The word was on the street that the fire in your heart is out.


Eu poderia apaixonar-me por ti de um modo assustadoramente fácil.

Das vezes.

Dizer "primeira" é facto, dizer "última" é pressuposto, dizer "nunca" é desafio.

Dos sentimentos alheios.

A vingança mais bem-sucedida é sempre aquela que é secreta. O que te afecta a ti, resolve contigo.

Words are overrated.


This must be modern love.

Encaro-te com o mesmo assombramento que se coloca num milagre. Porque serias sempre impossível de acontecer-me e do tempo já só há agora.

Ninguém é mais que ninguém nas saudades.


Fernando Ribeiro, a comentar do outro Fernando

Estava certa do erro, mas certa também de que não podia deixar de o cometer.

Digo “aqui” como se as leis da física permitissem por distracção ou simpatia que este espaço e este tempo coincidissem também em ti e pudesses saber exactamente do que falo. Aqui, como se estivesses do meu lado a olhar-me nos teus olhos grandes de luz enquanto escrevo e beijar-te fosse ainda tão natural quanto respirar e sem pedir outras justificações senão a vontade de mais e o facto de existir a tua boca assim como é. Aqui, como se eu fosse suficiente e nunca mais precisasses de ir ao supermercado ou fazer o jantar, como se não precisasses de regressar a casa ou estar com outras pessoas e tudo fosse dispensável. Aqui, como se nos bastássemos e no mundo fossemos tudo. Estou (por) aqui.

Se me aproximar devagar será que vais fugir?

 

Se me aproximar devagar será que vais fugir?
ou se vou conseguir mais um tempo ao teu lado?
para te entreter mais um pouco ou te fazer sorrir
para ti ou pelo sonho vamos juntos viajar.
Medo é desculpa em leve chuva
e querer morrer de amor não é história de outro tempo.
Mas se formos novos de novo
Mas se formos juntos
vamos poder respirar


Se me desculpar entretanto
será que vais passar?
se fingir não querer
pode ser que não te entregue esta leve dor em tom de chuva
por não querer fugir
por ti ou pelo sonho não consigo desprender
medo é fraqueza como nuvem
e querer morrer de amor nunca é história de outro tempo
mas se formos novos de novo
mas se formos juntos
vamos poder respirar.

You'll be the one, make me hurt, make me come, make me feel like I'm real and alive.

Consentimos o mesmo engano e prosseguimos sem saber fazer melhor. Ninguém nos preparou para isto. Durante o meu sono, pode ser que a noite aconteça. Um tal de Fernando, sei lá. Se regressares não pergunto, com medo de acertar. Um dia a vida volta à sua normalidade enfadonha e será tarde, por isso enquanto a tua voz for pecado e salvação no meu ouvido, coisa de provar, não quero saber, está decidido. Quero só o que de ti for vontade, tu toda. Ris e eu sinto-me ainda mais perdida. Se nunca te disse, tens um riso perigoso de incrível, como tudo o que é mesmo bom. Nesses momentos falo-te em segredo para que o coração oiça melhor. Sou eu quem pede desta vez. Fica minha.

Este espaço intermédio entre a paz e o assédio: quod erat demonstrandum.

A racionalidade serviria também para eliminar as provas que o coração deixasse, descuidado, para trás. Ficariam indícios que valeriam de pouco pois um indício não é prova de incriminar ou absolver.

Ain't no song like the song that you sang before me.


Sou uma crente, sim.

É possível que eu te conheça melhor do que pensas e pior do que penso. Deveríamos então re-conhecermo-nos para esclarecer todas as dúvidas.

Sou de business: não sei se toda a gente sabe disto.

Lembra-te que a gestão não é natural ao homem. A gestão é uma invenção humana baseada num conjunto de pressupostos sobre o que é o comportamento humano.

