Sea Constellations

Talvez tivesses tido razão logo desde o ínicio, quando disseste que não querias uma relação normal, com empecilhos entre nós, telemóveis, hi5's e msn's. Querias comigo algo que não se consegue assim, algo diferente e genuíno, que não estanque e limitado em tecnologias vazias e inúteis. Querias único. Especial.

Mas houve aquele momento em que nenhuma resistiu - coloquei a chave de casa na tua mão e, quando menos esperava, chegada dos alhos, encontrei-te sentada no sofá. Daí até ao quebrar de todas as regras foram um par de conversas, aquela quase dependência que já conhecias de antes. O resto sucedeu naturalmente, na urgência de um abraço aguardado que me devolveu ao caminho. E aquele teu dedilhado que gravei e que oiço quando preciso, ainda, de me serenar. Abraçaste-me como nunca antes me abraçaram. E eu quase me apaixonei nesse momento. Nessa noite não dormi. Um medo comum que daí brotou: não te quero perder, não agora que já estás na minha vida. Felizmente, haveria a sabedoria daquilo que é e daquilo que não é, luz que tornou claro tudo o que existia em nós.

Talvez pelo tempo que nos (te) escapa, talvez pelo meu jeito desajeitado de te abraçar ou senão mesmo por teres concluído não ser eu quem procuravas em mim, tudo me parece ultimamente normal. Já não há teatro a dividir, passeios ao entardecer, almoços inesperados e cheios, partilha. Sei que me avisaste, eu sei. Falta-te o tempo mas às vezes o meu egoísmo não compreende. Toda a amizade tem a sua quota-parte de egoísmo. Existem apenas agora visitas aceleradas, de médica obviamente, mensagens de presença mas distantes, encontros fortuitos na espera dos dias. Tudo já daquela forma que não querias. Normal.

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