Espectros de sanidade

E logo as sombras que te povoam, em espectros de sanidade: deixa-a em paz. Se é verdade o que proclamas em altos brados, então esquece e fica feliz. Tanto tempo, porra! O teu não é diferente ou especial, todos acham que são mas nenhum é. Todos acham que o seu é o mais sincero, o mais impossível, o mais incomparável, o mais intemporal, o mais belo, mas repara bem. Não vês? Não venhas agora choramingar, ai coitadinha de ti, deixa-te de lirismos patéticos e de obsessões bizarras, tiveste tempo criatura, (es)tiveste (em) tudo, por isso não lamentes. Aceita: és o que fizeste. E podes escrever todos os textos, ouvir as mesmas canções, repetir as mesmíssimas palavras até que se esgotem, tenta tudo o que conseguires ou até onde o orgulho to permitir mas não destruas. Se prezas, não destruas. Se precisas assim tanto, então expele, grita, cospe, amaldiçoa mas logo acarinha, beija, benze, ama. Porque não podes perder o que ficou. Se perdes está perdido, estás perdida. Sê inteira na tua dignidade, sê Mulher plena no teu esforço de existires. Há amores que ficam para a história e outros que ficam para a vida. Escolhe um lado. Lança a moeda. E depois vive com isso.

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