emergente como a tua palavra.
1. (Direito à Possibilidade)
Que todo o abraço seja tão contundente como o teu olhar.
Que todo o olhar seja tão emergente como a tua palavra.
Que toda a palavra seja tão urgente como a tua mão nos meus cabelos.
2. (Direito ao Espaço e ao Tempo)
Que haja tempo em bloco e não ruptura de tempo.
Que a minha ilha seja teu porto e teu porto nos seja santo.
Que a comunhão se faça tanto no beijo como no silêncio.
3. (Direito à Fecundidade)
Que do teu umbigo nasçam flores com seiva de primavera.
Que eu possa viver do seu perfume e sobreviver à sua acidez sem as desflorar.
Que o prazer não precisa de extrema-unção mas que a unção do prazer seja extrema.
4. (Direito à Perfeição)
Que a palavra “amor” nunca seja proferida em vão.
Que o amor venha já feito, perfeito e não por fazer.
Joana Serrado, Os estatutos do amor
via Bibliotecário de Babel
You had me way before
Não sei como fui gostar tanto de ti, tu que refilas tanto, achas que sabes tanto e ainda por cima és loira. São coisas inexplicáveis que talvez só o facto de gostar tanto de ti pode explicar. Já deixei de tentar explicar o que não tem explicação, mesmo que ela me faça acreditar que tudo a tem, somos só nós que a não a vemos ou é só ela que vem depois. Sei que me matas se não for.
Estás tão crescida e ainda foi tudo ontem, tu querias ser a secretária-geral da onu e eu queria ser algo parecido com uma escritora, ou talvez só eu soubesse disso. Hoje dizes que vais casar e eu, que não ligo a vestidos e pouco a protocolos, digo-te sem precisar de te ver que és a noiva mais bonita. Quando te conheci tinha já a certeza que haveria de ser assim.
Se te disser que sou mais precisa noutro lado talvez não me entendas. Sei que me matas se não for. Se te disser que ela me faz feliz talvez suspeites porque sabes que o coração é um bicho estranho, o meu sobretudo. A vida está a mudar e, não sabendo bem a direcção, há o vento na cara para me comprovar que não estou parada. Tenho um bocadinho de medo, bem sabes como sou medricas, mas também sabes o quanto sou determinada para certas coisas. Ela dá-me tanta confiança que bastaria isso. Fica feliz por mim. E não te disse ainda que estou a montar um negócio com o puto, sim, algumas novidades vão acontecendo. Onde quer que vá, vou consciente.
Saberemos ainda as mesmas linhas dos Friends, quando o dia começava à noite e ficávamos nós com os nosso fantasmas e os nossos medos diluídos em copos de moscatel ou qualquer outra bebida que estivesse à mão. Quando leres I'm over you ou she's not Rachel, sei que sorris como eu. Entretanto fizeram-se outras séries, vimos outras séries noutros lugares e com outras pessoas, mas quando ouvimos Closing Time, sei que em algum momento o teu pensamento há-de ser também o meu. É a vida a fazer-se e é mais do que um dia e é por isso que sei que és a noiva mais bonita.
Amanhã brindaremos e não falaremos disto. Não gosto dessas lamechices.
Os restos do resto dos dias
Penso em ti, enquanto vejo a lua. Pergunto-me se a vês, cheia e alta, tão bela, como eu, aí onde estás. É só um ponto no céu e ilumina isto tudo, não é impressionante isso? Uma pessoa pode deslumbrar-se para a vida só de olhar para a lua e aí descobrir todos os motivos que lhe faltam, acredito. Está um frio pequenino, quase bom de sentir e que nos dá a certeza de que é um novo tempo, outra estação, o ciclo sempre a repetir-se, tu também. Um frio sem idade, porque chega esta altura em que já não tens a certeza de serem 27, 28 ou 29, vai importando cada vez menos. Não muito longe daqui alguém está a tocar saxofone. Alguém a tocar saxofone à lua, imagina, e pergunto-me se aí onde estás o consegues ouvir também. O som atravessa o trânsito, ouve-se melhor quando os carros param no semáforo. É preciso ouvir.