Sou de business ou The head and the heart: consistência

Na teoria, louvo a agilidade, a autonomia e tudo o que são práticas de gestão revolucionárias. Na prática, sou a primeira a dizer-lhes que falta-nos visibilidade e controlo. Quando o confrontei com a necessidade de consistência e ele perguntou o valor disso, nem a mim me convenci. Já o outro dizia que em teoria não há diferença entre a teoria e a prática. Mas na prática há. 

Sou de business ou The head and the heart: future studies

Gosto de acreditar que é uma ironia curiosa que, como todas as outras que sempre me limaram o caminho, aponta numa boa direcção: eu que pessoalmente sou ligada ao passado sou a mesma que profissionalmente quer estar ligada ao futuro.

Welcome to the Dallas Buyers Club!

Sabes que um actor é realmente bom quando já não consegues olhar para ele da mesma maneira depois de um determinado filme.

I don't need this life.


Eyes: those damn eyes fucked me forever.


Tolentino, meu padre-poeta.

Cada vez gosto mais disto.

Hasteadas ou debruçadas nas janelas, Oxford está repleta de bandeiras arco-íris.

Mão no peito mas não é amar.

Antes era preciso coragem para sair do País. Hoje é preciso coragem para ficar no País.

I don't want no music tonight.




I'll tell you one thing
We ain't gonna change much
The sun still rises
Even with the pain

I'll tell you one thing
We ain't gonna change love
The sun still rises
Even through the rain

Can we go on
Like it once was?

Ensaios da Praça de Maidan (versão piropo).

O teu corpo é uma praça de fazer revoluções.

(fazia-te uma revolução.).

Ensaios da Praça de Maidan

O meu peito é uma praça onde revoluções acontecem sempre que dizes o meu nome.

Nos estáis dando una lección de Europa III

"Vosotros tenéis, gentes del pueblo de Maidan, un sueño que os une, y vuestro sueño es Europa" é provavelmente a coisa mais acertada no discurso de Bernard-Henri Lévy: a Europa não passa de um sonho.

(em Espanhol fica mais bonito.)

Nos estáis dando una lección de Europa II

Já podemos voltar a ignorar o que se passa na Síria?

Nos estáis dando una lección de Europa I

Perguntamo-nos como foi possível o extermínio em massa há uns anos atrás, se por conivência passiva e assustada, decisão consciente,  ou real ignorância, sem encontrar uma resposta única que nos consiga aliviar mais as raízes. Hoje, toda a gente sabe o que se passa e, porém, persistimos na mesma atitude. Aqueles museus continuam cheios e inúteis.

Nos estáis dando una lección de Europa.

Ninguém está, de facto, preocupado com a Ucrânia, nem com a Europa e, muito menos, com a Ucrânia na Europa. Mas há, acredito, muita gente preocupada com a Rússia.

Ah, o meu País.

Há quem conte como o fundador do WhatsApp foi rejeitado quando se candidatou ao Facebook e agora viu a sua empresa comprada por aquela por 19 biliões de dólares e há quem destaque que a Dora, outrora êxito musical, está agora a trabalhar no McDonalds. Eis a diferença. Portugal é o melhor do mundo numa catrefada de coisas e foi ou é pioneiro noutro monte delas mas parecemos ter mais gosto em chorarmos as nossas tristezas do que em orgulharmo-nos dos nossos sucessos. Somos um povo de coitadinhos, cheios de azar na puta da vida.

Fernando Tordo: some people emigrate. Get over it.

Vai-se a ver e afinal emigrar é mesmo um evento totalmente impensável e nunca antes visto em Portugal. Não percebo por que é que eu não vim nos jornais.

Google it: não me apetece explicar.

O Jorge Jesus é a versão Portuguesa do Yogi Berra.

Hey (now).


3C: My beautiful constraint

É mais um exemplo da tripla restrição: ou tens o corpo ou tens a cabeça ou tens o coração. Escolhe um e perdes todos.

