Nem sentido nem significação: sentir, mais ou melhor?

Reconhecer um corpo pelo contorno da mão e saber-se inteiro nesse gesto. A poplítea a marcar o passo, consentindo, abrindo caminho. Não nos distraíamos por entre o caos da vontade. Avançar a contra-relógio, chegaria primeiro o táxi ou o orgasmo. Era a excitação, o desejo, e o arrepio que vinha pela tua boca e uma desordem que ficava. O sentimento a coincidir no sentir, totalitário e urgente. Hoje é só uma dormência e o incipiente tempo que foge. Não há inquietação no que é perto. Os olhos penetram fundo, mas o suspiro que surge é de lucidez, já não sobressalto. Caminhamos sobre cinzas, quando é a queimada que revolve e regenera a terra. Procuro em ti o incêndio.
 
Mesmo que queime.

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