Mostrar (-me)

Já não consigo ver nada sem pensar em ti e no quanto gostava que estivesses ali comigo, a aproveitar cada momento. Quero que me conheças toda e que descubras com o mesmo fascínio cada sítio que me faz feliz.

Um dia hei-de te mostrar a beleza das praias do Algarve e falar-te do Zezé Camarinha. Mostrar-te que o tempo descansa no Alentejo antes de chegar à ponte Vasco da Gama ou à 25 de Abril. Quero apresentar-te ao Tejo e à Torre de Belém. Brincar contigo na Baixa e no Bairro Alto. Descobrir as 7 colinas de Lisboa, uma por uma. Depois, mostrar-te o snobismo de Cascais, com a sua baía e a Boca do Inferno, e contar-te da Lili Caneças e do Castelo Branco.

Um dia levo-te a Sintra, um dos meus sítios preferidos, de tão romântico. E, então, vamos andar de coche e perdermo-nos entre os jardins da Quinta da Regaleira, garanto-te. Depois mostro-te o meu sítio e sei que vais rir-te das roupas penicheiras e entender porque é que o meu mar é único. Porque é que a Consolação, as rochas, o largo, é a minha casa e o lugar onde te penso.

Quero mostrar-te tudo, meu amor. As casinhas de Óbidos, dentro do castelo e o sabor da ginja. O mosteiro de Alcobaça e a história de Dom Pedro e Dona Inês de Castro. O Portugal dos Pequeninos, em Coimbra. As caves do Douro e a Torre dos Clérigos, as vinhas da Régua, a ruralidade de Trás-os-Montes. Tudo, tudo.

E findo este roteiro, descansar entre os teus braços, na certeza de que mais nada me importa senão o calor dos teus braços e o sabor da tua boca.