Um coração de puta

«Ela diz: "Do princípio ao fim amamos sempre o mesmo. O que vamos amando é que encaixa pior ou melhor nesse mesmo. Por vezes é preciso forçar um bocadinho. Por vezes, julgamos que é exactamente, finalmente isso por que ansiávamos e exultamos para depois descobrirmos que nos enganáramos, redondamente. Do princípio ao fim o mesmo, que não há maneira de saber o que é. Continue tentando. Faz parte do verdadeiro procurar o não saber o que se procura, o estar permanentemente à espera de ser surpreendido, o ser surpreendido, continue."


Amo a beleza de um corpo, mais do que a de uma coisa. Por estar vivo, morrendo, puxa mais pelo amor. A beleza suspensa na cara de Rita que vejo de muito perto numa fotografia, todas as noites, antes de me deitar e começar a insónia. A doce tristeza que acompanha a beleza, como uma sombra.»

Pedro Paixão. Barely Legal

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