Não me perguntes se é verdade. O que é a verdade, afinal de contas? Talvez não te ame a ti, mas ao amor que fomos, à memória que me ficou do teu sorriso e do teu cheiro, ao passado que já não há. Talvez corra mal e nos arrependamos. Quem o sabe? Não te posso dar certezas. Não posso. Não sei. Só sei o que sinto hoje e agora. Não me perguntes pelo amanhã. Amanhã é outro dia que não hoje nem ontem. E a escolha será sempre só tua. Tem de ser só tua, meu amor. Não me venhas depois culpar. Mas de que adianta? De que adianta o que escrevo ou o que digo? Passou já tanto tempo. Tens já tanta história agarrada a ti. Tanta gente com quem almoçar no Natal.
A minha mãe diz-me que, em coisas importantes, não nos podemos conformar com o mais ou menos. E eu não te quero assim, mais ou menos. Quero alguém que não duvide. Alguém que tenha a certeza desde o primeiro instante. Alguém que não tenha medo e se atire de cabeça. Alguém que não tenha de medir os prós e contras para se decidir. Não quero estar contigo só porque correu mal. Não vou ser a segunda opção, acredita. A culpa é minha, que te prometi aquilo naquela noite...
Como consegues viver assim, pergunto-me. É esse o teu ideal de vida? E como poderia eu acreditar em ti, depois de tudo isto? Estamos condenados. Por mais tempo que passe, voltamos sempre ao mesmo sítio que é lado nenhum. Então, de que adianta? Porque hoje, eu o sei, não vais adormecer comigo. Fica ou vai.
Sei lá eu o que é a verdade!
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