Estar em casa e parecer que não*


Tens dias que sim, tens dias que não. À vezes tu, às vezes eu. Não entendo o teu critério ou o teu medo mas respeito-o. Sou folha de papel rendida ao vento que és, soprando na direcção que te apetece. Leve pena caída no teu rio de força, que me arrasta para destinos que ainda não conheço. Estou, como sempre estive, à tua mercê. Rainha e senhora, decides quando, como, onde e porquê, consciente dos limites a que devemos obedecer firmemente para bem da paz do reino. És omnipotente e eu não passo de um pobre joguete nas tuas mãos, atenta e inútil às tuas decisões. Mas, não te disse já que não entro sem que me convides? Por isso, não temas.

* a minha mãe também o faz muitas vezes, sabes? Antes, porém, havia o ladrar diferenciado do cão e o seu ir e vir entusiástico, que a denunciava.

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