Não mais bicho papão

E é quando a noite começa a cair, em instantes de quase e tonalidades de escuridão, com a casa quieta e o corpo finalmente abandonado ao seu descanso no sofá, como agora, é nessas ocasiões em que os meus dedos tocam a outra mão, lenta e perscrutantemente, expandindo, deslizando, suaves e decididos, a acompanhar músicas que ninguém mais ouve e que me fazem ter querido dançar contigo, numa outra vida. E vejo como os nossos actos podem ser ecos do que fomos, e por isso te quero feliz, por isso sei que cabe muita coisa dentro do amor. E qualquer agitação, qualquer medo, dá então lugar à serenidade e à confiança, porque o tempo sara mais do que as nossas feridas e o que é grande não morre assim. É em momentos como este em que me lembro de ti e, simplesmente, sorrio.

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