Artista de Circo (Breve Tratado da Importância)

Escrevo? Não escrevo? (escreves para quem, afinal? para ti porque tens de, ou para outro alguém porque queres que?? - não limites o que é ilimitado em ti, aprende de uma vez!)

"As coisas só têm a importância que lhes dermos", dizes tantas vezes a outros, em jeito de conselho. Mas não segues. Finges que se trata de um desvio calculado, um erro previsto. Tu terás sempre de ser diferente e especial. Contigo tem de ser diferente, não é? (e a humilhante descoberta de que não o és, de que és tão igual quanto os outros e de que também te pode acontecer a ti.)

Depois de muito tempo...regressaste. Mas não sozinha. Incomodou-me a sintonia das horas, não tenho medo de o dizer. Mostrar o quê? Riram e comentaram? O que procuram? (Esperava tão mais de ti.)

Demoraste-te (encontraste-me em algum momento?). Detiveste-te no "gostava de te ter amado mais", sei. E eu detenho-me porque não consigo entender. Detenho-me porque não quero dar importância ao que já não a tem.

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