Penso neles mais vezes do que aquelas que gostaria de admitir. Os que não conheço, os que nunca vão conhecer. Penso em todos. Entendo-lhes, sobretudo, o fascínio, o mesmo acordar da alma, a persistência daquele fogo no lugar do peito. Julgo entendê-los. De certa forma, somos a mesma pessoa. Une-nos o mesmo precipício, queda mais que perfeita e que repetiríamos sem hesitação. Procuro justificá-la e sei que começa aí o meu erro.
No fim, regressa-se sempre ao princípio. Sei enumerar com exactidão o que me chamou até si. Era um tempo de polaróides e do amor criado a palavras. Hoje creio que as nossas coordenadas não são menos a coincidência dum acaso do que o traço jocoso de um deus que nos observa. Penso no início e pergunto-me do sítio onde se incendiou primeiro o silêncio. Oiço-lhe o riso. O Zmar ardeu.
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