Easy cowboy

Que alguém se assuma como especialista é irrelevante senão adverso. A autoridade (da especialidade) só é válida quando reconhecida por terceiros.

You don't care and i don't mind and i was just guessing it might be nice.


Hindsight: it worked well, until it didn't.

Podes estudar prospectiva mas é só quando olhares para trás que tudo fará sentido. Sempre depois, nunca antes. Tudo funciona bem até deixar de funcionar.

Se eu falar talvez tu negues (só é felicidade enquanto durar).

O que não te digo, o que não te consigo dizer, é isso o mais verdadeiro em mim. Se fizer sentido, as vezes em que tenho medo que não me consigas ouvir são tantas como as que tenho medo que me consigas ouvir. Falo-te no sono.

(isto não é simplesmente um recado.)

Agora eu tou em casa

Na vida não existem repetições. Um regresso não pode ser por isso um acto de continuidade mas é sempre um acto de reconhecimento. Quem volta nunca é quem partiu, não o ignores. Por isso não queiras repetir o passado, é uma impossibilidade. Além disso, há momentos que são melhores se intactos na distância. O truque é saber quando partir.

Parasse a vida um passo atrás.

Ainda que me esforce, por muito que queira, sei que nunca chegarei lá e que num instante volto à casa de partida. Poderei ser a melhor do meu escalão mas outros jogam noutro nível.

Gira il mondo gira nello spazio senza fine, con gli amori appena nati, con gli amori già finiti, con la gioia e col dolore della gente come me.


Sexo é escolha. Amor é sorte.

Não é com quem te deitas. É com quem consegues estar acordada toda a noite.

I don't want to fall for you (my precious).

Se tivesse sido noutro momento o impacto teria sido certamente diferente mas eu tinha acabado de ler aquilo no dia anterior e aquilo ficara a remoer-me na cabeça durante um bocado, estava fresco. "Amo-te", dizia, era uma expressão desesperada e era necessária uma certa coragem para se mostrar tanto desespero a alguém. Seria como um último recurso ou uma nudez de que ela se pudesse envergonhar. E isto nem tinha a ver com a sua condição de palavra íntima que se deve poupar reservada ou com a importante necessidade da certeza, não era sequer isso. No meu entender, sempre tão pouco, era ser aquela expressão como uma ferida exposta, a vulnerabilidade finalmente à vista, uma súplica final, eu a pedir que nunca me deixasses fosse ainda o nosso tempo. Aquela palavra tinha tanto de primeira como de última, tanto de entrega como de responsabilidade. Tanto como dar sem esperar receber tem de virtude e de ingenuidade. Não era uma palavra fácil. Não o devia ser e, contraditoriamente, era uma dificuldade que era necessidade cheia de vontade, como quem pare filhos. Eu pensava isto e pensava nela, a que não precisa de hífen porque é contínua em mim.

Quando enfim chega o momento em que já não nos contemos só em nós, já não há nada que possamos fazer, nada senão ceder. Cedemos sempre. Talvez a única solução que nos reste não chegue a ser uma solução mas um artíficio. Há quem ceda e fique, há quem ceda e fuja. Quando partiu, o momento foi inesperado mas o gesto não. Cedia, partindo. 

Por isso quando o telemóvel deu sinal, o contexto outro, parei abruptamente a olhar para aquilo, sem saber bem o que dizer ou sentir. Até mesmo agora, enquanto escrevo. Substituí então os sentimentos sérios por piadas parvas, o Senhor dos Anéis pelo Harry Potter, não por que lhes procurasse retirasse importância mas porque sei cada vez menos lidar com essas coisas sérias. Foi algo que me ficou como protecção ou como defeito, mas tu sabes e não te importas. Conheces-me. Dos amores, são todos eles utilitários, faz parte. A diferença é que nós damos-lhe boa utilidade e basta isso para que este amor seja verdade.

How many others (are you in love with): 641.

