É como se acordasse todos os dias sabendo que está na iminência de uma vida nova mas tivesse medo de a descobrir. O dedo no gatilho, em espera. Ir trabalhar, sabendo que basta uma palavra e vai tudo com o caralho. Depois talvez Cuba, Montenegro, Geórgia, cada um com o seu exílio preferido. Escolher a liberdade é ter liberdade de escolha não entendendo logo à primeira que há prisões mais invisíveis que outras mas nem por isso menos castradoras. Está confortável no vagar das contas certas, adiando a decisão que vendeu a todos. Quer e não quer estar ali. Há tanto por escolher que mais vale estar quieto, menor a margem de erro. Como o homem que se matou quando chegou a reforma. Não sabia o que fazer dos dias.
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