Penso em ti e o quanto me apetece a tua boca. Foi sempre a boca, tu sabes. Neste dia de lua e de saxofones, dava tudo para te beijar a boca agora com um lentidão devassa. Pergunto-me se sentes a minha vontade aí onde estás. Penso em ti com muita força e sinto a tua mão na minha bochecha, como gostas de fazer. É uma sensação que as palavras não abarcam, uma paz e uma segurança que só a tua mão na minha bochecha é capaz de trazer, por isso não vou falar mais disso. Sinto-a. No resto do resto dos dias, tu és o princípio. No que resta dos dias, tu és todos.
Where there is a flame someone’s bound to get burned
Não há metafísica nestas palavras, palavras que são mil vezes repetidas, palavras que não têm valor. Com cão ou sem cão, são ainda palavras ocas e de todos os dias. Não sei melhor. Afasta de mim estas palavras, se é do teu agrado. Contudo, que não seja o que eu quero mas o que tu queres. Contudo, que o mundo se salve pelo gesto. Tomai.
And never have I felt so deeply at one and the same time so detached from myself and so present in the world.
She lifts her skirt up to her knees,
walks through the garden rows with her bare feet, laughing.
I never learned to count my blessings,
I choose instead to dwell in my disasters.
I walk on down the hill,
through grass, grown tall and brown
and still its hard somehow to let go of my pain.
On past the busted back of that old and rusted Cadillac
that sinks into this field, collecting rain.
Will I always feel this way?
So empty, so estranged.
And of these cut-throat busted sunsets,
these cold and damp white mornings
I have grown weary.
If through my cracked and dusted dime-store lips
I spoke these words out loud would no one hear me?
Lay your blouse across the chair,
let fall the flowers from from your hair
and kiss me with that country mouth, so plain.
Outside, the rain is tapping on the leaves,
to me it sounds like they're applauding us the the quiet love we made.
Will I always feel this way?
So empty, so estranged.
Well I looked my demons in the eyes,
laid bare my chest, said "Do your best, destroy me.
You see, I've been to hell and back so many times,
I must admit you kind of bore me."
There's a lot of things that can kill a man,
there's a lot of ways to die,
listen, some already did that walked beside me.
There's a lot of things I don't understand,
why so many people lie.
Its the hurt I hide that fuels the fire inside me.
Will I always feel this way?
So empty, so estranged.
Palavras do sábio Abel na casa do amigo SIlvestre
Até mesmo as paralelas tendem a encontrar-se no infinito.
Do elo de ligação
Dizer que te amo enquanto te beijo os cabelos é como dizer-se um elo de ligação. É redundante. E, porém, apetece-me beijar-te os cabelos enquanto digo que te amo.
Quando o ar não te chegar
É possível que o ar não te chegue e que, ainda que exista bondade no mundo e câmaras de segurança o possam comprovar, isso seja pouco para o tanto que falta. Há esse buraco no peito a preencher, uma ferida cada vez mais funda e que dá medo, lembro-me do medo da minha mãe, depois, sempre depois. Quando o ar não te chegar e o ciclo ventilatório se afastar daquilo que me ensinaste, toma para ti o meu ar, leva o que precisares. Respiramos juntas das mesmas noites.
O teu sorriso triste de uma descrença
vai aqui uma qualquer coisa torta
como eu ser assim e tu tão outra
como eu amar, ou pensar que amo
em cada buraco de mim, por cada poro
e o teu sorriso triste de uma descrença
não sirvo, eu sei, não sou um que baste
e vejo-te fugir, de todos os teus olhos
para outros lugares, ou dias, ou homens
e mais que me endireite ou persigne, ou
cante as horas azedas, são noite os teus dias
e olhas, e olhas o espelho do que pareço ser
sem um riso, sem que digas afinal que
o dia é breve e há outros céus onde voarNuno Camarneiro
A heart that's full up like a landfill
Deixa a tua mão entre as minhas. Não pode chover todos os dias.