Amava a cada um uma coisa particular e dessa soma fazia-se a si mesma mais completa. O coração não era um lugar finito que ficasse cheio até cima. Quanto mais ama, mais expande.

O amor é louco, não façam pouco.


Acredito piamente nisto.

Alta definição ou Esta música acende-me

Sempre gostei muito da Ellen Page.

Alta definição ou Esta música não me acende

Não gosto de pessoas que gozam com a Kristen Stewart. Ou com a Jennifer Lawrence.

This will never end 'cause I want more.


Gostarei sempre dela, como se gosta do que está extinto, sejam os dragões, os anjos ou as distâncias.

Não era que fosse cansaço, há muitas formas de se chegar à resignação. Era o coração que amadurecia ou, como no poema das noites demoradas, criara resilientes barragens no peito. Já não se deixava ir em empolgamentos ou tristezas profundas. Era um coração adulto, cheio de marcas de adulto. Já sonhava pouco, aquele coração. Quando ela chegou, coincidiram na mesma frequência e na mesma dor. Não voltariam a falar de amor.

Cause i no longer know where home is.

Para uma aldeia com tão poucos habitantes ao ponto de ser quase brincadeira dizer de cor o nome das ruas, já tivemos talvez a nossa dose de comédia e de tragédia e o nosso número de personagens irreais. Já se ouviram todas as histórias. Fica agora só o tempo a passar manso como quem perdoa as exaltações da juventude. Hoje, o Camilo e a Ascelina são dois velhos sozinhos num lar e não aquele casal de loucos que nos assaltavam a meninice. Ele a roubar gatos para o jantar, ela a chamar os bombeiros com fogo e doenças súbitas que para mais não serviam do que para fazer a vontade aos filhos com aquele espéctaulo de sirenes e luzes. Hoje, mesmo o Suzinando que antes ameaçava matar miúdos e atirava telhas para o meio da estrada sem atender aos carros, não mete medo e deixou de beber. Dos outros, o Duarte, que fugia da escola e chegou a furar a orelha do meu irmão com um lápis HB, é agora um rapazinho de bem, honesto e trabalhador e que me cumprimenta sempre com um sorriso. Sobram os Perús, mas esses, sendo caso mais sério, toda a gente sabe que são doentes, não chega para haver circo.

Hoje, uma série de pessoas que fizeram a minha infância já se foram. A velha YaYa, a menina Silvina com quase 100 anos e sempre menina, o Afonso, o senhor que me perguntava sempre se eu não lhe vendia o meu cão. Os velhos da minha aldeia vão caindo como tordos e tenho pena que não venha ninguém falar deles, os bons sempre primeiro. Era um tempo de festas no largo da igreja, eu a ler e a cantar na missa, ainda haveríamos de ter por mais um ano ou dois o tiro ao alvo e o mata-galinhas ao domingo à tarde. Antes disso, demasiado antes para me lembrar com precisão, os mais velhos juntavam-se lá embaixo no Forte, onde já ninguém vai, para jogar chinquilho nas tardes de sol. O meu pai haveria de ter uma mota e de me levar com ele a ver o mar por entre os caminhos, como eu gostava. 

Na minha aldeia pequena, calámos as tragédias colectivas. Sofríamos todos. O Tiago, a Joana, meus colegas de escola, e já passaram tantos anos que hoje ouviríamos diferentes versões. Mais tarde, o camionista em França e só os gritos da Sr. Hermínia a ecoar em todas as ruas e o choro da minha mãe ficaram como versão viva na minha memória.

Por vezes acometo-me destes saudosismos, para o bem e para o mal, como quando o talho abriu. Haveríamos de ser a aldeia mais avançada da zona e as pessoas das aldeias vizinhas vinham à nossa para se aviarem. Ainda hoje é assim. Dá vontade de rir.

