Há momentos assim, de avalanche emocional, em que ao mínimo movimento o mundo nos desaba num incremental de levar tudo à frente. Aquilo não importava assim tanto, mas despoletou o que se ia acumulando em surdina. Nessa noite, tão prolongado já o silêncio, chorou desalmadamente. No dia seguinte, sob as pálpebras doridas e inchadas, reconheceu o indiferente comentário da mãe que lhe gritava em pequena “chora, que isso passa” e apercebeu-se que “desalmadamente” é uma palavra bela.
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