Why can't we be friends?

Gostava que entendesses. Sei que a culpa foi também minha mas gostava que entendesses que já entendi. O meu tu parte de ti mas não termina aí. Por isso gostava que me falasses e que me ouvisses, numa palavra, que estivesses. De todas as promessas quebradas, aquelas de para sempre e da exclusividade, a que me magoa é a outra, única e especial, a primeira de entre todas - a de que a nossa amizade sobreviveria a nós. Tenho sentido a tua falta, como o principezinho da sua rosa. Somos afinal eternamente responsáveis, não é? E eu sei que um dia houve, cada vez mais longínquo, em que te cativei.

Queria contar-te de Londres e dos cruzeiros, ouvir o teu riso quando me chamas cabeção ou mané. Partilhar músicas novas e sugerir-te filmes inesquecíveis. Falar-te do trabalho, dos medos e sonhos, ouvir a tua opinião e sentir-me de novo em casa quando encontro o teu olhar. E saber de ti, sem reservas, sem julgamentos, nem intromissões. Ouvir-te e sermos de novo nós, quando ainda não havia mágoa a torvar a nossa vista. Deixa-me falar-te. Fala-me também. Quero a amizade que nos prometemos. Só gostava que entendesses, finalmente.

2 comentários:

Margarida disse...

Pouco provável que aconteça... depois de um grande amor, nunca há uma boa amizade...

... e não sei se é tão mau assim.

Marisa disse...

Não deixa de ser triste, ver como o tudo se torna nada.

Neste momento, prolongado, ainda é mau. Mas dizem que o tempo...