Dachau.

Imediatamente ao lado do campo – será mais correcto dizer-se campas? – está uma estrada onde circulam automóveis cheios de pressa. Ao lado das celas – será mais correcto dizer-se covas? – muro com muro mora gente. É Domingo e há uma chaminé que fuminga. Não é preciso andar muito até dar com o parque infantil com seus baloiços e escorrega. Há o rio na sua paz de rio e há árvores-testemunhas a delimitar o caminho dos justos. A cidade não tem culpa, era Dachau antes de ser Dachau. E, todavia, existir aquela cidade a envolver o campo de concentração é de uma estranheza que inquieta. Dizem que não se deve insistir na dor mas, ao mesmo tempo, como é que se pode esquecer?

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