O que pode ainda importar, quando o chão nos foge debaixo dos pés? Há o susto e há o medo de novo a rondar a ferida. Não sei quem de nós melhor o disfarça. As palavras estão usadas, os precipícios são demasiados. E há coisas que não quero escrever, pois a simples ideia delas esmaga-me o peito e deixa-me sem ar. O silêncio molda-se ao corpo, torna-se artifício. Aceleramos a dor e o passo para que passe. Meu amor, quero tanto falar-te e não sei como. Haverás de circundar tudo isto como um inconveniente breve, sei e espero. A tua força, real ou pretensa, fará os seus truques e o resto pedimos ao mar. A minha mão nunca se soltou da tua, e olha que já lá vão anos, e é por isso que sei que vai ficar tudo bem. Fica forte.
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