Vila Viçosa é, provavelmente, o sítio mais silencioso em que já estive. Atravesso as ruas e praças da vila com a alegria serena de saber que calco pedras e toco árvores que foram antes calcadas e tocadas pelo génio de Florbela Espanca e Rui Caeiro. Tenho orgulho dos meus prazeres, quase sempre pequenos e excêntricos. A vila, essa, devota-me a mesma indiferença. As laranjas serão ainda amargas, o terreiro será o mesmo deserto de gentes. Acho que irias gostar de estar ali. Digo-te que um dia haverei de voltar lá contigo. Digo-te que haverá tempo. Digo-to, como quem diz um engano em voz alta.
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