Hoje sonhei com o Braga
Não vês os jogos do Braga porque queres que o Braga ganhe. Não falas dos assuntos porque queres que os assuntos se resolvam. Tendo a ver paralelismos em tudo e talvez isso tenha a ver com o facto de eu ver o mundo de um lado e tu veres o mundo de outro e, por isso, não é o mesmo o mundo que vemos. Olhamos para trópicos diferentes, Capricórnio e Caranguejo. Lá no meio, cruzado pelo nosso olhar, o mundo não é como o vejo nem como o vês. Ensinaste-me tu isso sobre a voz. O Braga está bem posicionado.
Whoever is speaking is already forgotten I
Julião Sarmento vê a sua mais completa exposição retrospectiva - Noites Brancas - a inaugurar em Serralves.
(parece-me que já tenho uma prenda de Natal a pedir)
Whoever is speaking is already forgotten
Disse que eu era toda das “palavras”, assim, entre aspas. Disse que eu vivia no mundo do lá lá lá. E não sei qual das duas afirmações me perturbou mais de tão verdadeiras.
Não digas nada que o nada é tanto e eu não me importo.
Dou-te o meu abraço.
(abre os teus braços quando eu chegar.)
Andei com o "caminho de voltar" todo o dia na cabeça.
Não sei quanto de ti ruiu mais ou como podem escombros desabar sobre escombros. Pergunto-me de bruxas, maus-olhados e essas coisas estranhas em que alguns acreditam. Não digo o quanto te admiro a força só porque somos nós e entre nós essas coisas de elogios soam sempre estranhas. Se hoje te disser que estás tão bonita és capaz de pensar que é só porque estou apaixonada. Ainda que no dia seguinte sintas no corpo o esforço dessa força, tu és assim. Bem tinhas razão quando um dia disseste que eras mais forte do que eu e numa clara demonstração me venceste com um beijo, o primeiro. As coisas que não se esquecem. Se hoje quiser falar de força, melhor, de resiliência, não consigo sem que não invoque o teu nome, mesmo que a todo o momento me apeteça invocar o teu nome. Em vão, dirão.
Vinha a pensar em ti pelo caminho - acontece-me muito pensar nas partes importantes da minha vida enquanto caminho - e apercebi-me do teu tamanho. Eu explico. Pensava nessa força que se renova, uns dias mais a custo que outros, naturalmente, e, sem me obrigar a raciocínios de maior, surgiu-me como uma anunciação o facto do teu nome serem só três letras, tanto que tive imediatamente de te informar desta situação. O teu nome são apenas três letras a brincarem à apanhada, letras que se repetem, um nome como um poema em aliteração. Três letras que se duplicam e que te fazem um nome que é maior do que três letras, tal como tu, bem vês - uma força que poderiam julgar pequena, minguante, mas que a cada dia te faz maior.
E não sei já se esta comparação faz sentido. É bem provável que este texto não seja sobre a tua força nem sobre o teu nome mas só sobre ti.
(o medo que quebres. o bálsamo.)
Jogo Limpo
A vida está quase a mudar e é hora de acreditar que a sorte protege os audazes. Vamos a isto.
Your application has been received I
Que não importe o como, o onde ou o quando, mas que seja inequívoco o porquê. O futuro é um conjunto de porquês que têm de ser decifrados agora, partilhados agora, uma ideia comum. A escolha está com quem escolhe e tu és must have.
(eu não sei o que isto quer dizer e talvez o medo venha daí.)
Do desassossego I
E ele, com voz de
filho, voz de
amante: Pilar, o que digo? A determinação de amar o amor mais que
atingida. Na verdade, todo este parágrafo é inútil já que cabe numa
imagem do filme que decorre enquanto é escrita A VIAGEM DO ELEFANTE.
