Havia nela algo de inocentemente excitante que o tirava do sério. Seria do seu rosto pueril de Primavera, sem baton nos lábios rosa, da forma como os bicos dos seus pequenos seios despontavam violentos por debaixo do vestido, das tranças infantis e longas que balançavam no vento como independentes dela. Fosse até da alvura invulgar dos seus braços ou da forma infinita e completa como as suas pernas eram em vontade desde os tornozelos às coxas escondidas. Ou do riso destemido e pateta que ela soltava sem embaraço ou dificuldade, ou do modo descontraído como traçava a perna, corria ou andava de baloiço, sem respeito pela sua idade e pelo poder terrível que causava nele. Mesmo que ele não soubesse exactamente o quê, algo nela o atormentava num desejo cruel que ele não conseguia controlar. Mataria só para lhe cheirar as cuecas, matar-se-ia para a beijar na boca, matá-la-ia a ela para a poder penetrar. Sabia porém que tudo mais não era do que ideias irreflectidas e inconsequentes. Nunca ele haveria de matar.
Mais cedo do que tarde, ela acabou por render-se ao encantamento desastrado daquele homem mais velho com manias de intelectual. Quando ele estava em cima dela, no momento da libertação de serem, ele apertou-lhe o pescoço com toda a violência reprimida em si.
Depois, ao ver o que fizera, chorou nú sobre o corpo nú daquela mulher. Chorava muito e gritava em arrependimento sincero o nome daquela que matara: Lolita. Nunca acreditou que a mulher que possuíra instantes antes se chamasse na realidade Eva.
Mais cedo do que tarde, ela acabou por render-se ao encantamento desastrado daquele homem mais velho com manias de intelectual. Quando ele estava em cima dela, no momento da libertação de serem, ele apertou-lhe o pescoço com toda a violência reprimida em si.
Depois, ao ver o que fizera, chorou nú sobre o corpo nú daquela mulher. Chorava muito e gritava em arrependimento sincero o nome daquela que matara: Lolita. Nunca acreditou que a mulher que possuíra instantes antes se chamasse na realidade Eva.
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