Tranquila Indiferença

2 comentários:

JAM disse...

Easy thing to do, pegar qualquer indiferença por parte de humanos com medo de ver suas vidas estragadas e comparar com o holocausto.
Não tem nada a ver. Além de que a hipocrisia da igreja é ainda pior do que vermos simples pescadores a não ajudarem pessoas para não verem a sua vida lixada.
será que a igreja católica fechou os olhos à história e aos milhões de mortes que provocou durante quase dois milénios?
Aquela gaja é "bruxa" porque olhou para um homem casado, fogueira com ela!
Aquele gajo não acredita no nosso amigo invisível, castrem-no e mandem-no p'rá fogueira!
Aquele gajo quer desenvolver o mundo e diz que a Terra não é um circulo liso nem está nas costas de uma tartaruga que flutua no espaço, violem-no com um barrote e depois...Fogueira com ele.
Eu tenho pena dessas gente que não tem outra hipótese senão arriscar a vida, mas a igreja já se calava, metia uns sedativos a mais e caia morta.

Marisa disse...

Li o teu comentário e lembrei-me de um outro post: http://estreladamarisa.blogspot.com/2008/02/bem-aventuranas.html

É inegável que a Igreja não tem legitimidade alguma para vir agora dar lições de moral, comparando esta indiferença com a do Holocausto (e note-se ainda a posição que assumiu nessa altura, de absoluta passividade criminosa). Mas também não deve ser por isso que deve ficar eternamente alheada e/ou calada procurando dessa forma expiar a sua grande culpa.

Como o caso de João Paulo II ter pedido desculpa pelo julgamento de Galileu: foi uma hipocrisia fazê-lo? Tudo falsas Madalenas arrependidas (e esta comparação vem mesmo a calhar :p)? Seria eticamente mais aceitável se tivesse ficado calado? Não creio.


No meu provavelmente pouco sábio ponto de vista há que atentar numa coisa: quer queiramos quer não, e apesar de nem sempre (quase nunca!) ter seguido os caminhos que defende, a Igreja tem um peso social e histórico incontornável. Logo, se puder aproveitar esse seu papel para informar (diferente de incentivar a - e recordo temas de aborto ou eleições), ou criticar construtivamente, então acho meritório.

Não entendo como hipocrisia moral mas como dever cívico até. Não discordo do que escreveste no seu todo mas, à luz de uma situação tão dramática e tão facilmente indiferente pela Lei como a da Imigração, acho que questões mais altas se levantam.