Não sei por que carga de água é que hoje me lembrei do J.B. (não, não é whisky), das cartas para o CCL e dos tempos em que era "princesa". À distância de todos estes anos, sei que tudo aquilo foi um engano grave, sem consequências de maior. A memória apaga o que não é importante. Mas ficou-me na memória este presente, o meu primeiro poema de José Tolentino de Mendonça, que o amor ensinou a recitar de cor...
Haverá coisa mais querida do que oferecerem-nos poesia de qualidade? :)
"O poder ainda puro das tuas mãosé mesmo agora o que mais me comove
descobrem devagar um destino
que passa e não passa por aqui
à mesa do café trocamos palavras
que trazem harmonias
tantas vezes negadas:
aquilo que nem ao vento sequer segredamos
mas se hoje me puderes ouvir
recomeça,
medita numa viagem longa
ou num amor
talvez o mais belo."
José Tolentino de Mendonça
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