Ele está à secretária. Computador diante de si. Para alcançar qualquer
coisa, ela não o rodeia, antes estende o corpo sobre ele que aproveita
para roçar o rosto no corpo dela, mais umas festas mansas e uma palmada
no rabiosque.
E diante da interpretação de João Afonso, que tão presente deixou o tio Zeca Afonso, ouvi-lo dizer: talvez a morte não exista.
Quem ama não pode dar-se ao luxo de morrer.
Quando já não se consegue acreditar em nada daquilo em que se acreditou,
se aspirou, resolve Miguel Gonçalves Mendes mostrá-lo, porque existe,
num documentário, saeta até ao céu, porque existe uma só carne que a
morte não separa. E isto para mim é prova bastante de Deus ainda que não
creia Nele.
Eugénia de Vasconcellos, no Cabeça de Cão
(negrito meu)
Do desassossego
No dia do desassossego, descobri que vivo na Clarabóia, um céu azul que enche quase a capa toda.
De vento em popa, com colhões.
Os amigos não morrem: andam por aí, entram por nós dentro quando menos se espera e então tudo muda: desarrumam o passado, desarrumam o presente, instalam-se com um sorriso num canto nosso e é como se nunca tivessem partido. É como, não: nunca partiram.
António Lobo Antunes, na Visão
É sexta-feira ou dos intervalos
(As minhas colegas deram-me um show privado de As Long as You Love Me, Backstreet Boys. O dia está quase completo.)
Do Marcos Paulo
Não sei o quão perto estive - a dentista a chorar - e talvez tenha sido melhor assim. Não importa se hoje ou amanhã, nunca saberás na realidade. Cada dia é uma conquista. Lembra-te disso quando suspirares.
Your application has been received
De uma grande necessidade não se deve estranhar uma grande urgência.
And you will still have barely a glimpse of what I'm talking about.
Ando tão preocupada com o meu Inglês que precisei de ir ao Google Translate para perceber como é que se dizia glimpse em Português.
Easy as a kiss we'll find an answer I
Não precisámos de a inventar, como se fosse ficção de livros e filmes. Na ficção dos livros e dos filmes ela não dói assim, é um mero vislumbre do todo que é. Não te enganes, pois. Não digas que é descanso, que é natural, que é a vida. Quando chega, ela é tudo. Ocupa um canto da casa e, quando notares, aquela casa já não será tua. Engole tudo, revolve-te toda por dentro, morde-te e abandona-te, beija-te e vai contar. Não queiras confiar nela, não a queiras acreditar quando, serpente, te tentar seduzir com promessas fáceis. Não vás com ela. Despreza-a até, não lhe prestes atenção, não escrevas posts sobre ela. Não a desafies, não a queiras perceber, ignora-a e, cansada e envergonhada, deixar-nos-á em paz. Não pode ganhar sempre.
(cada um recebe aquilo que consegue aguentar, disseste, e não consigo esquecer essas palavras.)
Easy as a kiss we'll find an answer.
Foi preciso que eu partisse para confirmar que nunca mais quero partir.
I must follow them, I'm their leader.
Não queiras confundir o silêncio com inteligência. Por vezes alguém que se cala é só alguém que não sabe o que responder.
És aquela canção
É tarde e a cidade parece dormir e eu quero ficar acordado. Perguntas-me o porquê de me estar a rir.
Tenho o segredo mais bem guardado.
E no abraço apertado, cantamos aquela canção.
Entre a pressa e o desejo, secreta paixão, rodamos entre quatro paredes.
Com a força de um beijo, tiras-me o chão, corpo seco que mata a sede.
E rimos como crianças.
Talvez já nem haja amanhã.
Como a força do mar num porto qualquer, és a calma de um rio nessa pele de mulher. Como chama que arde e se apaga a seguir, és passado, és presente, és futuro que há-de vir. Como o ar que me falta e se aperta no peito, és a palavra certa no poema perfeito.
Como brisa que vem numa tarde de Verão, és a voz no silêncio. És aquela canção.
