Alguém inteligente escreveu que a pergunta mais aborrecida que se pode fazer sobre deus é se ele existe ou não. A mesma coisa pode dizer-se a respeito de qualquer disciplina dita social. Não há factos, só há ideias. Não há regras, só há construções. Não há verdade, só há verdades. É por isso possível que o conhecimento mais maduro não seja o que se constrói de causa mas o que se constrói de distância. O conhecimento de causa, sendo importante, não deve ser sobrevalorizado sob prejuízo de se levar demasiado a sério, arriscando a inflexibilidade do pensar e o paternalismo a que quase sempre sucumbe a experiência. Não te limites, não te deslumbres. Para saberes de um assunto, procura as respostas noutro. Ele a dizer que tudo é sobre sexo, excepto o sexo, por exemplo. Para saber do poder, leio sobre mapas. Para saber de metáforas, leio sobre esquizofrenia. Para saber do mundo, pergunto por ti.
Quando reparei, estava maravilhada com a cartografia invisível da história. Mapas que não são estradas mas antes silenciosos árbitros do poder das nações. Fronteiras que são proposições políticas, pontos de interesse que são significado, contexto e imagem que legitima e influencia a realidade. Nenhum mapa é território se todos são paisagem.
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