(...)
"Por vezes gosta-se de uma mulher por não haver outra por perto de que se possa gostar. Por vezes gosta-se de uma mulher por se ter gostado muito de um homem que deixou de gostar de nós e precisamos de tudo tentar para o esquecer. Por vezes gosta-se de uma mulher por lembrar outra mulher de quem se gostou e não descobrimos quem possa ter sido. Por vezes gosta-se de uma mulher por se estar muito cansado de se gostar muito de uma outra mulher. Por vezes gosta-se de um mulher só por gostar. Às vezes ele escrevia uma colecção de disparates que juntava para lhe oferecer. Às vezes ela ria, outras vezes não.
Por vezes gosta-se de um homem só porque faz falta para ir ao cinema. Por vezes gosta-se de um homem só porque o corpo tem intermitentes exigências. Por vezes gosta-se de um homem só porque não se gosta de outro. Por vezes gosta-se de um homem só porque nos faz rir. Por vezes gosta-se de um homem só. Às vezes ela escrevia frases que depois lhe lia. Ela ria. Ele ficava muito sério a ouvir, a tentar descobrir em que caso cabia.
Olhar para a frente sem saber o que vai ser de nós. Olhar para trás sem nada poder reviver, corrigir, emendar sequer. Não conseguir fixar o presente, bom ou mau, tanto faz, o presente que não será mais. Sentir-se transportado para a frente e depois para trás, ficar tonto, prestes a cair, sem ter mão no que pensar. Levantar, andar, voltar e depois parar num mesmo sítio, sempre diferente. Desistir, recomeçar, deixar cair, agarrar por momentos e depois abandonar. Sentir-se feliz, absolutamente feliz, e logo depois desesperar, sem esperança alguma de voltar a acreditar, e depois voltar a acreditar, sentir a felicidade, aos poucos, a voltar. Tudo isto à volta de um amor, por causa de um amor, tudo isto e muito mais, meu amor, que te tenho de esconder. Senão dizia-te."
"Por vezes gosta-se de uma mulher por não haver outra por perto de que se possa gostar. Por vezes gosta-se de uma mulher por se ter gostado muito de um homem que deixou de gostar de nós e precisamos de tudo tentar para o esquecer. Por vezes gosta-se de uma mulher por lembrar outra mulher de quem se gostou e não descobrimos quem possa ter sido. Por vezes gosta-se de uma mulher por se estar muito cansado de se gostar muito de uma outra mulher. Por vezes gosta-se de um mulher só por gostar. Às vezes ele escrevia uma colecção de disparates que juntava para lhe oferecer. Às vezes ela ria, outras vezes não.
Por vezes gosta-se de um homem só porque faz falta para ir ao cinema. Por vezes gosta-se de um homem só porque o corpo tem intermitentes exigências. Por vezes gosta-se de um homem só porque não se gosta de outro. Por vezes gosta-se de um homem só porque nos faz rir. Por vezes gosta-se de um homem só. Às vezes ela escrevia frases que depois lhe lia. Ela ria. Ele ficava muito sério a ouvir, a tentar descobrir em que caso cabia.
Olhar para a frente sem saber o que vai ser de nós. Olhar para trás sem nada poder reviver, corrigir, emendar sequer. Não conseguir fixar o presente, bom ou mau, tanto faz, o presente que não será mais. Sentir-se transportado para a frente e depois para trás, ficar tonto, prestes a cair, sem ter mão no que pensar. Levantar, andar, voltar e depois parar num mesmo sítio, sempre diferente. Desistir, recomeçar, deixar cair, agarrar por momentos e depois abandonar. Sentir-se feliz, absolutamente feliz, e logo depois desesperar, sem esperança alguma de voltar a acreditar, e depois voltar a acreditar, sentir a felicidade, aos poucos, a voltar. Tudo isto à volta de um amor, por causa de um amor, tudo isto e muito mais, meu amor, que te tenho de esconder. Senão dizia-te."
Pedro Paixão, Muito, Meu Amor
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