Apressou-se a perguntar-me pelo coração. Tinha estado a ler sem chegar a lugar nenhum, reler, reler, não a decifrar mas a tentar entender, como disse. Ficção, respondo, libertinagem, aviso. Viajo demais, diz-me ela, mas no fundo teria de haver verdade, estaria ali. Sim, terá de haver sempre eu ali. Escrever é criar futuro, deixar passado. Como se tivesse a ambiciosa presunção de criar um espólio para te poder dizer: aqui tens, está aqui, esteve sempre aqui à tua espera.
No fundo, serei infinitamente mais romântica do que aquilo que gosto de admitir.
(há coisas que só se podem confessar a ninguém)
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