É provável que me cruzasse contigo a caminho da escola ou quando voltasses dos treinos e fosse logo esse o momento, uma inevitabilidade. Não são precisas condições para o que não se pode evitar. Eu olharia os teus olhos grandes de limpidez que mingam no sono e saberia. Ou podia ser a boca, sempre a boca, ou o jeito como mexes no cabelo. Não são precisos detalhes para o que não se pode evitar. Tu passarias por mim e haveríamos de entender o mundo todo, os bons e os maus nesse encontro, porque não é preciso contexto para o que não se pode evitar. Haveria de me orgulhar em todos os jogos, iria assistir a todos, e haveria também de me envaidecer em cada nota, na primeira fila. Haveria já nessa altura de te conhecer a pele e de te fazer amor na cama dos teus pais, às escondidas. Teria tempo bastante para me entender nos teus altos e nos teus baixos e para saber interpretar sem erro cada variante do teu sorriso, pois tens vários, até um secreto como na música, que, gosto de pensar, usas sempre só para mim. Por sorte minha, não é preciso tempo para o inevitável.
És sinónimo de inevitabilidade, a minha mais doce inevitabilidade.
(tens razão, só escrevo sobre ti.)
1 comentário:
Era inevitavel (agora sim, sem duvidas da palava :p)!
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