Permissão para ser

Lembras-te quando estávamos no Porto, num daqueles barcos típicos que te são parentes e quase com os dedos a tocar a água do Douro, te fazia suaves carícias na mão, feliz daquele instante partilhado? Pediste-me depois que parasse, pois uma mulher olhava e comentava num esgar de desaprovação. Acedi ao teu pedido, não porque a mulher me importasse mas porque me importava o teu pedido.

Mais tarde, na estrada de regresso a casa, conduzias tu num Portugal que te ia ficando familiar, beijámo-nos com o carro em andamento, numa vontade de desejo, provocação e vingança. E soube tão bem...

(Contam-me da tristeza da crítica, da farpa do desejo reprimido, da dor de não se saberem livres. Asseguro-lhes que o dia virá. Até lá, vivam sem medo, gritem ao mundo, mostrem que não precisam de mais ninguém senão de vós mesmas. A liberdade começa aí.)

Sem comentários: