Desculpa-me...

Contas-me os teus planos secretos à espera de um dia. Falas-me dos teus sonhos perfeitos, do meu lado, quem sabe em Paris. Da tua boca, uma inesperada força e convicção que te faz acreditar, que te dá coragem de prosseguir. Nos teus olhos, um medo que não posso censurar, a certeza de que vais desiludir muita gente, a tristeza de saberes ter que abandonar um sítio que te faz feliz mas no qual não poderias mais ficar. A vulnerabilidade no teu rosto e a impotência nas minhas mãos. Queria tanto estar aí...

Foi ontem, ao ver-te assim com esses olhinhos tristes de quem precisa muito de um abraço, que me apercebi das dificuldades vindouras e que tive consciência da seriedade de tudo. Naquele momento tive, porventura, a maior prova de amor de sempre. E, ao contrário do que seria de esperar, também eu não fiquei assustada, mas confiante. E nesses olhinhos não vi apenas uma lágrima quase a cair. Neles vi-me e encontrei o meu futuro.

Mas hoje, lá vim eu com as minhas estúpidas dúvidas de insegurança! Esqueço-me como posso magoar-te com elas. Faço-o sem intenção. Não porque duvide mesmo mas talvez por hábito. Desculpa, meu amor. Mil vezes desculpa. Dás-me todas as razões e todas as certezas. Não tenho dúvidas sobre o teu amor. Menos ainda sobre o meu. Sou eu, na minha essência, a minha maior interrogação. Por isso...desculpa-me. Diz-me que me desculpas. Ou é preciso ir aí pedir-tas pessoalmente? :p

1 comentário:

Anónimo disse...

It is difficult...

Revisited life.