Perguntam-me se tive alguma relação longa e não consigo disfarçar o incómodo da questão. Eis que de repente necessito de alisar com as mãos a toalha de mesa à minha frente como se fosse a tarefa mais urgente do mundo. Que eu não saiba a resposta é um pormenor sem relevo. O que é afinal “longa” ou, mesmo, “relação”. As definições atrapalham os sentimentos. O coração chega sempre adiantado e desconhece fronteiras e datas. Onde começa, se apenas uma parte a lembra? Onde termina, se há quem persista por toda a vida preso nessa lembrança? São demasiadas as matizes e sempre curtos quaisquer entendimentos. Aligeirei um número que me pareceu aceitável para parecer pessoa séria e despachar o assunto, mediana inexorável dos nossos encontros e desencontros. Posto isto, a interrogação maior ficou depois. Que número darias tu? É provável que te bastasse um não. Sem compromissos.
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