Choque

«Proponho que as mulheres regressem à Natureza e mijem também em público. Usem saias amplas e compridas sem nada por baixo, abram as pernas, deixem-no escorrer e vão-se embora. Mijem em todos os museus de arte que não representem equitativamente as mulheres e as minorias. Mijem em todas as cabinas de voto onde haja apenas machos brancos para eleger, e mijem em todas as estações de rock clássico que apenas passem música de grupos de machos brancos. Depois, quando as mulheres obtiverem finalmente o direito de mijar em público, poderemos reunir-nos para grandiosos encontros de mijo sobre os relvados da Casa Branca.»
«E esqueçam Deus e a religião / porque tudo quanto fazem é representar as fantasias dos homens / que perpetuam o ódio às mulheres e aos gays / Quero um deus homossexual / Quero uma deusa fêmea / Quero um deus lésbico / quero um deus negro / Quero uma deusa morena / Quero um deus amarelo / Quero uma deusa vermelha / Quero um deus à imagem dos humanos reais, aqui, agora.»
Karen Finley, via Insónia

5 comentários:

JAM disse...

E pronto, mais uma colagem do Sr. Fialho....sempre com as maluqueiras....mas nas aulas nem "porra" podiamos dizer que eramos logo mandados p'ra rua...
Linda, não leias esse blog...é pior que ter 3 anos de aulas com o blogger em questão. :P....just kidding, é boa leitura.

Quanto ao texto em si( ou em mi, ré, dó),já houve uma época em que a mulher era considerada Deusa...chama-se o mundo antes da religião do morto-vivo que era seu próprio pai....não sei se me entendes...

hmbf disse...

Nunca mandei um aluno para a rua por ele ter dito “porra”, pois, que eu tivesse ouvido, nunca um aluno proferiu tal palavra durante uma aula que estivesse a ser administrada por mim. Ainda assim, sendo “porra” um diminutivo de “esporra”, parece-me óbvio que se trata de linguagem inapropriada no contexto de uma sala de aula. Perceber que as palavras se utilizam em função dos contextos é uma questão de decoro, ou, como já alguém disse, de higiene mental. Ninguém precisa de ter lido Wittgenstein para entender isso.

Devo ainda esclarecer que, em 10 anos de docência, felizmente a caminho do fim, nunca mandei um aluno para a rua, expressão que não só abomino como é contraditória em si mesma no contexto escolar. Não se manda ninguém para a rua, pede-se ou, no pior dos casos, exige-se que alguém abandone a sala de aula quando não tem comportamentos adequados a esse espaço de aprendizagem. Por exemplo, quando alguém enrola um cigarro no decorrer de uma sessão.

Quanto à citação da Karen Finley, aparecida no Insónia em relação com um texto onde se fazia uma leitura de um dos livros da autora, não pode nem deve ser lida à margem dos propósitos dessa mesma obra. Ainda assim, nunca houve uma época em que a mulher fosse considerada Deusa. O que houve, e há, foi sempre uma grande diversidade de enquadramento do feminino, dependentemente dos povos e das culturas que mencionemos. Há inclusive culturas onde as divindades nunca tiveram sexo, ou, melhor dizendo, são hermafroditas. Essa diversidade cultural não tem épocas, é de sempre… pelo menos desde a época em que a humanidade pôde começar a pensar para lá dos seus instintos de sobrevivência. É que já houve uma época em que éramos todos macacos, e outra em que, provavelmente, nem sequer éramos. Que saudades! Just kidding…

JAM disse...

Calma, HF, estava mesmo a brincar...Aliás, apesar de contradições na linha do pensamento, O HF ainda é dos professores que mais positivamente marcaram a minha vida escolar.

Quanto à palavra "porra" em si, já tivemos essa conversa em tempo de aulas....e continuo a dizer, a palavra não é originada p'la asneira esporra, mas sim, segundo o dicionário da língua portuguesa, um pau curto e grosso.
A mente é que, por vezes, pensa em coisas que não devia.

hmbf disse...

Sei bem que a palavra tem um significado convencional, não fosse eu natural de Rio Maior (a terá das “pôrras”): moca, porro, porrete… irra! Arre! Tanto faz. A questão é que as palavras têm vida, adquirem novos significados consoante o seu uso. Já agora, veja-se este curioso artigo sobre a utilização do termo no português do Brasil: http://desciclo.pedia.ws/wiki/Porra . Outro texto interessante, mais breve, sobre as variantes históricas do termo: http://www.acores.com/?page=art_det&ida=160 . A questão é que se torna difícil descortinar qual o sinónimo (seja moca, esperma, pancada, merda, etc…) em causa quando o termo é aplicado, daí que, em certos contextos, ele seja inconveniente. E sabe o meu amigo muito bem que o termo vem sendo, bem ou mal, cada vez mais utilizado no sentido de esperma. Culpa dos brasileiros? Não sei. As coisas são o que são. Basta googlar o termo para perceber qual o uso mais frequente que se lhe dá.

hmbf disse...

Onde se lê «a terá das "pôrras"» deve-se ler «a terra das "pôrras».