Metades de laranjas

"Enquanto algumas almas se encontram para perfeita harmonia, os opostos se distraem e os dispostos se atraem..."


Talvez dos filmes, dos livros, das vidas que cruzam a nossa, talvez instinto competitivo que corre no sangue, comparações que não podes fazer porque não há igual a ti. Ou talvez sem razão que o pudesse explicar mas sempre achaste que o normal, o esperado e convencionado, fosse não gostares de quem te substitui nessa corrida, testemunho que só os seleccionados carregam com dedicação, mas que apenas um conduzirá à meta final e que já não vais ser tu. Por isso, este sentimento estranho, de quem sente uma intrigante simpatia, uma partilha comum e invisível mas presente nas palavras e nos medos, não deverá ter sido à toa que nos apaixonámos pela mesma pessoa afinal. Não seria porém mais fácil, normal, confortável até, o contrário? Pergunto-lhe a ela, mais sábia que eu, o que é isto. E ela responde-me serena e certa: uma sensação de paz. Aceno a cabeça em concordância, tem razão. Um contentamento indecifrável por ser quem é e como é, mesmo que insistas que não conheço e que não tem nada a ver comigo. O testemunho foi bem entregue.

(não é obsessão, é só um comentário, porque gostei muito daquela frase ali em cima)

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