Poder-se-ia dizer que sou hoje uma pessoa melhor, mais desperta e conhecedora. Experiente, como se diz. Apesar disso, mantenho a mesma incompreensão sobre essa fractura do tempo. Custar-me-á sempre entender a mutação do amor em direcção ao vazio, a rápida progressão do nada ao nada, e que quem se jurasse amor eterno se nos apresente agora como desconhecido na rua. Que o amor dê lugar à indiferença, tantas vezes até ao ódio, é para mim o maior mistério e a maior catástrofe. E isso explica muito das minhas relações.
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