My policy is not to read papers and to look at the sky with such an interest that my heart splits open.
É preciso ter uma apurada sensibilidade e noção de beleza para colocar um banco no mar.
We managed to tell each other a little more than the unvarnished truth.
Bebemos chá, descalças e aconchegadas, enquanto a cidade vai anoitecendo. E entre uma e outra conversa, quando o silêncio sabe todas as palavras, percebi que Riga tem o mesmo tamanho de amor e o mesmo tamanho de casa.
On Sundays, she likes to lie down around three o'clock p.m.
A tua mão procura a minha e o teu pé encontra o meu e só nós sabemos do significado disso. Não saí daí.
All birds know this I
Dias que tiveram a força e a cor do Daugava. Intenso de vida e determinado no sentido, corre para o mar. O rio não se pergunta da direcção ou do porquê, flui, é da sua natureza que assim seja. Também assim vou para ti. Não há poesia nisto senão aquela deste título ser de uma colectânea de poetas letões. A maior poesia acontece quando a tua respiração se perde na minha no meio de um beijo. Juntas somos esse rio que respira em caminhada para o mar.
All birds know this
Quando cheguei e te abracei, tu sorriste e a vida mudou. Só ficou o teu sorriso como destino e compromisso. Nada mais poderia ser escrito depois que te vi sorrir. O que vier daqui para a frente, tentativas esforçadas de reviver o tempo, não fará jus à beleza do teu sorriso. Ainda que o mundo seja pequeno como insistem em dizer, o teu sorriso enche-o todo, acredita em mim. Que cada sorriso seja este recomeço.
A cidade que me deste por presente (dos sons)
Um momento carrega quase sempre uma música, do mesmo modo que uma pessoa carrega quase sempre um mundo. Riga carrega três músicas.
I want to stay I
Que acordes todos os dias com a certeza e todas as possibilidades do ainda. Em todos estarei contigo.
I want to stay
- What would you like to be remembered as: a great musician? A peacemaker? An agent provocateur?
- I don't want to be remembered as anything. I want to stay.
Daniel Barenboim, Berlin State Opera
(beijo-te os olhos todas as noites. confia.)
Tens sido deus desde que começaste a falar
No princípio era o verbo, mas para o Verbo aparecer teve de haver primeiro uma forma qualquer de separação. Libertar-se do ventre da criação foi um necessidade, uma necessidade humana. A palavra é sempre reminiscência de um estado mais perfeito, de uma união ou unidade que é inefável e indescritível. A criação é sempre difícil porque é uma tentativa de recuperar o que se perdeu. Para se reparar é preciso ter havido abandono.
Tu conheces todas as alegrias e todos os terrores da criação. Tens sido Deus desde que começaste a falar. Nesse atlas neptunino que vais deixar à posteridade tens arquivado as metamorfoses proteiformes das tuas uniões e separações. Ele é a arca e a escritura do que se perdeu. (...)
Não serve a palavra para ser gravada em tábuas de pedra nem para ser aprisionada dentro da capa de um livro. A palavra é luz e a verdade torna-se carne. É incorruptível. A procura da imortalidade através da arte mais não é do que o reconhecimento dos poderes da morte. Escrever é vida, mas o que fica escrito é morte. E é morte precisamente porque procura preservar aquilo que não pode ser preservado pela forma e pela substância. Perecem os mais sólidos materiais, como perecem as mais luminosas ideias. E o maior livro que algum dia se escreveu mal consegue dar realidade a um fragmento mínimo da real emoção do artista. Não, nós somos apenas construções tumulares para a posteridade admirar com as nossas palavras. Procuramos registar o Ego em mutação, mas não será assim que o Eu se revelará. Somos faúlhas que se perdem no ar.
Henry Miller, Cartas a Anais Nin
Riga: how many chances do we get?
Adormecer no teu calor, ficar a ver-te dormir, acordar do teu lado. Hoje sou (mais) feliz. Dizem que é o que toda a gente procura, a felicidade. Lucky me.
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