Sobre a Marcha de hoje
Para este leitor, não são as pessoas que, conhecendo a minha amiga, mudam de opinião e de atitude por saberem que ela, em vez de gostar de um homem gosta de uma mulher, que têm um problema. Não são as pessoas que se a virem na rua de mão dada com a namorada a insultarão e os colegas ou patrões capazes de a ostracizar e de a conduzir ao despedimento ou os que acham que a paixão dela é uma espécie de vírus da perdição que precisam de tratamento. Não são os legisladores e sacerdotes que em tantos países do mundo, incluindo vários estados dos EUA, criminalizam o amor dela, chegando a castigá-lo com a pena de morte, que estão doidos. Ela é que tem de ir à consulta.
(...)
É porque há tanta gente como o leitor da NM que se fazem festas do orgulho gay e festivais de cinema queer como o que esta semana decorreu em Lisboa. É, digamos, uma forma pública de terapia. Para toda a gente. Um dia virá – e desenganem-se os que o temem, porque é inevitável – em que estas festas e festivais vão deixar de fazer sentido. O dia em que a pena que o leitor impõe à minha amiga seja vista por todos como a aberração e a ameaça que é.f.
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