Nós somos a geração que saiu da aldeia. Temos enfermeiros em Lisboa, solicitadores, engenheiros na Suíça, eu também por aqui. Quando regresso, reconheço cada vez menos gente. Os velhos morrem, os novos já não os conheço. O mudo continua mudo e continuam a pagar-lhe cervejas no clube. Ao menos isso.

Pudesse ser eu uma canção que não chegasses a partilhar com ninguém, como um rascunho.

Pudesse esse ser o destino de cada um, amadurecer assim o coração. De percussão a instrumento de sopro. Ensaiar uma melodia até ao fim. Ter uma melodia por identidade e deixá-la a alguém que a aprendesse. Quando não existíssemos, estaríamos suficientemente no som. Bastaria o som para impedir que a morte fosse tão exagerada. Talvez quem aprendesse a canção pudesse também guardar-nos as paixões. Pousá-las ao pé de si. Dizer: esta ocarina é bonita. A morte seria só bonita. Uma coisa de ouvir, contra o silêncio insuportável.

valter hugo mãe, A Desumanização

Disseram-se coisas. Não se disse grande coisa.

Era preciso levar o coração atento. Não deixar que resvalasse por qualquer viela mais estreita onde a luz faltasse sem deixar ver onde pôr os pés. Era preciso que o coração seguisse calado e conhecesse o seu lugar de escravo, sabendo do seu direito a abrigo, alimento e cuidados médicos mas que tudo o resto que consiga é privilégio. Era sobretudo preciso que não se achasse especial ou merecedor de mais do que a conta. Era preciso que fosse consciente de ser um coração igual aos outros, que tanto se apertava como se expandia, que tanto parava como batia.

Aceitara considerar cada dia a probabilidade de algo bom.

No mesmo dia, descubro que estou a passos da maior livraria do Reino Unido, com estantes que se prolongam por cinco quilómetros. Ah, as pequenas coisas.

An education in intoxication

E eis que, volvido um mês, descubro que estou na terra do Harry Potter, do Hobbit e da Alice no País das Maravilhas. Certamente que deve estar para iniciar o meu conto de fadas.

Alta definição ou Esta música não me acende

Não gosto do Pedro Chagas Freitas embora goste do bom-gosto de quem lhe gere a página da Fábrica de Escrita, exceptuando as fotografias. Abomino, de resto, fábricas de escrita de qualquer espécie, incluindo a da escrita sempre criativa. Não sei se a minha irritação com o Pedro Chagas Freitas é inveja. Acha-se o maior, sabe vender-se e resulta, alguma coisa de louvável há nisso. Não quero pensar que possa ser inveja porque, para ter inveja, que seja dos melhores, de quem vale a pena ter inveja de tanto se querer chegar àquele nível. O Pedro Chagas Freitas é só um tolo que me irrita. E, se me irrita, é porque não sei se é dele, que não o conheço de lado nenhum para me suscitar tanto sentimento, se é da escrita dele, que é tão medíocre e previsível que quase poderia ser auto-ajuda, ou se é das pessoas que gostam tanto dele, e que com isso convencem-me sempre que somos, realmente, do tamanho daquilo que conhecemos. Gosto muito da palavra amador. Não gosto de fraudes apesar de nelas haver sempre um mérito a reconhecer. Acredito que qualquer pessoa pode escrever - há por aí tanto blogue melhor do que livros - e acredito na mão invisível do mercado que sempre arranja oferta para saciar uma necessidade. Irrita-me esta necessidade tola.

Por cá, o ministro da Imigração demitiu-se depois de descobrir que a empregada da limpeza era imigrante ilegal

A Suíça gosta realmente de ser um mundo à parte.

(às vezes gostava que alguém me explicasse como se eu fosse muito burra qual seria o grande drama de ter as fronteiras todas abertas. parece-me que, não sabendo resolver outros problemas - políticas sociais, económicas, emprego, urbanismo - toma-se a decisão mais fácil e pronto.)

Her: the past is just a story we tell ourselves.



