Um sorriso

Lembro-me de quando a descobri, por acaso. Ela foi uma das pessoas especiais que a blogosfera me trouxe, daquelas que trazem valor acrescentado a qualquer vivência - basta sorrir. Lembro-me do estado de encantamento, da necessidade de querer saber cada vez mais fundo sobre si e lembro-me de me ter apaixonado, primeiro pelas palavras e depois pela doçura infinita do seu sorriso. Apaixono-me muitas vezes e de muitos modos, é verdade, e tenho a sorte de estar rodeada de gente bonita e inteligente - as coisas belas da vida que nos permitem continuar.

Foi por isso com um enorme contentamento e a renovada paz no coração, que ela sempre me traz, que a reencontrei. Parecia cansada no seu navegar, vareta ao vento, pensativa mas segura, cada vez mais forte na saga que empreendeu. E senti-me com ela. Encantada de novo pela sabedoria que, mesmo em escassos minutos de conversa, partilha despretensiosamente comigo. Inspirada de novo em ser mais e fazer mais. Falámos então de como tudo parece caber cada vez mais em palavras unas e únicas, de como não se pode ler dois livros ao mesmo tempo, da estabilidade como inimiga da criação, da urgência da catarse, no fundo. E senti-me cheia e plena, numa felicidade de quem vai notando que o tempo e o espaço não se esgotam para as divagações fundamentais da vida, de quem entende que falta muito no seu caminho, mas que vai caminhando bem acompanhada. O tempo, mesmo que com prolongados intervalos de distância, continua a ser nosso. Ela voa, ela vive.

(Diz que tem saudades de me ler, pede que um dia se estiver livre e me apetecer escrever só porque sim lhe reencaminhe em seguida - e não consigo entender mas acedo sem hesitar. Porque também eu tenho saudades de te escrever, minha J.)

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