Stinson Hunter: o caçador.

Levanta os braços em euforia. A notícia deixa-o eufórico, sorri a bem sorrir, ganhou o dia senão a vida. Depois, quase em simultâneo, desata a chorar. É um daqueles momentos raros que acontecem por vezes às pessoas, daqueles que fazem tudo ganhar sentido, toda a espera e todo o trabalho finalmente a valerem a pena. Enquanto sorri e chora ao mesmo tempo, diz, repetidamente, que agora tudo está validado. Agora, ele, monte de merda, deliquente, ele, sem sítio onde cair morto e a quem nunca ninguém viu futuro, ele, mentiroso, criminoso, miserável, vagabundo, está validado perante o mundo. A derradeira razão do caçador de pedófilos não é afastá-los das ruas. É ser aceite por uma sociedade que sempre o rejeitou. Vencê-la, sujeitando-a a reconhecer o engano nas aparências. Validá-lo, porque ele é dos bons.

Há uma razão que nos orienta os passos. E depois há sempre a razão por detrás da razão. Medo ou amor, como ela conta. Tudo na vida assente aí. Medo ou amor.

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