(o Joaquin Phoenix devia entrar em filmes mais vezes. Até sem aparecer de facto no filme, a Scarlett Johansson consegue ser sensual, porra.)

The nicest thing about not planning is that failure comes as a complete surprise, rather than being preceded by a period of worry and depression.

Cada vez mais consciente de que, sempre que planeio, corre-me sempre tudo ao lado, evito cada vez mais planear. Do mesmo modo, tenho cada vez menos paciência para pessoas que planeiam ao detalhe. Digam-me uma hora e um local. Ponto.

Alta definição ou Esta música não me acende.

Do Jay Leno, só gosto da sua colecção de carros. O Jimmy Fallon, como substituto, é fraco, está simplesmente nuns sapatos que não lhe servem mas vejamos até onde caminha. Gosto muito do Conan e, aquela de finalmente a NBC ter encontrado alguém que não se importa de passar a torcha, foi bem mandada. A vingança serve-se fria e nos momentos certos.

Alta definição ou Esta música acende-me.

Ainda que não goste da maioria das ideias de Putin, gosto dele e da personagem que representa. Ter o mundo todo contra si e, mesmo assim, continuar a fazer-se ouvir e a ser respeitado, não é para quem quer, é para quem sabe. O Berlusconi é um palhaço e, ao Querido Líder, até pode ser temido mas por estes lados ninguém o respeita. Depois há alguns que passam e é só isso, não hão-de ficar nos anais da História, essa bela palavra. Mas o Putin, o Putin é o maior.

The Winter Olympics have always been a little gay.

Parece-me muito bem que se aproveite a ocasião para apontar a discriminação LGBT - e o Google esteve muito bem nisso - mas, fazer deste o maior dos males quando a Rússia peca também tanto noutras áreas no que a direitos humanos respeita, chega quase a parecer-me uma birra de crianças que querem fazer frente ao pai.

Now you´ve got to breathe I

Antes de responder, a música. Encontrarás em todas o refrão da qualidade e da melhoria contínua mas é sabido que do papel à prática vai a realidade sempre tão diferente. Melhorar é também mudar e a mudança dá demasiado trabalho. Exige, pasme-se, mudanças. 

(que eu tenha aprendido com os melhores, noto agora, tanto é bênção como praga.)

Now you've got to breathe.

Antes de responder, a música. Que saibas que ninguém é insubstituível é um avanço que levas. Não te recrimines, lembra-te que ser bom incomoda muita gente. Lembra-te que a corrida é contigo mesma.

Quem sabe um dia, por descuido ou poesia.


Mas tu não guardes vazios os meus lugares.

Quando eu fugir, não deixes de comer, de sorrir, de subir ao cabeço, de ver como são bonitas as auroras, toma conta das ovelhas, têm um coração carente e são medrosas, nunca as assustes, é muito triste. Não deixes de ser malcriado. Quando deus ficar feio vai arrancar-nos a cabeça como se espremesse um bago de feijão. Porque somos imbecis, aprendemos nada e sonhamos com o que não nos compete. Tu nunca deixes de namorar, Einar. Atira-te às raparigas. Pões-lhes as mãos no rabo, lembras-te. Elas vão dizer que não gostam, mas estarão sempre a mentir. Convence-as de tudo, e faz-lhes filhos, não te importes que sofram. Elas vão ter de sofrer de qualquer maneira e não vale de nada a vida se não a jogarmos por inteiro. Traz as raparigas para aqui e faz-lhes filhos bonitos. Se nascerem rapazes, serão sempre Hilmar. Se forem meninas, tu sabes, podem chamar-se Halldora. Mas tu não guardes vazios os meus lugares. Deixa-me ir. Olha pelo meu pai. Se ele te falar dos poemas, ouve tudo. É a única coisa que conta, a poesia. No lugar da Islândia colocar um poema. No lugar do coração colocar um poema. Depois, dizê-lo uma e outra vez, até ser tudo.

valter hugo mãe, A Desumanização

Write drunk, edit sober.

