Nem o sol nem a morte podem ser olhados fixamente.

Nunca tinha reparado nisso e que um livro nos revele algo, mesmo o óbvio, já seria motivo bastante para dele gostar. É absurdo que se diga “os meus sentimentos” para lamentar a morte de alguém. Os sentimentos, que tantos ocultam, não ousam ou deles não conseguem falar, tantas vezes reservados e reverenciados como coisa de merecer, são ali facilmente todos oferecidos sem mais critério. Aqui os tem, os meus sentimentos. Existem tantos, que caberá ao interlocutor decidir quais quer aceitar, se para a ocasião são mais adequados sentimentos de amizade ou de tristeza ou de alegria ou de raiva. Você decide. Os meus sentimentos, porque não sei quais são, nem o que fazer com eles. São todos (os) sentimentos. Receba-os e faça com eles o que bem entender.

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