Se já é muito algo que façamos, se já é todo um mundo o monte de coisas que não fizemos.

No outro dia, perguntaram-me se já não escrevo. Logo ele, que disse que a vida não era coisa teorizável e devia, por isso, sabê-lo melhor. É possível escrever sem servir a nenhum propósito? Obrigo-me a isto como quem é alimentado à força. Acredito na disciplina que me falha e no talento que me escasseia com a mesma convicção que no posicionamento correto de vírgulas numa frase, por exemplo, vírgula, as que não se apresentaram ali atrás. Forjo uma tentativa. Resultará, desta vez? Não preciso disto, mas não quero perder isto. Deve ser o tal efeito Ikea, o valor acrescentado por via do esforço. Custa-me mais. Sou, cada vez mais, uma pedra e pouco ou nada vem de uma pedra. Para quê, a pergunta maior.

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