Talvez o que chamam de prudência, sensatez, não seja mais do que um medo disfarçado de razão e o calculismo, a desconfiança, não passem de formas envergonhadas de cobardia. De tão vulneráveis, há pessoas que nunca ousam expôr-se a ninguém. De tão assustadas, nunca arriscam ir com tudo a jogo. Não sem um mínimo garantido. Não avançar, não contar, não dizer sem que haja a certeza e que todas as provas eliminatórias tenham sido ultrapassadas. Tanto o terror de ser possuído pela posse, que nada possuem. São aqueles que vivem em cativeiro os que gritam à noite pela liberdade. Há quem se distraia todos os dias da felicidade e diga que primeiro tem outras coisas para fazer. Há pessoas para quem é mais fácil reconhecer uma falha do que reconhecer um sentimento. A razão é um pretexto como outro qualquer mas são os parvos os que não têm medo. E são felizes.
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