Quando a noite está para adormecê-la, um pouco antes de se abandonar ao corpo, agarra-nos a mão devagar mas com firmeza, ou por vezes só o polegar, por ser o que está mais a jeito. Prende os dedos nos nossos como quem deita âncora em terra para que não a levem as ondulações irregulares do mar e a sua respiração é livre de qualquer inquietação. Está segura. Há na anatomia do seu toque a mesma certeza que se encontra em todas as coisas simples. Toca-nos os sentidos como quem chega a casa e não quer mais partir. E, quando adormecemos, dormimos sempre bem.
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