Esquece isso, meu amor. Fica. Fica só mais um pouco. Até que o dia se dissolva na noite e estas horas no tempo. Fica comigo. Vamos fazer de conta que isso tudo não é nada. Agarra-me. Prende-me a ti, aperta-me os pulsos com força. Nunca mais me deixes. Vamos fingir que só existimos nós aqui, hoje e sempre e nunca mais. Que não tens ninguém à tua espera, nem expectativas a superar, nem responsabilidades com que cumprir. Vá lá, faz esse esforço por mim e por nós e por este beijo que te dou. Vamos esquecer a moral e o que é certo ou errado. Isso não existe, porra! O que existe é só isto e somos só nós. Deita fora o relógio e o telemóvel. Apaga aquele rosto, toque, cheiro, sabor da tua memória. Esquece o tempo que já passou e tudo o que já construiste. Seria injusto? Sim, seria, ambos sabemos. Mas, não és tu e a tua felicidade mais importante? Eu não sei dançar, não sei cozinhar, não sei coser meias. Mas...e daí? Sei amar-te. Sei amar-te.
Hoje estou a delirar de saudades tuas. Só consigo sentir o teu cheiro, esse cheiro que me faz mal à cabeça. Só consigo recordar o teu toque e a precisão das tuas mãos. O teu corpo suado a pesar sobre o meu. Porque não estás aqui comigo, afinal?
Vá lá, amor. A vida é tão rara. Vem vivê-la comigo. Sem contas a apresentar, sem pessoas para nos julgar. Só tu e só eu e o tempo parado no encontro dos nossos corpos. Vem, amor, vem. Eu sei bem que tu queres. Quantas vezes pensaste já em deixar tudo? Em não voltar. Porque lutas contra ti mesmo? Tens tanto medo. Mas de quê?
Sem comentários:
Enviar um comentário