Quem tiver olhos que veja pois é claro como esta água. Por mais tempo ou variação, persistimos no mesmo assunto como se tudo desembocasse ali. Tudo o que é fundo apela à superfície como necessidade e de quem somos não podemos fugir.

Whatever you do, don't congratulate yourself too much or berate yourself either. Your choices are half chance. So are everybody else's.

É evidente que somos uma amálgama de vidas, umas mais reais, umas mais vividas do que outras. Toda a gente, mais tarde ou mais cedo, olha para trás pensando que tudo poderia ter sido diferente. Há, para cada um, um momento único que poderia ter mudado tudo. A vida que nos passa ao lado, a que nos acontece, a que fizemos acontecer, são então caminhos não percorridos que serão pacíficos a quem segue por inércia de não saber diferente. Não lhes altera o passo ou o tempo, chegará o dia e responderão que não sabem o que lhes aconteceu. Mas, que se tenha consciência daquele momento preciso de viragem e que se conheça com textura palpável o que seria próximo, é perigoso. Porque o valor de uma escolha vem tanto de si mesma como da ausência ou existência de uma alternativa.

Por instinto, tudo estará correcto.

Parece que a cena de sexo de La vie d' Adele está agora disponível no YouPorn. Considerando que, estranhamente, há filmes que são lançados aqui muito mais tarde do que em Portugal, está visto que tenho de ir lá procurar o Nmphomaniac.

You're nothing to me until you're everything.


That's me in the corner, that's me in the spot light losing my religion.

Invariavelmente encontro-o sempre no mesmo sítio, sentado no chão no meio da rua mais movimentada da cidade, e sucede que lhe oiço quase sempre a mesma música - Losing my Religion, de R.E.M. - o que me parece tanto de profético quanto de triste. Nunca o vejo a receber dinheiro ou sequer a olhar para quem passa. Canta simplemente. E já não sei se é para sobreviver ou se é para não estar sozinho, quase a mesma coisa. Por vezes, algum outro aparece, junta a viola à dele, e ele é mais feliz assim, por um par de canções.

I’m a fool for that sound in your sighs.

Haveremos de registar a primeira palavra dita, para quem foi, com quantos meses começou a falar e ninguém se preocupa com a primeira vez em que realmente ouviu.

Lo que me gusta de tu lengua (no) es la palabra.

Existem palavras que nasceram para ser ditas pela tua boca, na tua boca. Talvez fossem essas geralmente as mesmas que existiam para que só eu as note e decifre. Estavam lá, como a curvatura perfeita do teu nariz, somente à espera que alguém as ouvisse. Beijos, pessoa.

A metamorfose ou Only pain is real.

Temo vir a impressionar-me sempre com a facilidade com que as pessoas mudam a ideia que têm sobre alguém quando tudo se desfaz num gesto só, como na canção. De repente, pessoas que eram tão maduras passam a ser uns infantis, quem nos fazia rir à menor conversa passa a ser um irritante sem piada, ele ou ela de quem não conseguíamos parar de falar passa a ser personagem desconhecida e inominável. Há quem chame morto. Como se fosse a essência da pessoa que tivesse mudado abruptamente - esteve sempre lá - e não apenas a nossa percepção que fica mais desperta. Como se as pessoas se transformassem de facto de um dia para o outro feita metamorfose quando tudo o que mudou foi um sentimento que era nosso, ou que lhes coubesse a responsabilidade de nos iludir quando os iludidos fomos sempre nós. Nesta linha, talvez seja por isso que ficar me é um verbo tão querido. Porque só o que fica é real.

Olha aqui eu a contradizer-me a mim mesma (e a ser hiper redundante com o a "mim mesma").

Uma ilusão será sempre uma crença mas uma crença nem sempre é uma ilusão. Às vezes gosto de me enganar, tantas quanto gosto de me contradizer.

