Vem das árvores o ar com que o fogo as consome.

Nem sempre o que queremos é o que precisamos. Acho que foste a primeira pessoa que me alertou para esta situação. É bem provável que assim tenha sido uma vez que és sempre a pessoa que me desperta para as verdades maiores da vida, mesmo que essa verdade seja tão-somente sobre o quão injusto é dizer-se que sopa não presta. Sou firme na convicção de que cabe ao amor adicionar-nos, sobejar-nos até, mais do que completar-nos. Nunca fomos metades, só inteiras. Nisso, sempre colhi mais do que dei. Por isso, só te pude amar mais, procurando compensar assim a escassez do que te consiga acrescentar. Disperso, porém. Enunciei-te, é sempre assim.

Vejo-o inúmeras vezes no First Dates, o meu intervalo de vida. Sabem o que precisam, têm na frente o que precisam e, no momento de decidir, renunciam ao que precisam. É uma contradição gritante, esta de ser humano. Porém, mesmo quando estamos doentes, haveremos sempre de preferir o rebuçado ao óleo de fígado de bacalhau.

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