A primeira coisa que despertou a memória, bicho incendiário e tão imprevisível, foi o sotaque (ou seria o tom de voz?) e tive, naturalmente, de lhe perguntar se era mesma dali ou de uma aldeia perto dali, como antes. Depois dizia-me "desculpa", várias vezes, num jeito meio apressado meio envergonhado, e sem que houvesse a menor razão para se desculpar e, por essa altura, a memória já tinha outra juventude, outra voz, outro rosto e aquela pele da barriga. Se houver alguma casa para voltar, será sempre essa a minha.
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