Disbelieving is hard work: de deus, ao pai natal, ao amor.

Não sabemos quando foi que começamos a acreditar mas conseguimos identificar com precisão qual foi o momento no tempo, a reacção, ou a pessoa que nos fez deixar de acreditar. O que nasce na ilusão morre na desilusão.

Like nobody's watching (but nobody's watching).

Deixava-lhe canções como quem deixava conselhos. Quando todas as músicas se acabassem ela saberia onde encontrar o significado.

But you will learn to mind me and you will learn to survive me (kiss me hard before you go).

Se eu partir sem me despedir ou sequer olhar para trás, não te entristeças comigo. Por favor não lamentes nem digas que te enganaste. Se eu for com a maré, sem aviso e sem remorso, sabe que tinha de ser assim, deixa-me ir. Não procures uma explicação, não te culpes. De nós, nada se pode concluir. Não deixamos promessas nem segredos por dizer. Se a vida me chamar, tu sabes que eu tenho de ir. Sobreviverás, como sobreviveste antes e como sobreviverás depois de mim. Repara que respiras por ti, repara que no caminho são os teus passos que ecoam. Não te magoes, não te prendas, não pares. Não me esqueças.

Still our hands match, still with hearts beating.


Só o problema é interessante, nunca a solução.

Disse à minha mãe que queria ser plantada e ela disse que eu daria nespereiras bonitas. Sorri na ideia.

Vai e dá-lhes trabalho.

"- E qual é a solução?
- Não há. O suicídio é uma solução? Se é, e há quem defenda que é, não me interessa. Só o problema é interessante, nunca a solução. E o ser humano, ou o que dele resta, tem que ser capaz de viver com a insolubilidade da própria vida."

João César Monteiro

A minha avó diz "bicho ruim".

Falavam das palavras como se as pudesse haver maiores e menores, umas de trigo e outras de joio, umas que servissem a umas bocas mas não a outras. Confunde-me e irrita-me a distinção que tanta gente coloca em palavras que são muitas vezes sinónimas, como se as houvesse pejorativas e não partissem afinal, todas e cada uma, de uma significância que é partilhada e de base objectiva na língua, pesem embora as subjectividades que cada um lhes queira acrescentar depois. Entendo pouco o pudor de dizer-se de alguém "burro", "preto", "deficiente" ou "gordo", por exemplo, substituindo por "de aprendizagem difícil", "de cor escura", "incapacitado" ou "cheínho". A mesma coisa para "controlo", porque controlar os trabalhadores é uma coisa muito má, "pena", porque pena é uma coisa muito triste de se sentir por alguém e "medo", porque hoje em dia ninguém tem medo mas "receio", palavra mais suave ao ouvidos e mais suportável às nossas fracas coragens de usar as palavras. Sem medo. 

(orgulho-me do que aprendo contigo.)

Entre outras, a Merkel deve sofrer bastante com a desigualdade de género.

As mulheres que se queixam da desigualdade de género e que até veriam com agrado a existência de quotas para posições de chefia são geralmente as mesmas que se queixam de falta de cavalheirismo se um homem não lhes ceder a passagem numa porta.

The Book of Mormon: Hasa Diga Eebowai

Uma mentira altruísta tem mais valor do que uma verdade egoísta pois, ainda que sendo mentira, tem um foco positivo que não pretende favorecer o próprio mas o outro. Apesar disso, mais do que a intenção, as pessoas tendem a pesar as acções pelas consequências, repara.

Be bold or italic. Never regular.

Dizia que eu era excêntrica: não morava em Londres.

Não corro para apanhar comboios.

Saiba-se que tenho uma tendência natural para perder aviões, TGVs e outros meios de transporte. Desta vez, que até me adiantei ao comboio, ia parando à outra ponta de Inglaterra. Aqui a prova de que tudo tem o seu tempo certo de suceder.